MONARQUIA TRADICIONAL Nós seremos livres, nosso rei será livre, nossas mãos nos libertarão |
| | Um depoiamento muito interessante | |
| | Autor | Mensagem |
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José Tomaz Mello Breyner Almirante do Império
Número de Mensagens : 734 Local/Origem: : www.yorkhouselisboa.com Data de inscrição : 19/08/2006
| Assunto: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 10:08:23 | |
| Um depoimento muito interessante, tanto mais vindo de quem vem: um socialista moderado que sempre foi clarividente e que nunca se limitou às conveniências políticas ou às limitações do seu partido – tenha-se em vista a coragem da reforma agrária no difícil tempo em que foi Ministro. - Citação :
- Sócrates o ditador
por António Barreto
A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam.
Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal.
A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.
Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado? Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta.
Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.
Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.
O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado.
Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.
Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.» | |
| | | Mariz Almirante
Número de Mensagens : 116 Data de inscrição : 30/06/2006
| Assunto: E hoje mais este Qua 25 Jul - 10:54:42 | |
| Carlos Lopes/PÚBLICO (arquivo)
Manuel Alegre
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a opinião dos leitores Não gosto dele mas reconheço que é corajoso e põe ... + comentários Histórico socialista fala de "clima propício" ao cerceamento das liberdades Manuel Alegre insurge-se contra o "medo" instalado no PS 24.07.2007 - 23h14 Sofia Branco
“Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.” Assim termina o artigo de Manuel Alegre a publicar esta quarta-feira na íntegra pelo PÚBLICO, no espaço reservado à opinião. O histórico socialista fala de um “clima propício” ao cerceamento das liberdades e reclama que “o PS não pode auto-amordaçar-se”.
“No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra”, recorda, contrapondo que agora há o “medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado”.
São “casos pontuais”, reconhece o vice-presidente da Assembleia da República, mas, mesmo assim, “inquietantes”, porque relevam “um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE”.
Os ataques de Alegre às políticas seguidas pelo Governo de José Sócrates são muitos: à “progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde”; ao regime do vínculo da Administração Pública; ao Estatuto dos Jornalistas; ao “precedente grave” do cruzamento de dados na função pública; à “tendência privatizadora” de “sectores estratégicos”, como a electricidade, a água e o ensino superior.
“Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa”, refere, lamentando a falta de “alternativas à sua liderança”, dentro do próprio PS, mas também no PSD.
Manuel Alegre recusa o “álibi” nacional da “necessidade de reduzir o défice” e também “o álibi da presidência da União Europeia” – que, até agora, merece o seu “aplauso”. “O que não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias”, diz, lamentando a “tradição governamentalista”, que leva um partido, quando está no Governo, a transformar o “seguidismo” “em virtude”.
Analisando as eleições presidenciais – nas quais ele próprio, concorrendo sem apoio partidário, obteve mais de 20 por cento dos votos – e as intercalares de Lisboa – em que Helena Roseta e Carmona Rodrigues concorreram como independentes e somaram cerca de 27 por cento dos votos –, Alegre diz que os cidadãos demonstraram, com a abstenção ou o voto, que “há mais vida para além das lógicas de aparelho”.
Achou este artigo interessante? Sim http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1300399&idCanal=25 | |
| | | Nuno Cardoso da Silva Almirante do Império
Número de Mensagens : 389 Data de inscrição : 09/12/2005
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 11:43:04 | |
| Pode ser que Manuel Alegre tenha finalmente percebido que se quer fazer política tem de sair do PS e criar um partido próprio. O que ele tinha tido a obrigação de perceber depois das eleições presidenciais mas que recusou por sentimentalismo despropositado. Veremos.
Quanto a António Barreto a análise é interessante mas ele não tem a menor intenção de fazer seja o que for para além de dar "bocas"...
O sistema está cada vez mais podre mas vai-se mantendo porque nós (os portugueses todos) somos um rebanho de carneiros com reflexos de subdesenvolvidos. Perante os problemas preferimos fechar os olhos a ter de os enfrentar. Quando há eleições votamos nos do partido, qualquer que seja o partido e qualquer que tenha sido o desempenho dos seus políticos. No que nos diz respeito, monárquicos, continuamos a funcionar dentro do CDS e do PSD como se esses bandos de malfeitores nos servissem para alguma coisa. Continuamos a ser conservadores ou reaccionários, continuamos a preocupar-nos com questões de lana caprina, continuamos a substituir a reflexão pela "fidelidade"... E ficamos à espera de um milagre... ou que alguém nos tire as castanhas do lume... Não sei se o Saramago não acabará por ter razão... | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: RE Qua 25 Jul - 12:24:16 | |
| Caro Prof.
Há os que falam e os que estão a agir!
Quando as pessoas que querem passar à acção perceberem que só existe um caminho por circunstancias várias, então vai desencadear-se uma avalanche.
Uns irão perceber mais cedo, outros será mais tarde, mas a seu tempo todos entenderão. | |
| | | Nuno Cardoso da Silva Almirante do Império
Número de Mensagens : 389 Data de inscrição : 09/12/2005
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 12:40:09 | |
| - Valdez escreveu:
- Caro Prof.
Há os que falam e os que estão a agir!
Quando as pessoas que querem passar à acção perceberem que só existe um caminho por circunstancias várias, então vai desencadear-se uma avalanche.
Uns irão perceber mais cedo, outros será mais tarde, mas a seu tempo todos entenderão. Pois. Mas há vias de tal forma surrealistas que só podem ir dar ao manicómio mais próximo... | |
| | | Mariz Almirante
Número de Mensagens : 116 Data de inscrição : 30/06/2006
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 15:43:14 | |
| Sem a loucura o que é o homem Mais do que a besta sadia Cadaver adiado que procria ( Fernando Pessoa) João Mariz | |
| | | Lobo Almirante do Império
Número de Mensagens : 364 Idade : 47 Data de inscrição : 21/07/2006
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 18:03:15 | |
| Quando a corrupção toma conta disto o que faz falta Quando o pão que comes sabe a merda o que faz falta o que faz falta é avisar a malta o que faz falta é avisar a malta Quando dizem que o futuro é voltar á escravatura o que faz falta Quando a raiva nunca foi vencida o que faz falta o que faz falta é acordar a malta o que faz falta é instruir a malta Quando nunca a infância teve infância o que faz falta Quando sabes que a tua vida vai piorar o que faz falta o que faz falta é empurrar a malta o que faz falta é animar a mata Quando um cão te morde na canela o que faz falta Quando á cada esquina há sempre uma ameaça o que faz falta o que faz falta é mostrar a malta o que faz flata é empurrar a malta Quando um homem dorme na valeta o que faz falta Quando te dizem que isto é tudo crise o que faz falta o que faz falta é libertar a malta o que faz falta é dar condições á malta Se o trafulha conspira na sombra o que faz falta o que faz falta é dar poder á malta o que faz falta é alimentar a malta (Original Zeca Afonso, adaptação) | |
| | | D.Afonso Convidado
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 19:08:34 | |
| Caro Logo
Cantas muito bem sim senhor clap clap clap |
| | | Lobo Almirante do Império
Número de Mensagens : 364 Idade : 47 Data de inscrição : 21/07/2006
| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante Qua 25 Jul - 22:57:30 | |
| Não, não canto nada bem, não tenho o mínimo jeito para cantar, embora a letra a poesia também seja uma arma depende da maneira como é utilizada | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: RE Qua 25 Jul - 23:35:44 | |
| Por acaso acho que devemos começar a pensar num hino ( letra e Musica) uma coisa poderosa. O do PPM está giro já ouviram? http://www.ppm.pt/resultados_eleitorais.php | |
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| Assunto: Re: Um depoiamento muito interessante | |
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| | | | Um depoiamento muito interessante | |
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