MONARQUIA TRADICIONAL Nós seremos livres, nosso rei será livre, nossas mãos nos libertarão |
| | Olivença | |
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+5longair Nuno Cardoso da Silva O Conjurado Diogo Ventura vm 9 participantes | |
Autor | Mensagem |
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Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sex 9 Nov - 12:11:53 | |
| USURPAÇÃO Derrotadas as ambições franco-napoleónicas, reuniu-se a Europa no Congresso de Viena, aberto em Setembro de 1814. Ali se encontravam representadas as principais potências: a Inglaterra, a Áustria, a Prússia e a Rússia, mas também Portugal, a Espanha, a Suécia, bem como a vencida França. Constituíam o «Comité dos Oito» que seria o órgão principal do congresso. Os trabalhos prolongar-se-iam até ao ano seguinte, sendo a Acta Final assinada em 9 de Junho (“Le Congrès de Vienne”, Robert Ouvrard). Junto das assinaturas dos representantes da Áustria (Metternich), da França (Talleyrand), da Inglaterra, da Prússia, da Rússia e da Suécia, vinha a de D. Pedro de Sousa Holstein, futuro Duque de Palmela, chefe da delegação portuguesa. A Espanha, que não o fez de imediato, viria também a subscrever a Acta em 7 de Maio de 1817. Do Congresso de Viena, haveria de nascer uma nova «nova ordem europeia» que, sustentada no estabelecido na Acta Final, por quase meio século regularia o continente e preservá-lo-ia da guerra. A Acta do Congresso de Viena, no seu artº 105º, prescrevia: «Les Puissances, reconnaissant la justice des réclamations formées par S. A. R. le prince régent de Portugal e du Brésil, sur la ville d’Olivenza et les autres territoires cédés à la Espagne par le traité de Badajoz de 1801, et envisageant la restitution de ces objets, comme une des mesures propres à assurer entre les deux royaumes de la péninsule, cette bonne harmonie complète et stable dont la conservation dans toutes les parties de l’Europe a été le but constant de leurs arrangements, s’engagent formellement à employer dans les voies de conciliation leurs efforts les plus efficaces, afin que la rétrocession desdits territoires en faveur du Portugal soi effectuée ; et les puissances reconnaissent, autant qu’il dépend de chacune d’elles, que cet arrangement doit avoir lieu au plus tôt».Era, deste modo, formal e definitivamente afastada qualquer força jurídica que se presumisse resultar de anteriores tratados que entrassem em confronto com a nova «Nova Magna Carta Europeia». Designadamente, um tal «Tratado de Badajoz» que a Portugal fora extorquido, pela força conjunta das então aliadas França napoleónica e Espanha burbónica, as quais, num dos actos mais manhosos e torpes de todo o período das Campanhas Napoleónicas, e sem qualquer pretexto ou motivo válido, mesmo face ao Direito Internacional de então, tinham decidido submeter o nosso país. Para tal, determinou-se o reino vizinho a invadir-nos, em 20 de Maio de 1801, tomando-nos Olivença, Juromenha e muitas outras povoações do Alto-Alentejo. Era a «Guerra das Laranjas», arquitectada por Manuel Godoy, «Príncipe da Paz», acto de guerra aleivoso e traiçoeiro, desde logo por partir de potência «amiga e vizinha». Na circunstância, subjugado pela desproporção de forças, Portugal foi compelido a assinar o dito «Tratado de Badajoz» em 6 de Junho, cedendo às exigências de Napoleão Bonaparte e de Carlos IV, nomeadamente, no que toca à «amiga e vizinha» Espanha, reconhecendo-lhe «em qualidade de conquista», a «Praça de Olivença, seu território e povos desde o Guadiana»... Olivença, terra então das mais entranhadamente portuguesas, reconhecida como pertencente ao reino de Portugal pelo Tratado de Alcanizes, em 1297, juntamente com Almeida, Sabugal, Pinhel, Campo Maior, Ouguela, Juromenha e outras mais povoações!... Olivença que participara com toda a Nação Portuguesa na formação e consolidação do Reino, nas glórias e misérias dos Descobrimentos, na tragédia de Alcácer-Quibir, na Restauração!... Olivença que do mesmo modo vivera o florescimento de uma cultura nacional, uma língua, um Fernão Lopes, um Gil Vicente, um Camões... Agora, em 6 de Junho de 1801, na «confirmação» formal de um puro acto de banditismo e latrocínio, simples e exemplar manifestação da «lei do mais forte», era em tal terra, em Olivença, que se pretendia apagar uma História, uma língua, uma tradição, uma cultura, uma comunidade... Mas certo é que, melhor ou pior, a diplomacia portuguesa conseguia que a «Assembleia Geral» das potências europeias consagrasse, no instrumento mais solene que produziu, que Espanha não tinha legitimidade para reter Olivença, antes se reconhecia «a justiça das reclamações formuladas por S. A. R., o Príncipe Regente de Portugal e do Brasil sobre a vila de Olivença e outros territórios» e que as potências se obrigavam aos «seus mais eficazes esforços a fim de que se efectue a retrocessão dos ditos territórios a favor de Portugal»... Repita-se: em 7 de Maio de 1817 também Espanha assinaria tal tratado... Decorridos 185 anos desde o seu reconhecimento, perante a comunidade internacional, da ilegitimidade da sua posse sobre as terras oliventinas e da justeza das reclamações portuguesas, certo é que o Estado vizinho não soube honrar a sua palavra e, pior, jamais soube ser digna do carácter altivo e nobre que, sempre, pretende apresentar como lhe sendo intrínseco... Ainda recentemente (Janeiro de 2001), visitando o Presidente do Governo de Espanha, o nosso País, entrevistado na imprensa portuguesa e sendo-lhe lembrado, muito clara e incisivamente, que «há questões que geram susceptibilidades (...) que se colocam há dezenas de anos, como seja a dos limites fronteiriços, sobretudo no caso de Olivença», faltou-lhe a ele a coragem que lhe permitisse responder. Perorando sobre tudo o que, em sua ilustre opinião, importava a Portugal e a Espanha, nunca e nada respondeu acerca de Olivença. Com o desaforo típico de castelhano da Meseta, entendeu antes dizer-nos, como se a questão fosse assim tão simples, que «tudo isso não tem nada a ver com os velhos discursos de reivindicações antiquadas, porque já não espelham a realidade democrática». Observação esta (pasme-se!) depois de, na mesma entrevista e com abundância, ter tomado posições diametralmente opostas relativamente à reivindicação que o Estado que representa vem efectuando relativamente a Gibraltar! Tenha-se presente: Gibraltar, que foi por Castela «reconquistada aos mouros» em 1462 e veio a ser cedida a Inglaterra, em 1713, pelo Tratado de Utreque (cuja validade, face ao Direito Internacional, nunca por ninguém foi posta em causa, nem por Espanha), esteve na dependência de Espanha durante cerca de 250 anos, muito menos tempo do que aquele em que é britânico... Entretanto, em Olivença, ininterruptamente portuguesa, extorquida «manu militari», extorsão essa não reconhecida internacionalmente, tudo, sejam a História, a cultura, as tradições, a língua, apesar da brutal, persistente e insidiosa repressão castelhanizante (se tudo se tivesse passado no século XX não haveria pejo em falar de genocídio...), permanece, tanto no fundo como à superfície, pleno de portugalidade! Quer dizer, pretende o Estado espanhol convencer-nos que as reivindicações de Portugal quanto a uma parcela do seu território, militarmente ocupado por potência estrangeira, ocupação a que o Direito das Nações não deu cobertura, se configuram como «discursos antiquados», ao mesmo tempo que, despudoradamente, defende que Gibraltar é «a única colónia na Europa» quando, face ao Direito Internacional, é inquestionavelmente britânica! Porquê a diferença? Porque Portugal e Espanha se constituem ambas como democráticas? Porque Portugal e Espanha se integram na União Europeia e na OTAN? E não se passa o mesmo, em ambas as circunstâncias, com o Reino Unido? Significativo! Está bem exposta perante a opinião pública portuguesa, habitualmente tão inocente e crédula, designadamente no que toca às relações entre estados, sejam eles vizinhos ou amigos, afastados ou inimigos, que Espanha não tem qualquer rebuço em sustentar os argumentos mais falaciosos, se forem para defesa dos seus interesses, enquanto que nem sequer escuta os mais pertinentes e válidos argumentos se jogarem contra si!... Entretanto, se do exposto se demonstra, quanto à «Questão de Olivença», a incomodidade do tema para Espanha, bem como a sua falta de razão e inexistência de argumentos a seu favor, simultaneamente, para infelicidade nossa, se demonstra uma parecida incomodidade entre as esferas governamentais portuguesas. Infelicidade porque, não fazendo o Governo português saber a Espanha, com determinação, que pretende e não desistirá de readquirir a soberania de facto sobre Olivença, para isso praticando os gestos mais apropriados, daí só advém desprestígio para Portugal, tal como transmite ao Estado vizinho o mais claro sinal de fraqueza. O Governo português, ao não assinalar e repudiar a situação iníqua em que se encontra Olivença, ao não agir com desembaraço em tal matéria, apresenta-se como se tudo fosse resultado de uma qualquer dependência ou subserviência da parte dos governantes portugueses relativamente ao poderoso Estado vizinho... Ainda assim, restará, para explicar a imobilidade e inoperância das nossas elites, no que toca à defesa dos direitos de Portugal sobre Olivença – sobre uma parte do território pátrio! -, uma culpa mais prosaica e colectiva, a alvitrada por Oliveira Martins, em 1879 (História de Portugal). Cite-se: «Daí vem o caso, talvez único na Europa, de um povo que não só desconhece o patriotismo, que não só ignora o sentimento espontâneo de respeito e amor pelas suas tradições, pelas suas instituições, pelos seus homens superiores; que não só vive de copiar (...) de um modo servil e indiscreto; que não só não possui uma alma social , mas se compraz em escarnecer de si próprio, com os nomes mais ridículos e o desdém mais burlesco. Quando uma nação se condena pela boca dos seus próprios filhos, é difícil, se não impossível, descortinar o futuro de quem perdeu ....(continua)em www.olivenca.org | |
| | | Lobo Almirante do Império
Número de Mensagens : 364 Idade : 47 Data de inscrição : 21/07/2006
| Assunto: Re: Olivença Sáb 10 Nov - 7:13:55 | |
| Excelente contributo para o exclarecimento de algumas pessoas Muito bem caro Diogo Ventura | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sáb 10 Nov - 17:09:18 | |
| - Lobo escreveu:
- Excelente contributo para o exclarecimento de algumas pessoas
Muito bem caro Diogo Ventura Caro Lobo Muito obrigado,pelo elogío ,e pena não existír mais pessoas(aquí no forum) empenhadas em divulgar esta nobre Causa em que muitos Portugueses Tombaram a defendender A Sua Pátria ,que é Nossa ,como A Causa Monárquica . Com amizade | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Dom 11 Nov - 21:31:31 | |
| Revista espanhola RAY/IA VIVA (Prov. Badajoz); n. 13-Cuarto Trimestre 2007
LLAMAMENTO A ESPAÑOLES Y PORTUGUESES PARA SALVAR UNA LENGUA EN UN LUGAR DONDE LA LENGUA PORTUGUESA (VARIEDAD ALENTEJANA...) ESTÁ EN AGONIA. SALVAR EL PORTUGUÉS EN OLIVENZA (Incluye reflexiones de un joven local de 28 años) Carlos Eduardo da Cruz Luna En 1840, treinta y nueve años después de la ocupación española (1801), el portugués fué prohibido en Olivenza, inclusive en las Iglesias. Todavia, fue sobreviviendo, en una deliciosa tonada alentejana, que luego las autoridades, vigilantes, clasificaron como "chapurreo", lo que creó complejos de inferioridad en los utilizadores, llevándolos, cada vez más, a usar la Lengua Tradicional apenas a nível casero, dentro de la protección del hogar. Con estos condicionantes, después de doscientos años de presión, es entendido y hablado por cerca de, al menos el 35% de la población, según cálculos de la Unión Europea (Programa Mosaic). Como sucede, con todo, en estes casos, en cualquier punto del globo, el portugués fué perdiendo prestigio. No siendo utilizado nunca en documentos oficiales, en la toponímia (salvo si es traducido y tergiversado), o en cualquier otra situación que reflejase la dignidad de un idioma, se mantuvo, discretamente, a veces avergonzado. La dictadura franqu ista empeoró la situación. En las décadas de 1940, 1950, y 1960, era rarisimo, cási imposible en algunos casos, encontrar profesores, policias, funcionarios en general, que fuesen hijos de la tierra oliventina, en la propia Olivenza. Colonizadores inconscientes, peones en una política general de destrucción de las diferencias por toda España. Por ironia de la historia, algunos de esos ciudadanos "importados", con mucho menos complejos que los naturales porque no tenían conflictos de identidad, o sus hijos, se pusieran a estudiar los aspectos "curiosos", "específicos", de la cultura oliventina, acabando por producir trabajos de valor sobre la cultura de su nueva tierra, que pudieran llamar para siempre, y sen contestación, Tierra Madre, por adopción, por pasión, o incluso por nacimiento. La democracia abrió algunas nuevas parspectivas, pero los fantasmas no desaperecerán del todo. Algunos cursos de portugués fueran surgiendo, con mayor o menor éxito. A veces al sabor de cuesti
ones políticas, como durante la década de 1990. En 1999/2000, continuando en 2000/2001, la embajada de Portugal en Madrid, y el Instituto Camões, apoyaran la enseñanza del portugués en la Enseñanza Primária en todas las escuelas de Olivenza, incluyendo las aldeas. Apenas Táliga, antigua aldea de Olivenza, transformada en el siglo XIX en un município independiente, está aun fuera de este proyecto, para lo cual fueron elegidos, primero tres, después cuatro profesores portugueses. Es urgente acudir a Táliga, donde solo el 10% de la población todavia tiene algo que ver con la lengua de Camões. Se dio un primer e importante paso. Pero no ha sido suficiente. El Estado portugués deberá intentar influir més y tomar otras medidas, dada su posición sobre el Derecho de Soberanía sobre Olivenza: la enseñanza de la historia (que no se hace en ninguna parte en Olivenza), por ejemplo; la utilización prática de la lngua, en documentos oficiales, toponímia, etc.; continuación del estudio de l portugués hasta niveles de eseñanza mas avanzados; y tantas cosas más...! Por encima de todo, es preciso dar el portugués dignidad... y utilidad.Revalorizar el portugués que sobrevive, el qual, por ser una variante del habla lusa regional del Alentejo, es víctima de comentarios poco agradables. Se debe "hacer el puente" entre las viejas generaciones y los jóvenes alumnos. Enseñandoles, por ejemplo, a partir de ejemplos de la vija cultura popular y erudita oliventina, en el idioma de Camões, y que es aún, gracias a las memorias etnográficas y a algunos poets populares vivos. Porque, si no entienden que están dando continuidad a la cultura de sus abuelos, los jóvenes oliventinos difícilmente comprendrán que aprender la lengua lusa es muy diferente de aprender una lengua extranjera (Ingles, Francés, Alemán). Es preciso decir claramente que el portugués es imprescidible para que las nuevas generaciones comprendan lo que las generaciones anteriores quisieran transmitir. Por todo esto, la situación actual no es famosa. Los estudios recientes hablan del "declive del portugués en Olivenza", en su uso coloquial, como un trabajo de la profesora Maria de Fátima Resende Matias, de la Universidad de Aveiro. Como decía un joven oliventino (Junio de 2007) a este respecto,[original en Portugués]«esto es una verdadera tragedia; después de poco más de 200 años, el portugués va a desaparecer en Olivenza; el alma de los pueblos es la lengua; la lengua y la memoria, es todo; en Olivenza van quedar solamente las piedras, las fachadas, de lo que fue su pasado portugués. No hay nada más triste que conocer que el fin va a llegar y nadie hace nada para evitarlo; ?nadie comprende que la muerte del último luso-hablante será la muerte del alma portuguesa, el fin de generaciones hablando portugués en las calles, en las casas, en el campo oliventino, a lo largo de más de siete siglos?». Y continua:[original en Portugués]«El artículo de la señora Fátima Matias explica perfect a mente las razones y el contexto de la agonia del portugués en Olivenza; pero...ahora ya no hay dictadura. Deberíamos estar orgullosos de tenar esta riqueza linguística y procurar la defensa y la enseñanza del portugués oliventino;(...) y, un poco también, el Estado portugués es también responsable; con independencia de cuestiones de índole soberanista, debería implicarse en la promoción del portugués en Olivenza y no solamente no reconocer la soberanía española y no hacer nada.» Es de aplaudir lo que se hace hoy, pero es imprescidible algo más. Hacer un estudio del portugués-alentejano hablado en Olivenza, y unir el mismo al portugués-patrón enseñado en las Escuelas, de este modo estabelecer la unión entre las generaciones y producir una normal continuidad lo quedebería naturalmente haber ocurrido. Así se corregirá la distorsión introducida por la presión del castellano. Este estudio puede ser hecho por quien demuestre ser capaz de hacerlo: portugueses, pero también algunos e specialistas y linguistas extremeños. A ningún estado (Portugal o España) se le podrá perdonar dejar morir una cultura. El aspecto político de la cuestión, que existe, puede ser secundarizado al máximo. El primer paso podrían ser unas jornadas, o un congreso, sobre el tema, que reúna la perticipación de especialistas y autoridades de diferentes orígenes, unidos por su buena voluntad... Carlos Eduardo da Cruz Luna | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: Re: Olivença Ter 13 Nov - 9:42:24 | |
| TEXTO EN ESPAÑOL:Revista espanhola RAY/IA VIVA (Prov. Badajoz); n. 13-Cuarto Trimestre 2007( DEPOIS, TEXTO TAMBÉM EM PORTUGUÊS)(Olivenza y ref. a Táliga) TEXTO EN ESPAÑOL:Revista espanhola RAY/IA VIVA (Prov. Badajoz); n. 13-Cuarto Trimestre 2007( DEPOIS, TEXTO TAMBÉM EM PORTUGUÊS)(Olivenza y ref. Táliga) TEXTO EN ESPAÑOL:Revista espanhola RAY/IA VIVA (Prov. Badajoz); n. 13-Cuarto Trimestre 2007 Revista espanhola RAY/IA VIVA (Prov. Badajoz); n. 13-Cuarto Trimestre 2007 LLAMAMENTO A ESPAÑOLES Y PORTUGUESES PARA SALVAR UNA LENGUA EN UN LUGAR DONDE LA LENGUA PORTUGUESA (VARIEDAD ALENTEJANA...) ESTÁ EN AGONIA. SALVAR EL PORTUGUÉS EN OLIVENZA (Incluye reflexiones de un joven local de 28 años) Carlos Eduardo da Cruz Luna En 1840, treinta y nueve años después de la ocupación española (1801), el portugués fué prohibido en Olivenza, inclusive en las Iglesias. Todavia, fue sobreviviendo, en una deliciosa tonada alentejana, que luego las autoridades, vigilantes, clasificaron como "chapurreo", lo que creó complejos de inferioridad en los utilizadores, llevándolos, cada vez más, a usar la Lengua Tradicional apenas a nível casero, dentro de la protección del hogar. Con estos condicionantes, después de doscientos años de presión, es entendido y hablado por cerca de, al menos el 35% de la población, según cálculos de la Unión Europea (Programa Mosaic). Como sucede, con todo, en estes casos, en cualquier punto del globo, el portugués fué perdiendo prestigio. No siendo utilizado nunca en documentos oficiales, en la toponímia (salvo si es traducido y tergiversado), o en cualquier otra situación que reflejase la dignidad de un idioma, se mantuvo, discretamente, a veces avergonzado. La dictadura franqu ista empeoró la situación. En las décadas de 1940, 1950, y 1960, era rarisimo, cási imposible en algunos casos, encontrar profesores, policias, funcionarios en general, que fuesen hijos de la tierra oliventina, en la propia Olivenza. Colonizadores inconscientes, peones en una política general de destrucción de las diferencias por toda España. Por ironia de la historia, algunos de esos ciudadanos "importados", con mucho menos complejos que los naturales porque no tenían conflictos de identidad, o sus hijos, se pusieran a estudiar los aspectos "curiosos", "específicos", de la cultura oliventina, acabando por producir trabajos de valor sobre la cultura de su nueva tierra, que pudieran llamar para siempre, y sen contestación, Tierra Madre, por adopción, por pasión, o incluso por nacimiento. La democracia abrió algunas nuevas parspectivas, pero los fantasmas no desaperecerán del todo. Algunos cursos de portugués fueran surgiendo, con mayor o menor éxito. A veces al sabor de cuesti ones políticas, como durante la década de 1990. En 1999/2000, continuando en 2000/2001, la embajada de Portugal en Madrid, y el Instituto Camões, apoyaran la enseñanza del portugués en la Enseñanza Primária en todas las escuelas de Olivenza, incluyendo las aldeas. Apenas Táliga, antigua aldea de Olivenza, transformada en el siglo XIX en un município independiente, está aun fuera de este proyecto, para lo cual fueron elegidos, primero tres, después cuatro profesores portugueses. Es urgente acudir a Táliga, donde solo el 10% de la población todavia tiene algo que ver con la lengua de Camões. Se dio un primer e importante paso. Pero no ha sido suficiente. El Estado portugués deberá intentar influir més y tomar otras medidas, dada su posición sobre el Derecho de Soberanía sobre Olivenza: la enseñanza de la historia (que no se hace en ninguna parte en Olivenza), por ejemplo; la utilización prática de la lngua, en documentos oficiales, toponímia, etc.; continuación del estudio del portugués hasta niveles de eseñanza mas avanzados; y tantas cosas más...! Por encima de todo, es preciso dar el portugués dignidad... y utilidad.Revalorizar el portugués que sobrevive, el qual, por ser una variante del habla lusa regional del Alentejo, es víctima de comentarios poco agradables. Se debe "hacer el puente" entre las viejas generaciones y los jóvenes alumnos. Enseñandoles, por ejemplo, a partir de ejemplos de la vija cultura popular y erudita oliventina, en el idioma de Camões, y que es aún, gracias a las memorias etnográficas y a algunos poets populares vivos. Porque, si no entienden que están dando continuidad a la cultura de sus abuelos, los jóvenes oliventinos difícilmente comprendrán que aprender la lengua lusa es muy diferente de aprender una lengua extranjera (Ingles, Francés, Alemán). Es preciso decir claramente que el portugués es imprescidible para que las nuevas generaciones comprendan lo que las generaciones anteriores quisieran transmitir. Por todo esto, la situación actual no es famosa. Los estudios recientes hablan del "declive del portugués en Olivenza", en su uso coloquial, como un trabajo de la profesora Maria de Fátima Resende Matias, de la Universidad de Aveiro. Como decía un joven oliventino (Junio de 2007) a este respecto,[original en Portugués]«esto es una verdadera tragedia; después de poco más de 200 años, el portugués va a desaparecer en Olivenza; el alma de los pueblos es la lengua; la lengua y la memoria, es todo; en Olivenza van quedar solamente las piedras, las fachadas, de lo que fue su pasado portugués. No hay nada más triste que conocer que el fin va a llegar y nadie hace nada para evitarlo; ?nadie comprende que la muerte del último luso-hablante será la muerte del alma portuguesa, el fin de generaciones hablando portugués en las calles, en las casas, en el campo oliventino, a lo largo de más de siete siglos?». Y continua:[original en Portugués]«El artículo de la señora Fátima Matias explica perfecta mente las razones y el contexto de la agonia del portugués en Olivenza; pero...ahora ya no hay dictadura. Deberíamos estar orgullosos de tenar esta riqueza linguística y procurar la defensa y la enseñanza del portugués oliventino;(...) y, un poco también, el Estado portugués es también responsable; con independencia de cuestiones de índole soberanista, debería implicarse en la promoción del portugués en Olivenza y no solamente no reconocer la soberanía española y no hacer nada.» Es de aplaudir lo que se hace hoy, pero es imprescidible algo más. Hacer un estudio del portugués-alentejano hablado en Olivenza, y unir el mismo al portugués-patrón enseñado en las Escuelas, de este modo estabelecer la unión entre las generaciones y producir una normal continuidad lo quedebería naturalmente haber ocurrido. Así se corregirá la distorsión introducida por la presión del castellano. Este estudio puede ser hecho por quien demuestre ser capaz de hacerlo: portugueses, pero también algunos e specialistas y linguistas extremeños. A ningún estado (Portugal o España) se le podrá perdonar dejar morir una cultura. El aspecto político de la cuestión, que existe, puede ser secundarizado al máximo. El primer paso podrían ser unas jornadas, o un congreso, sobre el tema, que reúna la perticipación de especialistas y autoridades de diferentes orígenes, unidos por su buena voluntad... Carlos Eduardo da Cruz Luna | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: Re: Olivença Ter 13 Nov - 9:42:45 | |
| (VERSÃO CURTA,PARA QUE PEÇO PUBLICAÇÃO) RESUMO DE INTERVENÇÃO NO CONGRESSO DA LUSOFONIA EM BRAGANÇA (5-Outubro-2007)
UM LUGAR ONDE A LÍNGUA PORTUGUESA (VARIEDADE ALENTEJANA...)ESTÁ EM AGONIA SALVAR O PORTUGUÊS EM OLIVENÇA (inclui reflexões de um jovem local de 28 anos )
Em 1840, trinta e nove anos após a ocupação espanhola (1801), o Português foi proibido em Olivença, inclusivamente nas Igrejas. Todavia, ele foi sobrevivendo, numa deliciosa toada alentejana, que logo as autoridades, vigilantes, classificaram como "chaporreo", palavra de difícil tradução (talvez "patois"; talvez "deturpação"), que criou complexos de inferioridade nos utilizadores, levando-os, cada vez mais, a usar a Língua Tradicional apenas a nível caseiro, dentro do aconchego do lar. Mesmo com esses condicionalismos, depois de duzentos anos de pressão, ela é entendido e falado por cerca de, pelo menos 35% da população, segundo cálculos da União Europeia (Programa Mosaic). Como sucede, contudo, neste casos, em qualquer ponto do Globo, o Português foi perdendo prestígio. Não sendo utilizado nunca em documentos oficiais, na toponímia (salvo se traduzido e deturpado), ou em qualquer outra situação que reflectisse a dignidade de um idioma, manteve-se, discretamente, por vezes envergonhadamente. A ditadura franquista piorou a situação. Nas décadas de 1940, 1950, e 1960, era raríssimo, mesmo impossível em alguns casos, encontrar professores, polícias, funcionários em geral, que fossem filhos da terra oliventina, na própria Olivença. Colonizadores inconscientes, peões numa política geral de destruição das diferenças por toda a Espanha. Por ironia da História, alguns desses cidadãos "importados", com muito menos complexos que os naturais porque não tinham, quaisquer conflitos de identidade, ou os seus filhos, puseram-se a estudar os aspectos "curiosos", "específicos", da cultura oliventina, acabando por produzir trabalhos de valor sobre a cultura da sua Nova terra, que podem chamar para sempre, e sem contestações, de Terra Mãe, por adopção, por paixão, ou já por nascimento. A Democracia abriu algumas novas perspectivas, mas os fantasmas não desapareceram de todo. Alguns cursos de Português foram surgindo, com maior ou menor sucesso. Por vezes ao sabor de questões políticas, como durante a Década de 1990 . Em 1999/2000, continuando em 2000/2001, a Embaixada de Portugal em Madrid, e o Instituto Camões, passam a apoiar o apoiar o ensino do português no Ensino Primário em todas as Escolas de Olivença. Incluindo as Aldeias. Apenas Táliga, antiga aldeia de Olivença transformada no Século XIX em município independente, está ainda de fora deste projecto, para o qual foram destacados, primeiro três, depois quatro professores portugueses. É urgente acudir a Táliga, onde só 10% da população ainda tem algo a ver com a Língua de Camões. Foi dado um primeiro e importante passo. Mas não se tem revelado suficiente. O Estado Português deverá tentar influenciar mais a tomada de outras medidas, dada até a sua posição sobre o Direito de Soberania sobre Olivença: o ensino da História (que não é feito em parte nenhuma em Olivença), por exemplo: a utilização prática da Língua, em documentos oficiais, toponímia, etc.; a continuação do Estudo do Português até níveis de ensino mais avançados; e tantas coisas mais que se poderiam referir! Acima de tudo, é preciso dar ao Português dignidade... e utilidade. Revalorizar o Português que sobrevive, o qual, por ser uma variante da fala lusa regional do Alentejo, é vítima de comentários pouco abonatórios. Deve-se "fazer a ponte" entre as velhas gerações e os jovens alunos. Ensinando-lhes, por exemplo, a partir de exemplos da velha poesia popular e erudita oliventina, no idioma de Camões, e que é ainda, graças a recolhas etnográficas e a alguns poetas populares vivos, suficientemente conhecida para tal. Porque, sem perceberem que estão a dar continuidade à cultura dos seus avós, os jovens oliventinos dificilmente compreenderão que aprender a língua lusa é muito diferente de aprender uma língua estrangeira (Inglês, Francês, Alemão). É preciso dizer claramente que o Português é imprescindível para que as novas gerações compreendam o que as gerações anteriores quiseram transmitir. Por tudo isto, a situação actual não é famosa. Há estudos recentes que falam em "declínio do Português em Olivença", no seu uso coloquial, como um trabalho da Professora Maria de Fátima Resende Matias, da Universidade de Aveiro. Como dizia um jovem oliventino (Junho de 2007), a este respeito, «isto é uma verdadeira tragédia; depois de pouco mais de 200 anos, o português vai desaparecer em Olivença; a alma dos povos é a lingua; a lingua é a memória, é tudo; em Olivença vam ficar sómente as pedras, as fachadas, do que foi o seu passado português; Nao há nada mais triste que conhecer que o fim vai chegar e ninguém fiz[fez] nada para evitá-lo; ninguém compreende que a morte do último luso-falante vai ser a morte da alma portuguesa, o fim de gerações falando português nas ruas, nas moradias, no campo oliventino, ao longo de mais de sete seculos?». E continua: «O artigo da senhora Fátima Matias explica perfeitamente as razoes e o contexto da agonia do português em Olivença; mas... agora já não há ditadura; Deveriamos ficar orgulhosos de ter esta riqueza linguística e procurar a defesa e o ensino do português oliventino; (...) e, um pouco também, o Estado português é também responsavel; com independência de questões de índole soberanista, deveria implicar-se na promoção do português em Olivença e nao sómente não reconhecer [a soberania espanhola] e não fazer nada.» Pode-se aplaudir o que se faz hoje, mas é imprescindível algo mais: faça-se um estudo do Português-Alentejano falado em Olivença, e ligue-se o mesmo ao Português-Padrão ensinado nas Escolas, de modo a fazer a ligação entre as gerações e produzir uma normal continuidade que deveria naturalmente ter ocorrido. Assim se corrigirá a distorção introduzida pela pressão do Castelhano. Este estudo pode ser feito por quem se mostre capaz de o fazer: portugueses, mas também alguns especialistas e linguistas extremenhos. A nenhum Estado (Portugal ou Espanha) se poderá perdoar deixar morrer uma cultura ! O aspecto político da questão, que existe, pode ser secundarizado ao máximo. O Primeiro passo poderão ser umas Jornadas, ou um Congresso, sobre o tema, que reuna a participação de especialists e autoridades das mais diferentes origens, unidos pela sua boa vontade...
Estremoz, texto actualizado em Agosto de 2007 Carlos Eduardo da Cruz Luna _______________________________________________________________________________________ TEXTO ORIGINAL INTEGRAL: | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: Re: Olivença Ter 13 Nov - 9:46:35 | |
| INTERVENÇÃO/TEXTO COLÓQUIO DA LUSOFONIA BRAGANÇA, 5 DE OUTUBRO DE 2007 APELO A ESPANHÓIS E PORTUGUESES PARA SALVAÇÃO DE UMA LÍNGUA A SITUAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM OLIVENÇA
1)CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS/SITUAÇÃO DO ALENTEJANO
Já não se considera, hoje em dia, que seja "natural" a desaparição de uma língua. Muito menos se aceita que haja línguas "superiores" e "inferiores". Sabemos que uma língua viva sofre evolução. Isso é diferente de defender que uma linguagem deva desaparecer, ainda que tal possa ocorrer. Uma língua não é só um conjunto de sons, articulados de forma convencional, de modo a designar algumas necessidades básicas de comunicação. Uma língua, sabemo-lo hoje, é um Universo Cultural no qual, entre outras coisas, se encerram os pensamentos, as emoções, as percepções do Mundo. A língua reflecte a História, e influencia-a por sua vez. Línguas houve que não sobreviveram. Outras que foram salvas à beira da extinção. Lembramo-nos todos do caso do Mirandês. Mesmo as línguas menos utilizadas mostram muito do Universo em que evoluíram. Refletem a História de um grupo humano. O Português, porque é uma língua viva, não parece ter os problemas de sobrevivência de uma língua minoritária. Afinal, não tardará muito que tenha trezentos milhões e utilizadores. A sua divresidade enriquece-a permanentemente. Mas... porque não é uniforme, nem está parada no tempo, a Língua Portuguesa sofre agressões. E algumas das suas, digamos, formas, podem estar ameaçadas. Ninguém duvida, por exemplo, que a "forma" alentejana de falar o Português esteja em relativo declínio. Mesmo porque ( e aqui entram aspectos políticos ), ao privilegiarem-se unitarismos linguísticos ditos "cultos" e centralismos castradores e preconceituosos, não houve grandes cuidados em preservar esse património cultural que era ( e ainda é ) o "alentejano". Apesar de tudo, o "alentejano" é um dialecto, ou subdialecto, do Português. Os falantes do Português Padrão, os falantes actuais da língua lusa no Alentejo, se verdadeiramente cultos, procurarão preservá-lo, registá-lo por escrito, explicá-lo. E, porque o "alentejano" tem raízes conhecidas, ele será, pelo menos, compreendido... embora corra o risco de ser pouco "sentido". Àqueles que consideram o "alentejano" uma forma inferior, por só verem o prestígio social numa forma de se expressar e não a sua lógica interna, a sua riqueza cultural, ou o seu valor histórico, nada há a dizer, pois essas pessoas não poderão ser consideradas como verdadeiramente cultas. Para quem a língua é mais do que isso, para aqueles que têm do fenómeno linguístico uma visão mais humanista, muito há a dizer. O "alentejano" tem séculos de existência". Numa época em que se procura tornar impensadamente igual tudo o que rodeia o Homem, esquecendo-se que uma das coisas que mais o satisfaz é a diversidade, há que lutar para que não morra. Essa é uma tarefa de todos os alentejanos, e de todos os amigos da cultura, portugueses ou não. A luta é difícil, mas há meios, é possível aceder a informação, e nada, senão muitas vezes os preconceitos dos próprios alentejanos, impede que se faça um esforço nesse sentido.
2) UMA REGIÃO ONDE O "ALENTEJANO" ESTÁ EM RISCO
Mas... a Língua Portuguesa, e, neste caso concreto, a sua forma alentejana, corre riscos, e sérios, de extinção, num espaço geográfico onde era "rei e senhor". Numa região que fica junto da sua matriz natural. As opiniões políticas não são consensuais sobre ela, mas procuremos evitar essa polémica, embora não o possamos desdenhar completamente, com o risco de elaborarmos um diagnóstico incorrecto e de prováveis soluções "curativas" não poderem, por isso, ser eficazes. Refiro-me à Região de Olivença, hoje constituída por dois Concelhos: Olivença e Táliga. No total, pouco mais de 12 000 habitantes em 463 Km.2. Aqui, infelizmente, conforme foi denunciado por dois estudos linguísticos bem significativos (Maria de Fátima Resende Matias, "A AGONIA DO PORTUGUÊS EM OLIVENÇA", 2001 ,Revista de Filologia Românica, vol. 18, 201, e Manuel Jesus Sánchez Fernàndez, "PORTUGUÊS DE ESPANHA. EXEMPLO: O DE OLIVENÇA", 2004 ), o Português está em risco. Está "em agonia", diz um dos estudos. Não é uma história bonita, esta. E está incompleta. Todavia, a História da sobrevivência da Língua Portuguesa em Olivença terá que ser feita um dia. Mais do que sobrevivência, é uma História de Resistência, dados a pressão e os condicionalismos vários, ainda muito mal estudados. Mas tem que ser contada, uma e outra vez, enquanto é tempo. O drama começou em 1801... Tem-se aqui de se referir toda uma política. Não se pretende levantar uma polémica, mas não é possível compreender o que se passou, e a situação actual, ocultando-se factos decisivos. Assim, já em 26 de Janeiro de 1805, suspendeu-se, naturalmente, o uso da moeda portuguesa em Olivença. As autoridades espanholas comunicaram então a vários ofícios, nomeadamente aos aguadeiros, que era obrigatório usar medidas espanholas (referiam-se a comprimento, peso, volume, etc.). Claro que a Língua não tardaria a sofrer as consequências. A 20 de Fevereiro de 1805, foi decidido suprimir toda e qualquer escola portuguesa, bem como o ensino do Português. A 14 de Agosto de 1805, as actas da Câmara Municipal passaram a ser escritas obrigatoriamente em Castelhano, o que fez uma vítima: Vicente Vieira Valério. Este, negando-se a escrever na Língua de Cervantes, teve de ceder o lugar a outro. E acabou por morrer à mingua de recursos, personificando um drama cujo desenvolvimento se processaria, geração após geração. Há notícias de oposição dos oliventinos a estas medidas. As Escolas privadas continuaram a ministrar ensino em Português, até que são fechadas a 19 de Maio de 1813, com o propósito (oficial) "de evitar qualquer sentimento patriótico lusitano" ( A.M.O. leg/Carp 7/2-18, 19-05-1813, n.º 1324; revelado por Miguel Ángel Vallecillo Teodoro, "Olivenza en su História", Olivença, 1999 ). Mas, porque eram muitos os oliventinos que queriam que os seus filhos fossem educados na língua materna, continuaram a existir professores particulares para o fazer. O "Ayuntamiento" não hesitou, e proibiram-se "as aulas particulares, sob pena de multa de 20 Ducados", em 1820 ( A.M.O. leg/Carp 8/1-171, 7-10-1820, n.º 1704; revelado, também, por Miguel Ángel Vallecillo Teodoro, "Olivenza en su História", Olivença, 1999 ). A população oliventina mantinha as velhas tradições, a vários níveis, procurando agir como se nada tivesse mudado. Mas tal foi sendo cada vez mais difícil, e muita gente foi emigrando, principalmente para as povoações portuguesas mais próximas. Em 1840, trinta e nove anos após a ocupação espanhola ( recorde-se: efectuada em 1801 ), o Português foi proibido em Olivença, inclusivamente nas Igrejas. O combate contra a Língua de Camões já vinha de trás, todavia. Algumas elites forma aceitando o castelhano. O Português foi-se mantendo, teimosamente, principalmente a nível popular. Numa deliciosa toada alentejana, que logo as autoridades, vigilantes, classificaram como "chaporreo", palavra de difícil tradução (talvez "patois"; talvez "deturpação"), que criou complexos de inferioridade nos utilizadores, levando-os, cada vez mais, a usar a Língua Tradicional apenas a nível caseiro, dentro do aconchego do lar, em público, quase só por distracção, ou com amigos próximos.
3) ÂNGELO BREA HERNANDEZ E AS SUAS CONCLUSÕES
Cabe aqui citar algumas considerações do autor contemporâneo Ângelo José Brea Hernandez, o que já fiz, sem hesitar, noutros trabalhos. A maneira como ele descreve o fenómeno de destruição de uma língua, tornada minoritária ,são de extrema actualidade. Segundo o citado, é costume, no colonialismo "tradicional", considerar a Cultura Dominante como muito superior às culturas dominadas. Tal situação verifica-se sempre em qualquer situação colonial, já que uma cultura tenta destruir a outra. Sem nos limitarmos apenas ao exemplo do Colonialismo Clássico, podemos analisar este aspecto através de outras situações. Assim, é sabido que a Cultura Urbana tenta dominar a Cultura Rural; que a cultura da Grande Cidade procura dominar a das pequenas cidades; que a Cultura das Regiões Centrais tente dominar as Culturas das Regiões Periféricas. Todavia, nestes casos quase não existe um conflito num sentido clássico ou violento do termo. Já, por exemplo, no colonialismo europeu em África, as diferenças são significativas, e o conflito assume formas bem violentas... Todavia, entre culturas próximas, a cultura dominante tem evidente facilidade em assimilar a da sua região dominada. À partida, já muita coisa é igual! Não obstante, e por estranho que pareça, isso nunca é completamente possível. Isto porque se de facto a região, mesmo pequena, tem uma cultura própria ainda que parecida, há muitos factores que o impossibilitam ou dificultam em externo, como a própria dinâmica interna da língua, a psicologia, o carácter, os nomes e apelidos, a arquitectura, e muitas outras coisas, de maior ou menor revelância. Por isso, por toda a Europa, por exemplo, em muitos Países, algumas culturas locais conseguiram resistir e conquistar o direito à diferença. Nacionalidades/Culturas que se julgam mortas renasceram. Desde talvez os Séculos XVI e XVII, o colonialismo, ou colonização, e a aculturação forçada, perderam quase toda a sua eficácia na maior parte da Europa. As pequenas regiões, mesmo falando línguas dos seus dominadores, não aceitam a sua destruição. Também não há razões fundamentais, hoje em dia, para se considerar que as culturas maiores em área ou população têm mais direitos do que as menores. E parte-se do princípio que, entre povos e estados modernos, Estados de Direito, os problemas culturais, ou fronteiras, ou outros, já não são tão dramaticamente conflitivos como noutros tempos. Por outro lado, deixar problemas por resolver, ignorando-os, provou não ter sido uma atitude correcta, como o provaram os conflitos aparentemente ilógicos e cruéis na antiga Jugoslávia... Também muitos argumentos de carácter económico mostraram não ser definitivos... porque nada é definitivo! Hoje, uma economia está mais forte... mas, no passado, não era isso que se verificava! E... quem pode dizer como vai ser o futuro? Afinal, NÃO HÁ CULTURAS SUPERIORES OU INFERIORES. HÁ CULTURAS DIFERENTES, TODAS RESPEITÁVEIS. NÃO HÁ OUTRO CAMINHO VISIVEL PARA O FUTURO QUE NÃO SE BASEIE NESTE PRINCIPIO. Na verdade, a causa de muitos conflitos actuais está no NÃO CUMPRIMENTO OU ACEITAÇÃO deste princípio, quer no passado, quer no presente. Desta forma, alguns dos argumentos tradicionais para justificar algumas aculturações estão sujeitos a uma curiosa evolução, perdendo valor, enquanto outro tipo de argumentos ganham peso.
4) VOLTANDO A OLIVENÇA
O hábito e o amor-próprio levavam o oliventino a, quase constantemente, "saltar" do castelhano para o português. De tal forma que, depois de duzentos anos de pressão, ele é entendido e falado por cerca de, pelo menos 35% da população, segundo cálculos da União Europeia (Programa Mosaïc). Como sucede, contudo, neste casos, em qualquer ponto do Globo, o Português foi perdendo prestígio. Não sendo utilizado nunca em documentos oficiais, na toponímia (salvo se traduzido e deturpado), ou em qualquer outra situação que reflectisse a dignidade de um idioma, manteve-se, discretamente, por vezes envergonhadamente. A Televisão e a Rádio vieram aumentar a pressão sobre o seu uso e compreensão. A Ditadura Franquista acentuou a castelhanização. Agora oficialmente, o Português era uma Língua de quem não tinha... educação! Uma Língua de Brutos, ou, como também se dizia, uma Língua Bárbara! Não obstante, ela sobreviveu. Mesmo nas ruas, surgia e ressurgia, a cada passo... raramente na presença da autoridades. Mesmo algumas elites continuavam a conhecê-la, embora numa fracção minoritária. Nas décadas de 1940, 1950, e 1960, era raríssimo, mesmo impossível em alguns casos, encontrar professores, polícias, funcionários em geral, que fossem filhos da terra oliventina, na própria Olivença. Colonizadores inconscientes, peões numa política geral de destruição das diferenças por toda a Espanha. Se há ironias na História, esta pode ser uma delas. Alguns desses cidadãos "importados", com muito menos complexos que os naturais porque não tinham, quaisquer conflitos de identidade, ou os seus filhos, puseram-se a estudar os aspectos "curiosos", "específicos", da cultura oliventina! "Oliventinizados", por vezes até, ainda que ligeiramente, em termos linguísticos, acabaram por produzir trabalhos de valor sobre a cultura da sua Nova terra, que podem chamar para sempre, e sem contestações, de Terra Mãe, por adopção, por paixão, ou já por nascimento. | |
| | | Valdez Almirante do Império
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| Assunto: Re: Olivença Ter 13 Nov - 9:47:45 | |
| 5) NOVOS TEMPOS/ALGUMAS PROPOSTAS DE SOLUÇÃO A Democracia deveria ter aberto novas perspectivas, mas os fantasmas não desapareceram de todo. Alguns cursos de Português foram surgindo, com maior ou menor sucesso. Por vezes ao sabor de questões políticas, como durante a Década de 1990 por causa dos avanços e recuos no atribulado processo que levou à construção de uma nova Ponte da Ajuda o Guadiana, entre Elvas e Olivença (inaugurada em 11 de Novembro de 2000). Em 1999/2000, continuando em 2000/2001, a Embaixada de Portugal em Madrid, e o Instituto Camões, passam a apoiar o apoiar o ensino do português no Ensino Primário em todas as Escolas de Olivença. Incluindo as Aldeias. Apenas Táliga, antiga aldeia de Olivença transformada no Século XIX em município independente, está ainda de fora deste projecto, para o qual foram destacados, primeiro três, depois quatro professores portugueses. Aproveite-se para dizer ser urgente acudir a Táliga, onde só 10% da população ainda tem algo a ver com a Língua de Camões. Urgentíssimo! Tinha sido dado um primeiro e importante passo. Mas não se tem revelado suficiente. O Estado Português deverá tentar influenciar a tomada de outras medidas, dada até a sua posição sobre o Direito de Soberania sobre Olivença: o ensino da História (que não é feito em parte nenhuma em Olivença), por exemplo: a utilização prática da Língua, em documentos oficiais, toponímia, etc.; a continuação do Estudo do Português até níveis de ensino mais avançados; e tantas coisas mais que se poderiam referir! Não resisto a citar um caso em que a omissão de dados históricos é particularmente significativa: muitos oliventinos pensam que há "Olivenças" na América Latina, mas pensam ser no México ou na Argentina, o que é falso. Ignoram,quase todos, que há três Olivenças no Brasil (uma no interior de Alagoas; outra na costa baiana, junto a São Jorge de Ilhéus; uma terceira no Amazonas, denominada São Paulo de Olivença), e que houve uma em Angola (hoje Capunda-Cavilongo) e outra em Moçambique (hoje Lupulichi). Que idéia tem o oliventino do seu papel no Mundo? Pouco interessa aqui dar demasiada relevância ao problema que subsiste entre os dois maiores Estados Ibéricos. O que não se pode negar é e ele existe e influencia esta problemática, ainda que pouco importe aprofundar aqui quem tem razão. Não se pode, também, é "fingir" que está tudo perfeitamente definido ! muito menos em nome do politicamente correcto.... Para já, e acima de tudo, é preciso dar à Língua Portuguesa dignidade... e utilidade. Descolonizar/Recuperar Cultural e Linguisticamente, pelo menos em termos psicológicos. Revalorizar o Português que sobrevive, o qual, por ser uma variante da fala lusa regional do Alentejo, é vítima de comentários pouco abonatórios. Deve-se "fazer a ponte" entre as velhas gerações e os jovens alunos. Ensinando-lhes, por exemplo, a partir de exemplos da velha poesia popular e erudita oliventina, no idioma de Camões, e que é ainda, graças a recolhas etnográficas e a alguns poetas populares vivos, suficientemente conhecida para tal. Porque, sem perceberem que estão a dar continuidade à cultura dos seus avós, os jovens oliventinos dificilmente compreenderão que aprender a língua lusa é muito diferente de aprender uma língua estrangeira (Inglês, Francês, Alemão). É preciso dizer claramente que o Português é imprescindível para que as novas gerações compreendam o que as gerações anteriores qui seram transmitir. 6) EXEMPLOS DE FALA OLIVENTINA/UMA VOZ CONSCIENTE Não resisto a dar aqui alguns exemplos da tradição popular oliventina, dominada pela terminologia alentejana: Na Vila de Olivença Ó minha mãe, minha mãe, não se pode namorar! "companhêra" de "mê" pai, As velhas saem ao Sol eu "tamêm" sou "companhêra" e põem-se a criticar! daquele cravo que ali vai! Eu tenho uma silva em casa Olha bem para o "mê" "pêto" que me chega à "cantarêra" onde está o coração busque "mê" pai quem o sirva vê lá se disto há "dirêto" que eu "nã" tenho quem me "quêra"! diz-me agora: sim ou não ! "Azêtona" pequenina Saudades, tenho saudades, também vai ao lagar; saudade das "fêticêras". eu também sou pequenina Lembrança das amizades mas sou firme no amar. da terra das "olivêras". Se eu tivesse não pedia Adeus, Largo do Calvário coisa nenhuma a "nênguém" por cima, por baixo não. mas, como "nã" tenho, peço Por cima vão os meus olhos uma filha a quem a tem por baixo, meu coração. Textos destes poderiam multiplicar-se. Ainda, entre os idosos, há quem conheça estas quadras. Mas entre os jovens, poucos as conhecem. Como é possível que não se ensine Português aos oliventinos... começando por quadras como estas ? Começando por ouvir idosos declamarem-nas ? Exemplos de que não tem sido essa a perspectiva do Ensino do Português ora leccionado encontram-se, por exemplo, no facto de, durante algum tempo, ter-se considerado que continuar o Ensino do Português no Secundário, como sucede em Badajoz e noutros locais, poderia ser perigoso em Olivença. Ridículo! Depois, tal foi levado a cabo, dizem que quase mais por insistência do Professor João Robles Ramalho, que de outra coisa. E, como o dito professor morreu, de repente, há uns meses... espera-se que tal não seja usado como desculpa para não se voltar a ensinar a língua a nível mais avançado. Haja esperança.... Mas a situação actual não é famosa. Há estudos que falam em "declínio do Português em Olivença", no seu uso coloquial. Como dizia um jovem oliventino (Junho de 2007), a este respeito, «isto é uma verdadeira tragédia; depois de pouco mais de 200 anos, o português vai desaparecer em Olivença; a alma dos povos é a lingua; a lingua é a memória, é tudo; em Olivença vam ficar sómente as pedras, as fachadas, do que foi o seu passado português; Nao há nada mais triste que conhecer que o fim vai chegar e ninguém fiz[fez] nada para evitá-lo; ninguém compreende que a morte do último luso-falante vai ser a morte da alma portuguesa, o fim de gerações falando português nas ruas, nas moradias, no campo oliventino, ao longo de mais de sete seculos?». E continua: «O artigo da senhora Fátima Matias explica perfeitamente as razoes e o contexto da agonia do português em Olivença; mas... agora ja nao há ditadura; Deveriamos ficar orgulhosos de ter esta riqueza linguística e procurar a defesa e o ensino do português oliventino; (...) e, um pouco também, o Estado português é também responsavel; com independência de questões de índole soberanista, deveria implicar-se na promoção do português em Olivença e nao sómente não reconhecer [a soberania espanhola] e não fazer nada.» Pode-se aplaudir o que se faz hoje, mas é imprescindível algo mais: faça-se um estudo do Português-Alentejano falado em Olivença, e ligue-se o mesmo ao Português-Padrão ensinado nas Escolas, de modo a fazer a ligação entre as gerações e produzir uma normal continuidade que deveria naturalmente ter ocorrido. Assim se corrigirá a distorção introduzida pela pressão do Castelhano. Este estudo pode ser feito por quem se mostre capaz de o fazer: portugueses, mas também alguns especialistas e linguistas extremenhos. A nenhum Estado (Portugal ou Espanha) se poderá perdoar deixar morrer uma cultura ! 7) UMA LUTADORA EM NOME DA CULTURA E DA TRADIÇÃO Há alguém, em Olivença, que é um exemplo. Trata-se de uma Senhora, que não admite que ponham em causa o seu amor a uma Olivença espanhola. Todavia, e para honra e Espanha, esta incansável senhora, Rita Asensio Rodríguez, tem dedicado a sua vida a escrever livros e mais livros, onde descreve os velhos costumes oliventinos, e, o que mais nos interessa aqui, a sua maneira de falar. Muitas vezes ela opina que se trata de formas únicas no mundo, pois desconhece o "alentejano". Todavia, ela faz recolha após recolha, e é ela que mais sabe, hoje em dia, sobre a fala popular oliventina. O seu último trabalho ("Apuntes para una História Popular de Olivenza", 2007), para além de descrever inúmeras tradições populares, algumas já desaparecidas, tem no fim uma espécie de "pequeno dicionário" de oliventino-espanhol. Citar alguns exemplos é a melhor forma de justificar o tema da minha comunicação. Começo por termos que não foram alterados, e que são comuns ao Português -Padrão: Alcofa; Atrapalhado; Abóbora; Agriões; Alfazema; Bacorinho; Brincos; Bicas; Bazófia; Costas; Carocha; Chapéu; Coentro; Calças; Coelho; Courela; Espalhafato; Escaravelho; Esquecer; Ferro (de engomar); Fornalha; Grãos; Gargalo; Garfo; Ervilhas; Lenço; Maluco; Melão; Minhocas; Osga; Pousio; Picha; Pintassilgo; Peúgas; Poleiro; Panela; Rola; Roseira; Ranho; Saudade; Salsa; Turra; Tacões; Ventas (nariz); Vespa. Sigo com termos alentejanos,ou que considerei como tais para melhor explicar,na sua forma original, na sua forma actual usada em Olivença, e traduzidos, se necessário: Azevia/Açubia(-); Alguidári; Alface/Alfaça; Azêtona; Arrecadas/Arcadas (grandes brincos); Andorinha/Andrurinha; Alarvices; Paleio/Apaleo; Asnêras; Amanhado (arranjado, preparado); Alicati; Alentar/Alantar (crescer); Aventar (deitar fora, derrubar); Vasculho/Basculho (vassoura); Melancia/B´lancia; Barbulha (borbulha); Brócolos/Broquis; Bebedêra/Bebedela; Biquêra; Badana (mulher velha); Baldi; Bandalho (mal vestido); Barranhola/Barranhali (Banheira); Púcaro/Búcaro; Boleta (Bolota); Caliche (Caliça); Cuitadinho; Descarada/Cascarada (!); Corremaça (correria); Cueiros/Culêros; Chico (Francisco); Descasqueado (Limpo); Dôtorice (jactância); Embatucado (sem palavras); Escandalêra; Engadanhado (impedido de usar os dedos por causa do frio); Empolêrar-se; Esturricar; Escancarar(abrir totalmente); Ajoelhar-se/Esvoelhar-se; Escavacada/Escavada (!); Entrudo; Enciêradas (gretadas de frio); Janela/Esnela; Centopeia/Entopeia; Falhupas (chiapas de lume); Esfregão/Fregón; Fartadela; Feij ão-frade/Fradinho; Fanhoso; Fedorento/Fudurento; Fêtecêra; Farinhêra mole; Ferrugento/Furrugento; Fatêxa; Garganêro (açambarcador, egoísta); Galiquêra ou Caliquêra (doença venérea); Libória (tonta); Lençoli/Lançoli; Leque/Lecre; Mangação/Mangaçón (troça); Melhoras (Boas melhoras); Monte/Monti (Herdade); Mexeriquêra/Mixiriquêra; Mascarra (Sujidade, Amorenado); Mondar (actividade agrícola); Nódoas/Nodas; Pantanêro/Patamêro (lama); Cair de Pantanas (cair de costas); Pelintra/Pilintra; Passarola/Passarinha/Passarilha (Púbis e vulva); Piali (Poial); Reboliço/Raboliço; Remela/Ramela; Repesa (arrependida); Ralhar/Rayari; Rabujento/Rabulhento; Ceroulas/Cirôlas; Chocalhos/Sacayos; Surrelfa; Saboria (Sensaboria); Cenoura/Cinôra; Sabola (Cebola); Tanjarina; Devagarinho/Vagarito; Velhici; Varais dos òculos/Varales dos ócalus; Sarrabulho (confusão, desorganização) Lamento ter-me alongado, mas talvez assim tenha transmitido algo de concreto que de outra forma não seria possível. Ouviram falar "alentejano", ou oliventino... como queiram; e esta senhora, Rita Asencio Rodríguez, tem mais três ou quatro livros mais antigos publicados dede há trinta anos. Como se pode deixar perder tudo isto? A História não nos perdoaria. ALGUNS EXEMPLOS COLHIDOS AQUI E ALI Não resisto a lembrar algumas reacções com que me deparei em Olivença. Por exemplo, numa aldeia, falando em Português com os donos de um "estanco" de Tabacos, insisti no conhecimento histórico e na preservação da língua. Os interlocutores, falando em Português, contestavam essas opiniões. Dei o exemplo deles próprios, a falar a língua lusa. A reacção foi devastadora: "Malditos dos nossos pais, que nos deixaram esta língua!" Outro exemplo: num Monte (herdade) oliventino, falando com uma senhora de, talvez, trinta anos, fui correspondido em português/alentejano. Recordo uma frase dela, ao dirigir-se ao marido: "Segura aqui no "minino", para eu temperar a "selada". Mas, cerca de cinco minutos depois de conversação, a mesma senhora, sem que nada o fizesse prever, interrompia o seu discurso na língua de Camões, e declarou, aterrada: "Desculpe! Estou a falar em Português! É falta de Educação!" Começou a falar em castelhano. Claro, contestei a decisão... ouvindo aquilo que talvez mais irrita um alentejano em Olivença (e se ouve continuamente...) como justificação: "Isto que a gente fala já não é Português, é um "chaporreo". Um outro exemplo pretende mostrar como o Português que se ensina actualmente em Olivença provoca choques geracionais. Um idoso de um Monte (herdade), quando foi por mim elogiado por falar idioma luso, ripostou-me: "isto já não é Português, nem é nada. A minha sobrinha, que aprende na Vila (Olivença), é que fala um Português verdadeiro. Ela até me critica!" Para acabar, um exemplo mais pitoresco. Encontrei em Olivença um homem de cerca de cinquenta anos, que, ironizando, me disse que falava Português porque nessa língua "não há confusões entre Padre (sacerdote) e Pai." Aqui, uma posição crítica em relação ao cristianismo ajudava a preservar a língua. 9) JÁ OS ANTIGOS SABIAM... A atitude de muitos oliventinos, que se orgulham de já falarem espanhol "sem acento", e de já não se distinguirem dos "espanhóis verdadeiros", o que, já por si, é uma afirmação curiosa, faz-me lembrar uma "análise" de Tácito, sobre o modo como os conquistados pelo Império Romano iam aceitando a Cultura do Conquistador. Dizia ele: "(...) os mais propensos há pouco a rejeitar a língua de Roma ardiam agora em zelo para a falar eloquentemente. Depois isto foi até ao vestuário que nós temos a honra de trajar, e a toga multiplicou-se, progressivamente. Chegaram a gostar dos nossos próprios vícios, do prazer dos pórticos, doa banhos e do requinte dos banquetes, e estes iniciados LEVAVAM A SUA INEXPERIÊNCIA A CHAMAR CIVILIZAÇÃO AO QUE NÃO ERA SENÃO UM ASPECTO DA SUA SUJEIÇÃO." Podemos transpor esta reflexão para o campo linguístico em Olivença. E só nos podemos espantar com "a sabedoria dos antigos", como se costuma dizer. 10) CONCLUSÕES Contrariar a situação de agonia do Português Popular de Olivença é uma tarefa que não se limita aos defensores da lusofonia. Para já, alguns possíveis "remédios" foram propostos ao longo deste trabalho. Mas a questão NÃO É SÓ lusófona. Quero deixar aqui um apelo a Espanha, e muito particularmente às autoridades da Extremadura Espanhola, e ainda mais particularmente às autoridades municipais da Região Histórica de Olivença. Não importa que se defenda que Olivença deve ser espanhola, portuguesa, ou até mesmo francesa ou coreana. O que não é digno é que, em pleno Século XXI, numa Europa que se diz herdeira e praticante de valores humanistas e democráticos, nada se faça para combater o risco de desaparição de uma língua, que é o reflexo de toda uma cultura. Não é aceitável que não se procure restituir a dignidade a uma cultura tradicional. Também não é muito digno que não se informe toda uma população das suas raízes e da sua História. Se se quiser, recorrendo a uma frase feita, "não é europeu", e nem sequer politicamente correcto. Também o Estado Português não está isento de culpas. Independentemente de aspectos políticos e de contestação de traçado de fronteiras, aspectos que não importa desenvolver aqui, Lisboa tem a obrigação de agir. Ao abrigo das suas competências, pode, deve, transmitir muito claramente o seu descontentamento e a sua apreensão. Propor soluções. Editar brochuras. Protestar contra a ocultação da História. Como faz noutros pontos do mundo em que há presença portuguesa. "A minha Pátria é a Língua Portuguesa", disse Fernando Pessoa, tão citado por elites variadas. Passe-se à prática este princípio ! Pela minha parte, pela nossa parte, não nos calaremos, e desde já nos propomos a ajudar pessoas ou instituições, independentemente da sua orientação política ou da sua nacionalidade, para combater a agonia do Português em Olivença. O Primeiro passo poderá ser um Congresso, ou umas Jornadas, ou uns Encontros, sobre o tema, que reúna a participação de especialistas e autoridades das mais diferentes origens, unidos pela sua boa vontade... Estremoz, 11 de Julho de 2007 Carlos Eduardo da Cruz Luna | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Qua 14 Nov - 16:57:10 | |
| Caro Valdêz Estou "impressionado" (este tópico já existe há bastante tempo), por ter reecolocado aquí ,os textos sobre Olivença ,de Dr. Carlos Luna ,espero que continue ,basta enviar o seu endereço para carlosluna@sapo.pt Se quizer ser associado da Causa de Olivença este link resolve www.olivenca.org | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Seg 26 Nov - 13:04:03 | |
| VISITE PORTUGAL... AO SUL DE BADAJOZ Quantas vezes não se vai a Espanha, principalmente a Badajoz, vindo-se de Lisboa, Évora, Estremoz, Portalegre, e passando por Elvas, para fazer compras, ou passear, ou em busca de divertimento, perdendo-se por algumas horas, ou até por alguns dias, o contacto com Portugal ?
Se em Badajoz, por fim, decidimos em voltar a Portugal, a primeira idéia que nos ocorre, se viemos de Elvas, é fazer dez quilómetros e regressar a esta cidade. Talvez haja alternativas. Se regressar a Elvas, não o faça de imediato. Vá 20 Quilómetros para o Sul. É claro que poderá ter seguido outro caminho. Poderá ter vindo do Sul, pela fronteira de São Leonardo, 70 Km. a Sul de Badajoz. Ou poderá ter vindo directamente de Elvas, pela nova Ponte da Ajuda, sem ir a Badajoz. Mas, porque a ida a esta mesma Badajoz é, de longe, a mais comum, prossigamos o nosso roteiro como se estivéssemos a vir da Grande Urbe Extremenha, de Norte para Sul. Neste caso, atenção ! A partir do quilómetro 17 do Estrada que liga Badajoz a Alconchel, começa uma região que merece uma visita. A partir da Ribeira de Olivença, está a entrar no Território Histórico de Olivença. São cerca de 453,61 Km.2, até às Ribeiras de Táliga (ou de Alconchel) e de Alcarrache. Segundo a perspectiva diplomática oficial portuguesa, é um território legalmente português, administrado de facto pela Espanha. Uma região que foi, na época franquista principalmente, sujeita a uma descaracterização que se pode classificar de dramática. Durante mais ou menos quarenta anos. Sendo Democracias actualmente, Portugal e Espanha, aproveitando até o facto de ambos estarem na União Europeia, podem agora encarar este litígio de forma aberta, sem complexos, com um mínimo de traumas, sem pôr em causa princípios e interesses legítimos nem planos de cooperação noutros domínios. As boas relações facilitam a discussão de todos os assuntos, principalmente os melindrosos. Os preconceitos passam a ter muito menos sentido. Só por isso, a Democracia vale a pena ! Mas...voltemos à Ribeira de Olivença. Ao lado da Ponte Nova, está uma mais antiga, que deixou de ser usada em 1994. Para já, informa-se que está a um quilómetro do local onde foram assassinados o General Humberto Delgado e a sua secretária, em 1965. Mesmo a Norte da Ribeira de Olivença, a Leste, nas proximidades da herdade de "Los Almerines". Se veio do Sul, ou de Elvas pela nova Ponte da Ajuda, que muitos querem, pelo episódio histórico referido, que se chame "Ponte General Humberto Delgado", terá de percorrer três ou quatro quilómetros para norte, a partir da Terra das Oliveiras Mas siga, se vindo do Norte. Está próximo, muito próximo mesmo de Olivença. Acabará por avistar a cidade, donde se destaca uma Torre de Menagem. Avance, vire à direita, e terá chegado a um mundo que o surpreenderá... se tiver olhos para ver. Continue a ler, e dar-nos-á razão... esperamos. Verá muitas casas alentejanas, principalmente em ruas pequenas, e até em algumas grandes. Principalmente algumas artérias simples poderão surpreender, mesmo porque é nelas que eventualmente poderá ouvir falar português "alentejano", por vezes com surpreendente pureza. Pode mesmo tomar a iniciativa. Sem dúvida que os nomes das ruas parecem, e são, espanhóis. E, daí, talvez não. Os nomes antigos, que os precederam, são bem portugueses, e muita gente os conhece, principalmente os mais idosos. Rua dos Oleiros. Rua das Atafonas. Rua do Poço. Rua da Caridade. Rua da Pedra. Rua dos Saboeiros. Há tantas, tantas ! Mas... vamos á parte turística "consagrada. Comece pela Torre de Menagem, construída por volta de 1488, por ordem de D. João II de Portugal. Encontrará, num mesmo complexo, um Museu Etnográfico...que já foi Municipal... e que é algo de admirável. Está ali todo um passado, quase sem barreiras. Há Pré-História. Há mundo rural. Há mundo urbano. Há coisas que nunca pensou ver num museu... mas que devem mesmo lá estar. Aprenderá algo, seguramente. Está na parte mais antiga de Olivença, a chamada zona dionisina. Nome derivado de D. Dinis de Portugal, que em 1297 assegurou a posse lusitana da cidade (Tratado de Alcañices), após meio século de confusões fronteiriças. Verá por ali as Portas dos Anjos, ou do Espírito Santo. Também as de Alconchel. E, já disfarçadas no Palácio dos Duques de Cadaval, actual Câmara Municipal, as Portas da Graça. E, como se não bastasse, estão a ser reconstruídas umas outras, que, entre outros nomes, se chamaram de São Sebastião... Porque estamos na parte dionisina, visite a Igreja de Santa Maria do Castelo, que seria a mais antiga (século XIII)...se não tivesse sido toda reconstruída no final do século XVI e recebido acrescentamentos posteriores. Por isso, nela encontrará talha barroca. E também uma belíssima árvore genealógica da Virgem Maria. Entre outras coisas. Saiamos da zona dionisina pelas Portas do Espírito Santo, e examinemos a Porta Manuelina da Câmara Municipal. É um exemplar valioso. Já que falamos em Manuelino... vamos à Igreja de Santa Maria Madalena, a 20 metros de distância. Eis uma espantosa Catedral Gótica- Manuelina. As colunas toscanas imitam cordas na perfeição. E podemos ver azulejos. E Talha Barroca. Não há que espantar. O templo foi sede do Bispado Português de Ceuta. O seu primeiro bispo, Frei Henrique de Coimbra, está lá sepultado. Trata-se ( as voltas que a História dá !) do homem que rezou a Primeira Missa no Brasil, em 1500. Voltemos a passar em frente da Câmara Municipal, e viremos à esquerda, percorrendo parte da Rua da Caridade. Eis-nos diante da Misericórdia de Olivença. Vejamos os mármores em torno da belíssima porta. Os Escudos Nacionais, um deles picado. Entremos, e visitemos a Igreja/Capela. Tantos azulejos portugueses ! Dir-se-ia uma versão menor da Igreja da Madalena. E há talha em madeira para todos os gostos... Sigamos depois pela Rua Espírito Santo, ou pela sua paralela, a Rua Fernando Afonso Durão ("Fernando Alfonso"), ou das Parreiras. Desembocaremos na Plaza de España, antigo Terreiro ou Passeio Velho. E... para quem pensa que a presença histórica portuguesa se esgotou lá pelo sèculo XVII, veja o Palácio dos Marçais, pombalino, do Século XVIII. Aí chegados, se houver tempo, não é má idéia visitar-se o Convento de São Francisco (Séculos XVI/XVII), porque fica a menos de 100 metros. Mas...existem muitas alternativas ainda ! Podemos visitar alguns troços, de incontestável beleza, das muralhas dos séculos XVII-XVIII ( estilo "Vauban"; iniciadas a propósito da Guerra da Restauração ), e, andando um bocado mais, ver as Portas do Calvário, que delas fazem parte, em mármore, iguaizinhas às que se encontram, por exemplo, em Elvas e Estremoz. À direita das Portas do Calvário, encontraremos o Convento de São João de Deus ( Século XVI ). Se, depois, seguirmos pelas ruas de Santa Luzia e de Santa Quitéria, encontraremos uma pequena Igreja, de Nossa Senhora da Conceição (ou de Santa Quitéria), e, sempre andando, uma dependência das já destruídas Portas de Santa Quitéria, ou Porta Nova, companheiras das Portas do Calvário (ainda que sem mármores). Mais acima, o antigo Quartel de Cavalaria dos Dragões de Olovença (século XVIII) dá-nos as boas vindas. Em frente deste, nas antigas cavalariças, um Centro de Lazer para Idosos ("Hogar del Pensionista") poderá ensinar-lhe miuta coisa ! A menos de 50 metros, está o novíssimo Centro Cultural de Olivença/Casa da Cultura/Universidade Popular. A cultura tem lugar de destaque na Moderna Olivença. Em todas estas "voltas", poderão observar-se os muitos "Passos" da Paixão de Cristo de que Olivença dispõe. Estão um pouco por todo o lado, alguns com azulejos novos, executados por artistas/profissionais das Caldas da Rainha. Há muita coisa para ver. É difícil dizer tudo ! Se, de facto, se pensa que a Cultura não são só monumentos, e nem só cidades, então, para além das Ruas Antigas já sugeridas, podemos visitar as aldeias dos arredores. Como, por exemplo, São Jorge de Alôr, cinco quilómetros para Leste. Veremos casas alentejaníssimas, e chaminés meridionais portuguesas de estonteante altura. Podemos, em alternativa, visitar São Bento da Contenda (7 Km. a Sudoeste), com o mesmo tipo de arquitectura, uma das povoações onde a Língua Portuguesa se mantém como língua comum. Podemos ainda visitar Vila Real, 10 Km. a Oeste, frente a Juromenha, de cujo extinto Concelho foi parte até 1801. As características linguísticas e arquitectónicas continuam a surpreender...ou, nesta altura, talvez já não ! Ainda que, em Vila Real, em 2004 e 2005, muita coisa tenha mudado, com umas obras em várias das suas velhas casas. Pelos vistos, não se está a preservar como devia a velha traça popular na região... Mas... vamos a São Domingos de Gusmão, 4 Km. a sudeste, aldeia quase abandonada por causa da emigração. Prosseguindo pela estrada que a esta conduz, a 20 Km. de Olivença, encontra-se Táliga, ou Talega, uma antiga aldeia que é hoje um Concelho independente da Terra das Oliveiras. Embora não tanto como noutras povoações, o Português alentejano ainda por lá subsiste... e é muito bem entendido... ainda que o possa não parecer à primeira vista ! Poderemos ainda visitar as aldeias novas de São Francisco e São Rafael de Olivença, 7Km. a Norte de Olivença, a primeira, e 9 a nordeste, a segunda. Só existem desde 1954. Claro, por isso as suas características arquitectónicas são diferentes, mas há por lá umas chaminés não previstas nos planos iniciais, e a população também vai falando e compreendendo a lusa fala... em versão planície. Já que andamos por estradas várias, visitemos a velha Ponte da Ajuda (10 Km. a noroeste da urbe transodiana), destruída desde 1709. Não foi reparada depois, e a ocupação espanhola de Olivença em 1801 veio dificultar ainda mais as coisas. É um impressionante Monumento Manuelino (mais um ! ), que tem cerca de 450 metros, 19 arcos, e um largo tabuleiro de quase seis metros... o suficiente para se cruzarem duas carroças. Não se sabe quando, ou mesmo se será reconstruída. O que se fez nesse sentido esteve e está envolvido em acesa polémica. Mas... desde 11 de Novembro de 2000, a cem metros ao sul da ruína, temos uma nova Ponte. A tal que há quem queira que se chame "General Humberto Delgado". Construída depois de quase uma década de desntendimentos diplomáticos. Ela lá está, ligando directamente a Elvas ( e a mais lado nenhum ! ), sendo considerada como infra-estrutura local ou municipal, e não internacional. Aliás, o Estado Português pagou-a integralmente. Uma história que teve e tem tantos episódios e condicionantes estranhos, que deveria merecer um livro... Claro que, para quem sai de Elvas e se dirige somente a Olivença, a Ponte constituirá o primeiro local a visitar quando entrar na Região... Voltemono-nos para outras coisas... ou outros pontos de interesse. Por exemplo, na estrada para São Jorge de Alôr há a Quinta de São João, ou da Marçala, ou dos Marçais... que esconde um Convento de Frades Franciscanos do Algarve, fundado talvez em 1500. Encontramos muitos "montes" rurais alentejanos. Em número superior a uma centena. Encontramos... Vamos a deter-nos com as indicações. Quem quiser, vá a Olivença. Descubra mais coisas. Escreva sobre isso, ou relate aos amigos. Parece-nos que já demos pistas suficientes ! Não caia no erro de querer visitar coisas entre as catorze e as dezassete horas locais, pois, durante três horas, tudo fecha. É a inevitável "Siesta"... a Sesta, que já se usou no Alentejo. Agora, dizem que vai acabar. Esperemos, para ver. Ah, e procure visitar as Igrejas de manhã, pois de tarde só por acaso estarão abertas. Por aqui ficamos. Visitou o que procurava. Ou, se veio de Badajoz, talvez tenha feito menos compras do que esperava, ou pelo menos, não onde as pensava fazer. Seja como for, foi decerto interessante descobrir Portugal... a pouco mais de 20 Quilómetros ao Sul de Badajoz ! Estremoz, texto revisto em 25 de Fevereiro de 2006 Carlos Eduardo da Cruz Luna;) | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Dom 2 Dez - 13:45:28 | |
| TEXTO ORIGINAL INTEGRAL
AS LACUNAS DA MEMÓRIA NOS 200 ANOS DAS INVASÕES FRANCESAS Recordam-se, neste ano de 2007, os duzentos anos das Invasões Francesas. Eis algo que, esperemos, dê azo a grandes reflexões sobre a História de Portugal.Tefiro-me a uma História sem complexos. Porque, neste campo. continuam a existir muitos complexos. Um deles reside no facto de pouco se falar na revolta popular generalizada do povo português contra o ocupante gaulês, em 1808. Ela foi geral, e percorreu quase todo o País. O problema é que teve aspectos considerados bárbaros para os meis sensíveis. E, como no seu ódio contra quem pilhava e roubava Portugal se viam como inimigos também os ideais liberais, a História, escrita principalmente por liberais, vitoriosos em 1820, e definitivamente em 1834, resolveu falar pouco disso. Bastará ler alguns livros, pouco citados e quase nunca reeditados, para compreender o que foi um povo em fúria a lutar contra um ocupante opressor e contra os seus colaboradores "internos". è o caso da "História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal", de José Acúrsio das Neves. Ou de "El-Rei Junot, de Raul Brandão". Dir-se-ia que algumas elites apanharam um valente susto. E, pelos vistos, ainda não se sentem à vontade com o tema. Ao ponto de investigadores estrangeiros pensarem que não houve revolta. Houve, sim. Cega, reaccionária porque contra tudo o que o invasor representava, desumana com excepções pontuas. O que não se pode fazer é História (com "H" maiúsculo) omitindo o que não convém. Esperemos que os duzentos anos façam algo para recuperar este passado. Que poderá não ser bonito, mas que existiu, e foi uma manifestação colectiva, das mais importntes da História do Povo Português. Outro complexo está em deliberadamente esquecer o que se poderá considerar como uma pré-invasão francesa. Há até quem lhe chame Primeira Invasão francesa. O "caso" passou-se em 1801, e anvolveu uma invasão espanhola, manobrada por Paris. Dela resultou a ocupação de Olivença... curiosamente, o último vestígio palpável de toda aquela época, uma vez que subsiste um conflito diplomático até hoje. A História é simples. A Revolução Francesa, de início, é bem aceite em Portugal, salvo pelo Poder. Mas, com as Reformas democráticas, e principalmente com o início da Expansão francesa, as coisas mudam. A morte do Rei Luís XVI lançou o pânico. Toda a Europa se coligou contra a França. Neste contexto, Portugal vai participar, em 1793, como um exército auxiliar da Espanha, nas, tantas vezes esquecidas, Campanhas do Rossilhão e da Catalunha. É nessa altura que surge Manoel Godoy, "primeiro-ministro" de Espanha. Em plenas campanhas, assina a Paz com a França (1795), ganhando o título de "Príncipe da Paz". Todavia, Portugal foi esuqecido pelo seu aliado. Continua, teoricamente, em guerra com a França. Abre-se, até 1801, um período de uma complexidade extraordinária. Portugal procurava a paz, usando a Espanha como medianeira, mas em vão. A partir de 1799 mais se complica a situação portuguesa. Napoleão procurava alargar o Domínio Francês. Em 1801, Bonaparte, nomeia um exército para invadir Portugal, sob o comando do general Leclerc. Godoy, todo poderoso em Espanha, viu na invasão de Portugal uma oportunidade de brilhar ainda mais (?),e convence Napoleão a deixar que seja ele a comandar a invasão do Alentejo à frente de um exército espanhol. Os franceses ficaram estacionados ao longo da fronteira, em Ciudad Rodrigo. Esta invasão, denominada Guerra das Laranjas, para muitos não é mais do que a primeira invasão francesa. Quase sem luta todo o Alentejo, mesmo porque havia a sensação de que se estava a lutar por "estranhos ao conflito", como "carne para canhão". As negociações de paz em Badajoz, levaram à devolução de todas as Praças a Portugal, salvo Olivença. Nestas negociações estavam, também, representados os franceses, que se sentiram defraudados, e negaram-se a subscrever o texto. Este apresentava lacunas várias, que Portugal considerou depois conduzirem à sua nulidade. Como disse Pinheiro Chagas, o tratado de Badajoz quebra-lhe «nas mãos a arma de que se estava servindo nas suas negociações com a Inglaterra». Perante isto, é natural que muitos considerem a invasão de 1801 como a primeira invasão francesa. O que é indesmentível é que a "Questão de Olivença" está ligada a este período da nossa História. O que muitos continuam a esquecer, a omitir, e negar (?), mas principalmente a desprezar. Esperemos não ter de esperar mais cem anos, enquanto povo, para ver estas questões tratadas com verdade e sem complexos....
Estremoz, 26-Novembro-2007 Carlos Eduardo da Cruz Luna;) | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
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| Assunto: Re: Olivença Dom 2 Dez - 13:46:37 | |
| OLIVENÇA: Diário de Notícias, supl. GENTE, entrevista c/Pres. Gr. Am. Olivença, António Teixeira Marques O MAPA COM A FRONTEIRA SÓ TRACEJADA FERNANDO MADAÍL RODRIGO CABRITA (imagem) Em vez de um risco grosso, um tracejado no mapa. Uma disputa fronteiriça entre a Índia e o Paquistão, a Eritreia e a Etiópia, o Chile e a Bolívia? Não! A desavença, velha de dois séculos e nunca claramente assumida nas cimeiras bilaterais, é entre Portugal e a Espanha, que não colocam marcos fronteiriços entre o rio Caia e a ribeira de Cuncos, o limite fronteiriço que não consta na cartografia oficial portuguesa nem em qualquer documento com o escudo nacional. Eis o motivo que faz com que os cerca de 750 associados do Grupo dos Amigos de Olivença (GAO) - que assinalam sempre com ênfase o 1.º de Dezembro - continuem a pugnar para que o Estado Português prossiga o que consideram um "imperativo constitucional": a exigência de que Espanha cumpra o decidido no Congresso de Viena de 1815, isto é, a entrega do território de Olivença Na origem da polémica está a Guerra das Laranjas. Em 1801, com o apoio napoleónico, as tropas espanholas tomaram Olivença a 20 de Maio, no dia seguinte conquistaram Juromenha, cercaram Campo Maior e, depois, Elvas. Após duas semanas, Portugal pediu a paz e, a 6 de Junho, assinaria o Tratado de Badajoz, em que os territórios alentejanos eram restituídos, à excepção da praça de Olivença do seu território além-Guadiana, que ficavam espanhóis "em qualidade de conquista". O documento, em que se selava uma paz eterna entre os dois Estados, seria considerado nulo se alguém violasse qualquer dos seus pontos. E como, em 1807, os espanhóis apoiaram a invasão francesa de Junot, um diploma do príncipe regente (futuro D. João VI, já no Rio de Janeiro, que era, à época, a capital portuguesa), o Manifesto de 1 de Maio de 1808, declara nulo e de nenhum vigor o anterior Tratado de Badajoz. No Congresso de Viena de 1815, em que se reúnem França, Grã-Bretanha, Áustria, Prússia, Rússia, Suécia, Portugal e Espanha para se desenhar a nova ordem europeia após as Guerras Napoleónicas, o art. 105.º da Acta Final obrigava a Espanha (que só assinaria o documento em 1817) a devolver Olivença a Portugal. O actual presidente do GAO, Teixeira Marques, sustenta ao DN que aquele grupo de cidadãos pretende o mesmo que tem sido sempre "a política oficial do Estado Português" neste tema, mas insistindo para que o assunto "se reponha em cima da mesa das negociações diplomáticas". Evocando a História e o Direito Internacional, lembra que o Manifesto de 1808 "nunca foi revogado por qualquer outro documento jurídico idêntico" e que as autoridades nacionais continuam, em seu entender, vinculadas a esse diploma. Além disso, alega que o art. 5.º-1 da Constituição de 1976 - "Portugal abrange o território historicamente definido no continente europeu" - só se entende por ter, implícita, uma alusão a Olivença. E acrescenta que esta tese é subscrita pelos principais constitucionalistas, de Jorge Miranda a Gomes Canotilho. Neste contexto, admite Teixeira Marques, "não sugerimos que se faça um referendo em Olivença ou se recorra a um tribunal arbitral, que a questão seja debatida no âmbito da ONU ou em Bruxelas", pois isso compete aos legítimos representantes do País. Os Amigos de Olivença insistem é na necessidade do tema integrar a agenda da nossa diplomacia e ser abordado entre os dois Estados. Parecem distantes, pois, os tempos em que o presidente do GAO era o almirante Pinheiro de Azevedo (primeiro-ministro do VI Governo Provisório e candidato na eleição presidencial de 1976), que publicou um livro com o título Olivença Está Cativa Pela Espanha - Por Culpa de Quem? Olivença! Gibraltar! Malvinas! e sugeriu uma "marcha verde" para libertar a cidade. E, no entanto, o actual presidente - ou qualquer outro membro dos corpos dirigentes do GAO, onde há gente do CDS ao BE, "com cartão passado", incluindo votantes no PCP, PS e PSD - acredita que, com um período razoável para se fazer um referendo (três ou quatro anos, de forma a criar um "estado de espírito pró-português"), seria "estultícia considerar que o resultado era pró-espanhol". E vai mais longe: "Se, por hipótese, se decidisse fazer uma consulta aos oliventinos já depois de amanhã, haveria 4%, 5% ou 10% que votavam para serem portugueses". Perante o cepticismo, Teixeira Marques avança vários argumentos, invocando testemunhos de gente humilde e obras de pessoas letradas, visitas a casas onde os antigos denunciam o seu bilinguismo nas canções de embalar e e-mails de jovens que querem perceber por que motivo "não são iguais aos de Badajoz". "O tempo jogou contra Portugal - até porque o homem comum não conhece a História -, mas agora já não joga. A erosão que o tempo podia fazer está feita: ou conseguiu a castelhanização ou, então, num tempo de globalização, já não o consegue." E o presidente dos Amigos de Olivença lembra as fases em que Madrid aumentou a aculturação: em 1805, as actas da câmara começaram a ser em castelhano e, em 1840, o uso do português foi proibido nas liturgias e os padres passaram a falar na língua dos funcionários, professores e magistrados, persistindo o português só entre a população rural. No franquismo, que tentou erradicar o basco, o catalão e o galego, não se podia falar português na rua, sob pena de serem aplicadas coimas aos delinquentes linguísticos. Entretanto, a par da escolaridade obrigatória na língua oficial, a rádio e a televisão acentuaram a presença do castelhano no quotidiano. A questão de Olivença, que muita gente em Portugal considera uma bizantinice, tem afinidades com as polémicas que, oficialmente, Madrid mantém com Londres, a propósito de Gibraltar, e Rabat com Madrid, sobre Ceuta e Melilla. Afinal, o título do polémico livro lançado em 2003 pelo embaixador espanhol Máximo Cajal era Ceuta, Melilla, Olivenza y Gibraltar. Donde termina España. E até o site da CIA, na página dedicada a Espanha, acrescentou há uns anos que "Portugal não reconhece a soberania espanhola sobre o território de Olivença, com base em diferentes interpretações do Congresso de Viena de 1815 e do Tratado de Badajoz de 1801" . E, enquanto aponta para o mapa pendurado numa parede da sede dos Amigos de Olivença, em Lisboa, Teixeira Marques cita uma frase escrita por Henrique Barrilaro Ruas: "Olivença é a chaga do lado no coração de Portugal." | (NOTA: ENTREVISTA INCLUI AINDA TRÊS EXCELENTES PEQUENAS NOTAS, com o "ESTILO MANUELINO", "HUMBERTO DELGADO", e a "PONTE DA AJUDA") | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
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| Assunto: Re: Olivença Sáb 15 Dez - 2:25:13 | |
| Texto sobre o Grande Homem e Grande Patriota ; Ventura Ledesma Abrantes A não Perder ,em : http://www.somosportugueses.com/
aquí é o link directo á página http://www.somosportugueses.com/modules/articles/index.php?cat_id=22 | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
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| Assunto: Re: Olivença Ter 18 Dez - 15:53:19 | |
| "NOS CAMINHOS DE OLIVENÇA" na "net" O texto e as gravuras do livro de Carlos Luna "NOS CAMINHOS DE OLIVENÇA" estão disponíveis na "net", no "site" da Biblioteca Digital do Alentejo (MONOGRAFIAS), http://www.bdalentejo.net/ Carlos Luna carlosluna@sapo.pt | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
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| Assunto: Re: Olivença Sex 18 Jan - 22:08:12 | |
| Diário do Sul (Évora), 18 de Janeiro de 2008 (ed. papel) AMIGOS DE OLIVENÇA MANIFESTAM-SE HOJE EM BRAGA Amigos de Olivença desafia governos de Portugal e Espanha a resolverem litígio O Grupo dos Amigos de Olivença vai marcar presença, sexta-feira, junto ao Mosteiro de Tibães, Braga, onde decorre a Cimeira Ibérica, para alertar os chefes de governo de Portugal e Espanha para a situação daquela localidade fronteiriça. «A questão de Olivença, inquestionavelmente presente na realidade política luso-espanhola, continua por resolver, uma vez que Portugal não reconhece a soberania de Espanha sobre o território, que considera português (de direito)», refere uma carta enviada a José Sócrates e a José Luís Zapatero. O documento, hoje divulgado, recorda que este problema é um «factor de desconfiança e reserva» entre os dois países, salientando que «tem sido causa de muitos dos atritos e dificuldades verificados em áreas relevantes da política bilateral. «Uma boa vizinhança não pode ser construída sobre equívocos e ressentimentos», defende o Grupo dos Amigos de Olivença, considerando que é «escusada, inadmissível e insustentável a tentativa de esconder a existência política da questão de Olivença». Nesse sentido, o grupo defende que este assunto seja incluído na agenda diplomática luso-espanhola, considerando que o actual estado das relações entre os dois países, que integram os mesmos espaços políticos, económicos e militares, é adequado a que «ambos assumam que é chegado o momento de discutir a questão de Olivença e de dar cumprimento à legalidade e ao direito internacional». O Grupo dos Amigos de Olivença, criado há cerca de 70 anos, desafia, por isso, os governos de Lisboa e Madrid a que iniciem «conversações que conduzam à solução justa do litígio». Olivença, historicamente disputada por Portugal e Espanha, está localizada na margem esquerda do rio Guadiana, encontrando-se a 23 quilómetros da cidade portuguesa de Elvas e a 24 quilómetros da espanhola Badajoz. EXPRESSO ONLINE, 18-Janeiro-2008 Cimeira Ibérica: Amigos de Olivença desafia governos de Portugal e Espanha a resolverem litígio Porto, 17 Jan (Lusa) - O Grupo dos Amigos de Olivença vai marcar presença, sexta-feira, junto ao Mosteiro de Tibães, Braga, onde decorre a Cimeira Ibérica, para alertar os chefes de governo de Portugal e Espanha para a situação daquela localidade fronteiriça. 17:03 | Quinta-feira, 17 de Jan de 2008 Porto, 17 Jan (Lusa) - O Grupo dos Amigos de Olivença vai marcar presença, sexta-feira, junto ao Mosteiro de Tibães, Braga, onde decorre a Cimeira Ibérica, para alertar os chefes de governo de Portugal e Espanha para a situação daquela localidade fronteiriça. "A questão de Olivença, inquestionavelmente presente na realidade política luso-espanhola, continua por resolver, uma vez que Portugal não reconhece a soberania de Espanha sobre o território, que considera português (de direito)", refere uma carta enviada a José Sócrates e a José Luís Zapatero. O documento, hoje divulgado, recorda que este problema é um "factor de desconfiança e reserva" entre os dois países, salientando que "tem sido causa de muitos dos atritos e dificuldades verificados em áreas relevantes da política bilateral. "Uma boa vizinhança não pode ser construída sobre equívocos e ressentimentos", defende o Grupo dos Amigos de Olivença, considerando que é "escusada, inadmissível e insustentável a tentativa de esconder a existência política da questão de Olivença". Nesse sentido, o grupo defende que este assunto seja incluído na agenda diplomática luso-espanhola, considerando que o actual estado das relações entre os dois países, que integram os mesmos espaços políticos, económicos e militares, é adequado a que "ambos assumam que é chegado o momento de discutir a questão de Olivença e de dar cumprimento à legalidade e ao direito internacional". O Grupo dos Amigos de Olivença, criado há cerca de 70 anos, desafia, por isso, os governos de Lisboa e Madrid a que iniciem "conversações que conduzam à solução justa do litígio". Olivença, historicamente disputada por Portugal e Espanha, está localizada na margem esquerda do rio Guadiana, encontrando-se a 23 quilómetros da cidade portuguesa de Elvas e a 24 quilómetros da espanhola Badajoz. FR. Lusa/fim Jornal gratuito "DESTAK", 17-Janeiro-2008 Amigos de Olivença desafia governos de Portugal e Espanha a resolverem litígio O Grupo dos Amigos de Olivença vai marcar presença, sexta-feira, junto ao Mosteiro de Tibães, Braga, onde decorre a Cimeira Ibérica, para alertar os chefes de governo de Portugal e Espanha para a situação daquela localidade fronteiriça. «A questão de Olivença, inquestionavelmente presente na realidade política luso-espanhola, continua por resolver, uma vez que Portugal não reconhece a soberania de Espanha sobre o território, que considera português (de direito)», refere uma carta enviada a José Sócrates e a José Luís Zapatero. O documento, hoje divulgado, recorda que este problema é um «factor de desconfiança e reserva» entre os dois países, salientando que «tem sido causa de muitos dos atritos e dificuldades verificados em áreas relevantes da política bilateral. «Uma boa vizinhança não pode ser construída sobre equívocos e ressentimentos», defende o Grupo dos Amigos de Olivença, considerando que é «escusada, inadmissível e insustentável a tentativa de esconder a existência política da questão de Olivença». Nesse sentido, o grupo defende que este assunto seja incluído na agenda diplomática luso-espanhola, considerando que o actual estado das relações entre os dois países, que integram os mesmos espaços políticos, económicos e militares, é adequado a que «ambos assumam que é chegado o momento de discutir a questão de Olivença e de dar cumprimento à legalidade e ao direito internacional». O Grupo dos Amigos de Olivença, criado há cerca de 70 anos, desafia, por isso, os governos de Lisboa e Madrid a que iniciem «conversações que conduzam à solução justa do litígio». Olivença, historicamente disputada por Portugal e Espanha, está localizada na margem esquerda do rio Guadiana, encontrando-se a 23 quilómetros da cidade portuguesa de Elvas e a 24 quilómetros da espanhola Badajoz. Com Lusa RTP ONLINE, 17-Janeiro-2008 Nacional Cimeira Ibérica: Menezes defende mais "solidariedade ibérica" para promover desenvolvimento Braga, 16 Jan (Lusa) - O presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, destacou hoje a importância das cimeiras ibéricas no relacionamento entre Portugal e Espanha, mas defendeu que deveriam assumir uma perspectiva de "verdadeira solidariedade ibérica" para o desenvolvimento económico e social. tamanho da letra ajuda áudio enviar artigo imprimir "As cimeiras ibéricas são mais do que válidas, mas têm sido vistas numa lógica de curto prazo, com declarações de boas intenções numa perspectiva de médio e longo prazo, e não numa lógica de verdadeira solidariedade ibérica na perspectiva do desenvolvimento económico e social", afirmou o líder social-democrata, que é também presidente do Eixo Atlântico, associação transfronteiriça que congrega munícipios do Norte de portugal e da Galiza. Luís Filipe Menezes, que falava à Lusa a propósito da XXIII Cimeira Ibérica, que começa sexta-feira em Braga, considerou que se "deveria introduzir uma nova perspectiva de abordagem das questões ibéricas na filosofia das cimeiras entre os dois países". Para o líder do Eixo Atlântico, a forma como são actualmente encaradas as reuniões entre os governos dos dois países existe porque "talvez nunca se tenha equacionado a ideia de que os interesses de Portugal e de Espanha podem ser complementares". "Espanha é um grande país e Portugal não pode ombrear de igual para igual do ponto de vista da dimensão económica e social, mas, sem uma atitude de subserviência, pode confrontar os espanhóis com a evidência de que um Portugal forte do ponto de vista económico e social pode ser importante para uma parte da Espanha, menos desenvolvida", defendeu. Para Menezes, "Espanha pensa sempre numa perspectiva do seu território, pelo que cabe a Portugal demonstrar que podem existir sinergias que beneficiam também a Espanha". Numa análise aos resultados das últimas cimeiras ibéricas, o líder social-democrata considerou que é chegada a altura de "encontrar o consenso necessário para que um conjunto de projectos, que podem promover o aumento da coesão peninsular, com benefícios recíprocos, sejam analisados numa perspectiva de rentabilidade do desenvolvimento económico e social, e não numa perspectiva de resolução de problemas de curto prazo". "Um dossier em que essa nova abordagem deveria ser perspectivada tem a ver com o que deveria ser a integração de todo o sistema de transportes e comunicações numa lógica de desenvolvimento com benefícios recíprocos", defendeu, destacando a importância estratégica dos portos portugueses. "O aumento da competitividade dos nossos portos é muito importante para Portugal, mas também é muito importante para uma faixa territorial de Espanha que está mais próxima dos portos portugueses do que dos principais portos espanhóis", afirmou. Essa nova filosofia de abordagem dos problemas ibéricos deveria, na opinião de Menezes, abranger também a rede de transportes ferroviários, seja de passageiros ou de mercadorias. "Fala-se muito destes projectos numa perspectiva de ligação à Europa continental, mas a questão meramente peninsular merecia esta nova abordagem", salientou o líder da oposição em Portugal, defendendo a necessidade de se "retirar algum egoísmo e se apontar para o que pode ser o desenvolvimento económico e social dos dois países numa área territorial alargada". Luís Filipe Menezes considerou que se trata de uma "questão vital para o futuro de Portugal", questionando se esta vertente tem sido equacionado na preparação de grandes investimentos públicos, como o comboio de alta velocidade. "Temos que perguntar que projecto de desenvolvimento económico e social é que vai servir a alta velocidade entre Lisboa e Madrid. Será só para criar circunstancialmente mais 40 ou 50 mil postos de trabalho e depois ficarmos com um elefante branco que não é possível gerir?", questionou. Para o presidente do PSD, "é necessário perspectivar os projectos numa lógica que lhes dê consistência de rentabilidade económica, para que sejam factores de aumento da coesão entre os dois países e potenciem o desenvolvimento da economia". Nesse sentido, considerou que se "fala muito de alta velocidade, mas, se calhar, era mais importante falar do transporte ferroviário de mercadorias, que potenciasse os portos portugueses, dando-lhes competitividade para que os empresários espanhóis preferissem Sines, Lisboa ou Leixões". "Isso não está a ser feito e estamos a perder tempo e a perder o mercado, o que é mau para Portugal", alertou Menezes, recordando os investimentos que Espanha está actualmente a fazer na modernização de alguns dos seus principais portos. FR. | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Seg 21 Jan - 22:27:01 | |
| Comunicado Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org Comunicado Reagindo à iniciativa do Grupo dos Amigos de Olivença que, no decurso da XXIII Cimeira Luso-Espanhola, levantou publicamente a questão de Olivença, o Senhor Primeiro-ministro, em entrevista à RTP, em 19-01-2008, veio dizer que o assunto «não foi discutido» na Cimeira (1). Tal afirmação, que em si mesma nada traz de novo e só surpreende pela franqueza com que se admite e confessa publicamente uma prática política nada louvável, embora adoptada por sucessivos governos, deve ser sublinhada pela exuberância com que o Senhor Primeiro-ministro assume publicamente a existência do litígio, a sua relevância e a profunda perturbação que provoca no relacionamento político dos dois Estados. No mais, a referência - aparentemente desdenhosa - à intervenção de tantos portugueses que em elevada manifestação de cidadania têm lembrando as responsabilidades que cabem ao Governo na sustentação dos direitos de soberania sobre uma parcela do território nacional, como fazendo «parte do folclore democrático», só pode ser entendido como um momento de infelicidade, decerto resultante da tensão a que o Senhor Primeiro-ministro estivera sujeito, traduzindo também alguma desatenção ou inabilidade políticas. Aliás, não poderia ser de outra forma pois que, conforme afiançou recentemente o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, em carta dirigida a esta associação em 12 de Novembro, p. p.: «O Estado português é rigoroso na prática de actos externos, quanto à delimitação constitucional do seu território, em observação do que estipula o artigo 5.º da Constituição: "1. Portugal abrange o território historicamente definido no Continente europeu [...] 3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre eles exerce [...]". A política que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem seguido, e as orientações que tem dado [...] tem sido de que nenhum acto, acordo ou solução em torno desta questão deve implicar o reconhecimento por Portugal da soberania espanhola sobre Olivença» (2). O Grupo dos Amigos de Olivença faz notar que a sua actuação reproduz a posição político-constitucional portuguesa e, lamentando as palavras menos felizes e inapropriadas do Senhor Primeiro-ministro, reafirma a sua determinação em prosseguir os esforços que vem desenvolvendo pelo reencontro de Olivença com Portugal. OLIVENÇA É TERRA PORTUGUESA! VIVA OLIVENÇA PORTUGUESA! O Presidente da Direcção Lisboa, 20 de Janeiro de 2008. (1) Pode consultar-se em : mms://195.245.128.30/rtpfiles/videos/auto/telejornal/telej_2_19012008.wmv (aos 27 min e 48 seg do vídeo) (2) Pode consultar-se a Carta do MNE em: <http://www.olivenca.org/imagens/MNE_7905.pdf> | |
| | | Luso Capitão de Fragata
Número de Mensagens : 15 Data de inscrição : 25/01/2008
| Assunto: Re: Olivença Sex 25 Jan - 12:33:25 | |
| Eu no fim de semana passado fui a Olivença de propósito,e o que vi lá foram jardins de aspecto espanhol ,que coisa horrivel,mas depois o que vi foram edificios de arquitectura portuguesa e simbolos/brasões do Imperio Português,não há duvidas Olivença é e tem que ser mesmo Portuguesa. Mas poderá ser uma estratégia de Portugal,á espera que Olivença rebente de riqueza e desenvolvimento investido por Espanha para depois a reclamar | |
| | | Valdez Almirante do Império
Número de Mensagens : 926 Local/Origem: : www.reifazdeconta.pt.vu Data de inscrição : 13/12/2006
| Assunto: Re: Olivença Seg 28 Jan - 21:57:55 | |
| Incrível!
Inqualificável!
No telejornal das 20 horas de hoje, sábado, 19 de Janeiro de 2008, o chefe do Governo, José Sócrates, respondendo à pergunta de um jornalista sobre se na cimeira luso-espanhola fora discutida a questão de Olivença, disse: "Isso é folclore".
Este homem não revelou sentido de Estado. Nem está a defender a dignidade de Portugal.
Enquanto o governo espanhol não perde oportunidades de reivindicar a posse do rochedo de Gibraltar actualmente sob soberania do Reino Unido e o Reino de Marrocos persistentemente reclama da Espanha a devolução de Ceuta e Mellila, os governantes portugueses demitem-se do dever patriótico de exigirem da Espanha o retorno de Olivença ao seio da pátria portuguesa.
Infelizmente a atitude de cobardia face à Espanha tem sido constante. Desde governos monárquicos, passando pelos governantes da primeira república, governos de Salazar, até aos executivos que se sucederam desde 25 de Abril de 1974, todos se têm curvado, subservientes, perante os governantes espanhóis. É uma vergonha nacional. Uma desonra do Estado de Portugal.
Teria sido por esta cobardia dos dirigentes políticos nacionais que o generalíssimo Francisco Franco nutria um soberano desprezo pelos portugueses e que, mesmo na hora da morte, ousou classificar-nos de gente cobarde?
Quanto aos actuais governantes comprazem-se em se confessarem amigos dos seus homólogos espanhóis e se assumirem como simpatizantes do Iberismo.
Esta é uma situação de renúncia, de servilismo e desonra que nos deixa envergonhados perante nós mesmo e os outros povos.
Uma infelicidade que resulta de estarmos mergulhados na "austera, apagada e vil tristeza", citada pelo imortal poeta maior da nossa mui querida Língua.
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com | |
| | | Luso Capitão de Fragata
Número de Mensagens : 15 Data de inscrição : 25/01/2008
| Assunto: Re: Olivença Qua 30 Jan - 5:35:48 | |
| Isso já era de prever destes governos.
O que mais me deixa perplexo é de o povo não exigir perante o governo a entrega de Olivença,ou será que também querem viver como espanhóis só por causa do ordenado?? e de baixos impostos??
Quando o governo cedeu sobre o Mapa cor de rosa,mataram o rei,então e agora que governo cede sobre Olivença,não matam o presidente? não se criam sociedades secretas??
Não entendo isto. É por isso que as oportunidades se perdem,principalmente quando vem a nova geração que não se interessa por politica ou não percebe. Os putos até dizem que seria melhor sermos espanhois,vejam lá bem o patriotismo que temos,só existe na merda da selecção.
E a comunicação social não é capaz de pressionar esta questão?? Que revolta que isto me dá. | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sex 15 Fev - 21:51:13 | |
| Texto cedido gentilmente por , Sr. Dr. Carlos Luna Citação: Olivença em comentátios no Público economia.publico.clix.pt/noticia.aspx ECONOMIA - PUBLICO.PT Alguns (cerca de metade) comentários ao artigo "online" do Público-ECONOMIA Sócrates diz que Zapatero é o seu melhor amigo político na Europa Projecto ibérico para energias alternativas vai para Badajoz 19.01.2008 - 15h11 Por Lusa, PUBLICO.PT (Há aqui pessoas que dizem estar a escrever de Olivença) Ao Sr Coelho e outros...apenas para meditar Estes acordos são assim: para uns, os portugueses, fica o trabalho duro e de resultado incerto (centro de investigação). Para outros fica o negócio fácil com resultados mais que certos. Com amigos destes mais vale ficar sozinho. Prefiro mil vezes pagar para desenvolver quem fala a nossa língua em Àfrica do que aqueles que sempre nos tentaram tramar. Já agora comparar Macau e Olivença não é coisa correcta. Olivença foi assaltada, brutalmente pela força das armas, saqueada e os seu habitantes postos a ferros. Em Macau os portugueses foram convidados pelos chineses de então a estabelecer-se na Península onde não havia cidade nenhuma então. Mais tarde os próprios governantes chineses reconheceram a doação perpétua do território aos portugueses (para todo o sempre como se escreveu no acordo de doação, livre e assinado por ambas as partes, de certa forma renegado por ambas as partes no processo de transição). De Olivença levaram-nos 750 Km2 de território conjuntamemte um pouco da alma da nossa nação. Em Macau nós deixámos cultura, história e gentes singulares e únicas (os macaenses luso-chineses), que hoje são fundamentais para a singularidade daqueles 30 km2 no contexto mundial. Vai uma grande diferença! Por Carlos, Braga em 19.01.2008 Título zapatero, o teu melhor amigo politico??? lambe botas. ha medo em falar sobre olivenca?????? "de jure" so servem para servirem os interesses dos espanhois. que desgosto. Por Anónimo, olivenca em 19.01.2008 Título E Olivença? Continua a ser folclore e fingir-se que o problema não existe? Espanha até agradece que não se fale no assunto... Até quando se vai continuar a pôr fora da Agenda Ibérica a questão da localidade portuguesa? A China nunca se esqueceu de Macau. Ah, mas Olivença (Olivenza como lhe chamam nostros hermanos) é folclore, já me tinha esquecido... Por Anónimo, Localidade, País em 19.01.2008 olivença Olivença qual Olivença, os oliventinos querem ser portugueses ou espanhois ?, já os ouviram, e os gibraltinos ?, deixem-se de tretas Por jorge simoes, massama em 20.01.2008 Olivença é terra portuguesa Que o primeiro ministro portugues Socrates diga que Olivença pertence ao folclore, é no minino desconhecer a constituição portuguesa, no artigo numero 5. e desconhecer a historia de Portugal e da ilegal ocupação de parte do territorio portugues. Por Francisco, Olivença em 19.01.2008 Olivença A Questão de Olivença continua presente na memória dos portugueses, e é uma ofensa e uma traição a Portugal que o PM Socrates diga que é folclore, se assim é então que ele delimite a fronteira na região do Caia. para ver o que vai dar. ......... Por Joaquim, Coimbra em 19.01.2008 Título Mais que folclore... Olivenza esta morta e enterrada. Ha 200 anos que quem la nasce e' espanhol Ha 200 anos que quem la vive fala espanhol Ha 200 anos que quem la habita tem cultura e tradicoes espanholas. Olivenza e' Espanha. Ponto final. So mesmo num pais de quarto mundo como Portugal e' que com tantos problemas para resolver se vao preocupar com uma questao que ta mais que morta e enterrada. Ha ate quem diga em "voz" alta que nao e' espanhol... mas la que e' ignorante e'... Deixem-se de quezilhas e facam-se a vida. Por Anónimo, Localidade, País em 20.01.2008 Título Olivença foi apenas o inicio do que os espanhois nos querem levar.ja levam o nosso peixe, os nossos bancos, ja plantam o nosso alentejo, condicionam o nosso abastecimento de agua, ocupam os nossos hospitais, agridem portugueses na fronteira, invadem as nossas lotas e impigem os seus produtos. Uma relação transfronteiriça deve ser com beneficio mutuo. é esse o objectivo.é notorio que do outro lado da fronteira esse objectivo nao existe, basta ler a imprensa nacional e avaliar o caracter depreciativo das noticias acerca de Portugal, o que pode ser confirmado com uma conversa anonima com qualquer espanhol. Talvez a unica coisa que concordasse com Salazar "de espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos" Por joao, penacova em 20.01.2008 Olivença? Qual Olivença? Essa pergunta tem resposta fácil. Aquele concelho que é português desde so séc. XIII, que os espanhóis rapinaram ao nosso país na sequência da guerra das laranjas e que, depois de se terem comprometido a devolver nunca honraram a palavra dado, de que são testemunhas as muitas nações europeias que as escutaram. Essa mesma Olivença onde se praticou o maior genocido linguistico, patrimonial e cultural de que há memória, sobre os seus habitantes PORTUGUESES, que sentiram na pele a opressão do invasor espanhol. Esses mesmos portugueses que se viram privados de tudo, usurpando os seus bens no seu lugar colocados colonos de Castela. Esses mesmos portuguesas que pagaram com vida e sangue várias revoltas para sair do jugo espanhol. A memória de alguns não contempla Olivença, bem o sabemos, mas a nossa memória colectiva nunca esquecerá o ultraje a que ainda nos submetem os espanhóis nessa questão. Se os actuais habitantes, todos ou em parte, querem ser espanhóis, problema deles e de E spanha. A nós só nos cabe recuperar a bela Olivença, terra de Vasco da Gama lembrem-se, e ajudar o melhor que pudermos os actuais residentes de Olivença de forma a que seintam bem, mesmo sendo espanhóis, no nosso país. E se assim for, quando Olivença regressar à mãe-pátria, Portugal e Espanha afastarão os fantasmas que mais ano menos ano fará azedar as relações. Meus amigos comentadores, a história não se apaga. Os espanhóis se querem mais de Portugal além dos negócios, se querem uma verdadeira cooperação entre povos têm mesmo de cumprir a palavra dada. Por Carlos, Braga em 20.01.2008 EM CADA CIMEIRA; OLIVENÇA TEM DE ESTAR PRESENTE Nós sabemos que José Sócrates C. Pinto de Sousa é um provinciano. Ele mesmo o afirmou. Mas provinciano não quer dizer pouco esperto. Bem pelo contrário. Portugal é uma Nação da Ibéria, das Espanhas. Como a Catalunha, o País Basco, etc. Mas não é Espanha. A Espanha nunca se esquece de reclamar aos ingleses a colónia de Gibraltar. E os ingleses ocupam Gibraltar há mais de trezentos anos! A Espanha ocupa Olivença há duzentos anos, menos cem, portanto. Temos de ser ainda mais coerentes do que os espanhóis. Os espanhóis assinaram um acordo em como nos devolviam Olivença. Têm que o cumprir! Não podemos deixá-los esquecer esse compromisso. Então, sabem exigir Gibraltar de volta e não sabem devolver Olivença? Por José Raul, Lisboa, Portugal em 20.01.2008 Esta a começar a cheirar mal Isto cheira mal...........isto não cheira bem. Invés de se investir de forma a termos uma boa independência económica e energética, não ...parece que aumentamos esta interdependência. Mas este Sócrates ...quer o quê? Mas há pessoal que já se esqueceu....que foi preciso uma guerra de - 28 ANOS - com MILHARES DE MORTOS, para voltarmos a ser INDEPENDENTES, se fosse bom nunca teríamos saído de lá. E ainda há bem pouco tempo o Franco sugeriu ao Hitler invadir Portugal, em conjunto, quando cede-mos a base dos açores aos Americanos. Mas está tudo parvo ou quê? Nunca vai haver uma união, é sempre uma submissão, os espanhóis NUNCA... NUNCA vão aprender a falar português, NUNCA se vão juntar a nós, querem nos ocupar como sempre quiseram. EU NÃO SOU ESPANHOL... BOLAS. Por Português, Lisboa em 20.01.2008 Olivença Boa amizade e camaradagem que existe entre Portugal e Espanha,é muito relativa.A Espanha tem uma grande dívida,para com Portugal,que muitas vezes passa para o rol do esquecimento,com a cumplicidade do governo português e de muitos simpatisantes e renegados.Cerca do ano de 1800,dava-se a guerra das Laranjas,em pleno auge das invasões francesas,o Napoleão imperador dos “Gabachos”em conjunto com os espanhois envadem Portugal.Conquistam várias terras,entre as quais Olivença da que jamais abdicariam.Depois de vários episódios veio o tratado de Viena de 1814 pelo qual a Espanha deveria abandonar a ocupação de Olivença.Este tratado jamais foi respeitado pelos Espanhois até aos nossos dia,que continuam a fazer”ouvidos de mercador”.Com Espanha temos que manter uma boa amisade,mas basada,na confiança e no respeito mútuo de cooperação e sobre tudo que cada um tenha o que lhe pertence.É ou não verdade que Espanha esta sempre a reclamar ao Reino Unido ,Gibraltar?É ou não verdade que o re ino de Marrocos reclama a Espanha as cidades de Ceuta e Menilla?Porquê os portuguêses não reclamam a Espanha o que teem direito,quando é a base fundamental para uma amisade profunda e duradeira.Quero ter amigos verdadeiros,os falsos amigos sobram-me,não os quero. Por Emídio Cardoso, Vile em 20.01.2008 viva iberia vivan todos los pueblos de la peninsula iberica. VIVA LA REPUBLICA FEDERAL DE IBERIA. Por Anónimo, CATALUNYA em 20.01.2008 Toma nota espanhol anónimo das 4.24... Enterrados estão os espanhóis na questão de Olivença. Aqui não brincamos com coisas sérias, nem para nós Olivença é folclore. Se para ti é então fica sabendo que, ou não sabes que estás muito enganado ou então estás a gozar com a História do meu país. Podemos ser do 4º mundo, o que precisas de provar, mas vamos honrando a palavra dada coisa que o teu estado ainda não fez. Vamos ver como falas no dia em que ficares só com o deserto castelhano para te governares. A força imaginária de Espanha vem das nações que subjugou. A receita foi a mesma que aplicaram em Olivença. Os galegos, os bascos e os catalães...sabem bem do que falo. Por Carlos, Braga em 20.01.2008 CUIDADO COM AS QUESTÕES "ESQUECIDAS" Há, por toda essa europa, questões ainda pendentes, em termos territoriais. Gibraltar. Tirol do Sul. Irlada do Norte. Há casos de falta de coesão interna, como a Bélgica. Isto não é grave. Perigoso é esquecer tudo isto e adiar soluções. Estes problemas tâm de ser resolvidos de forma CIVILIZADA. Caso contrário, produzirão ressentimentos, e focos de tensão futuros. MEUS SENHORES, muitos dos Problemas da Europa de hoje derivam de FERIDAS MAL SARADAS. Resolvamos satisfatoriamente Olivença, Gibraltar, e outros casos. De contrário, estas questões ressurgirão, como fantasmas. Olhem o que sucedeu na Ex-Jugoslávia. Tenham juízo. Não hipotequem o futuro. Não construem sobre terrenos movediços! Por Carlos Eduardo da Cruz Luna, Estremoz em 21.01.2008 SÓCRATES NÃO CONHECE AS ORIENTAÇÕES DE UM MINISTÉRIO SEU ? TEXTO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS, 12 de Novembro,2007 «O Estado português é rigoroso na prática de actos externos, quanto à delimitação constitucional do seu território, em observação do que estipula o artigo 5.º da Constituição: "1. Portugal abrange o território historicamente definido no Continente europeu [...] 3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre eles exerce [...]". A política que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem seguido, e as orientações que tem dado [...] tem sido de que nenhum acto, acordo ou solução em torno desta questão deve implicar o reconhecimento por Portugal da soberania espanhola sobre Olivença» Por Carlos Eduardo da Cruz Luna, Estremoz em 21.01.2008 carlosluna@iol.pt | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sáb 16 Fev - 17:57:34 | |
| D. Rodrigo Afonso de Melo, 1º conde de Olivença Descendente de Carlos Magno Descendente de Hugo Capeto Descendente de Fernando I de Leão e Castela Descendente de Guilherme I de Inglaterra Descendente de D. Afonso Henriques * c. 1430 + 25.11.1487 Pais Pai: Martim Afonso de Melo, alcaide-mór de Olivença * c. 1395 Descendente de D. Afonso Henriques Mãe: Margarida de Vilhena * c. 1410 Descendente de D. Afonso Henriques Casamentos 19.04.1457 Isabel de Menezes * c. 1430 Descendente de D. Afonso Henriques Filhos * D. Filipa de Melo * c. 1460 D. Álvaro, senhor de Tentúgal, Póvoa, Buarcos e Cadaval * D. Margarida de Vilhena * c. 1450 D. Pedro de Castro, o Negligências * D. Brianda de Melo cs Títulos, Morgados e Senhorios * Condes de Olivença (1) http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1881 Condes de Olivença (Condes de Olivença) Criação Título criado por D. Afonso V, rei de Portugal por carta de 21-07-1476 a favor de D. Rodrigo Afonso de Melo, 1º conde de Olivença * c. 1430 Titulares 1 Pessoas 1. D. Rodrigo Afonso de Melo, 1º conde de Olivença * c. 1430 Descendente de D. Afonso Henriques http://www.geneall.net/P/tit_page.php?id=888 | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Ter 19 Fev - 12:52:52 | |
| Tem fé, oh Olivença (Olivença é nossa terra) ONDA CHOC "Olha a onda"(2006) (int. XANA) Um dia os templários, portugueses como nós, fundaram Olivença, terra de nossos avós. D. Dinis lhe deu Foral, D. João lhe deu a torre, aqui sempre foi Portugal, e a sua história não morre. Tem fé, oh Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, (bis) verás que um dia tu vais voltar (bis) Oh praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana! Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana. Os bravos portugueses enfrentaram os espanhóis, aliados aos franceses mais os Rochas e Godóys. Mas ganhou a opressão que esta terra usurpou e com ferros, sangue e bastão a nossa língua interditou. Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana. | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sáb 23 Fev - 0:16:20 | |
| OLIVENÇA NA IMPRENSA ESTRANGEIRA (1954-2001)
a) Introdução
Poucas vezes tal é referido, mas Olivença e o litígio que a rodeiam têm sido noticiados na imprensa Europeia, e mesmo dos Estados Unidos e no Brasil (para já não falar de Hong-kong). As referências a este assunto assumem um valor histórico indiscutível. O objectivo deste trabalho é dar a conhecer três artigos sobre tal problemática, de entre vários possíveis. A ordem é cronológica. O primeiro artigo (alemão) é de 1954. O segundo (inglês) é de 1966. O terceiro (francês) é de 2001. São documentos, no mínimo, curiosos.
b) Olivença na imprensa Alemã (1954) (publicado em oito jornais Alemães; o texto é quase totalmente idêntico em todos eles)
O lado “oposto” de Gibraltar (A outra “Face da Moeda” de Gibraltar) A Espanha não tem direito A Olivença (5 – Março – 1954) (Jornal STUTTGARTER ZEITUNG)
Desde que Napoleão ocupou 600 Km2 ilegalmente - 20 000 portugueses querem voltar para Portugal.
As demonstrações de estudantes madrilenos em Madrid, no que respeita à devolução de Gibraltar a Espanha, são comentadas em Portugal por um ditado popular: “Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao vizinho”. Há mais de 150 anos que “arde” na fronteira Luso-Espanhola um conflito parecido com o escândalo de Gibraltar. Em Lisboa defende-se a opinião de que a ocupação dos 600 Km2 do território português (de Olivença) é muito mais grave do que a questão de Gibraltar, porque os britânicos receberam em paz e legalmente Gibraltar pelo Tratado de Utrecht em 1704 , através de documentos, com a ajuda da França e da Holanda. Compreende-se perfeitamente o desejo da Espanha a propósito de reaver Gibraltar, mas a espada Espanhola também fere a carne portuguesa.
Durante 600 Anos Portuguesa
Em Lisboa diz-se que Madrid só terá direito moral a Gibraltar desde que decida acabar com a injustiça de Olivença. Olivença foi fundada no século XIII por cavaleiros portugueses que pertenciam a uma ordem religiosa de cavalaria, e desde então pertenceu sempre a Portugal até 1801, quando então foi ocupada por espanhóis e franceses, mandados por Napoleão para forçar os portugueses a fechar os portos à Inglaterra. Depois de 1815, foi decidido no Congresso de Viena de Áustria que Portugal deveria voltar a receber Olivença juntamente com o seu território e os seus 20000 habitantes. Os espanhóis assinaram o Tratado do Congresso em 1817, e desde então já prometeram várias vezes cumpri-lo. Todavia, ainda hoje os espanhóis lá estão (em Olivença) apesar do povo estar do lado de Portugal e não ter esquecido a língua-mãe portuguesa. Olhando para as boas relações actuais Luso-Espanholas, é totalmente incompreensível a situação. O grupo de Amigos de Olivença sabe que Salazar não poderá pôr em risco as suas relações com o Caudillo (Franco) ameaçando-o com uma guerra através dum “ultimato”, mas ninguém pode negar que a antipatia “instintiva” dos portugueses contra uma colaboração entre espanhóis e portugueses recebe constantemente mais razões para se manifestar através da presente ilegalidade nas suas fronteiras.
Nenhuns Poderes (competências, autorizações) de Madrid
Se alguém tripartir a fronteira Luso-Espanhola, Olivença ficará a norte da parte mais meridional, perto das cidades de Elvas e Badajoz. Quando em 1952 uma comissão constituída por portugueses e espanhóis se ocupou da delimitação de fronteiras nos (referidos) 50 quilómetros em que há litígio, a declaração (declarou que) não tinha poderes (competências, autorizações) oficiais para tratar do caso. Em contrapartida, vieram grupos de crianças de Olivença para Lisboa para festejarem a sua pátria e a fidelidade à mesma . Os espanhóis encontram-se numa “casa com telhados de vidro” e deviam primeiro cumprir os seus tratados e obrigações antes de reclamarem da Grã-Bretanha que esta desista dos seus tratados.
(fim)
c) Olivença na Imprensa Britânica (este texto, com várias alterações sem grande significado, foi reproduzido em quatro jornais britânicos, um de Hong-Kong, e dois Americanos)
Jornal Times 21- Outubro – 1966
PORTUGUESES QUE LUTAM PARA RECUPERAR UMA CIDADE
- A Espanha acusada de violação de direitos – do nosso correspondente – Lisboa
A imprensa portuguesa continua a dar relevo à disputa Anglo-Espanhola sobre Gibraltar. Os comentários editoriais tendem a favorecer Espanha . Um grupo de entusiastas que se auto-intitulam “Os Amigos de Olivença”, contudo, chamam a atenção para o facto de “haver na Europa outra colónia”. Trata-se de Olivença, um enclave de 600 quilómetros quadrados projectado pela Espanha adentro exactamente abaixo da cidade fronteiriça espanhola de Badajoz. Este, insistem eles, é “uma região portuguesa legítima, que no conflito de Reconquista Cristã da Península Luso-Castelhana os Templários Portugueses arrebataram aos Mouros em 1228, lá construindo o seu castelo original e fundando a primeira igreja de Santa Maria Madalena, levando a cabo portanto a fundação de Olivença actual” . Subsequentemente, em 1297, ficou estabelecido por acordo entre Portugal e Espanha que Olivença deveria para sempre à coroa Portuguesa. Os portugueses traçaram as ruas e as praças da pequena cidade, construíram casas, conventos, igrejas e palácios, e fundaram quintas e aldeias nas áreas circundantes. Tudo continuou na normalidade, e Olivença cresceu e floresceu, uma sossegada região agrícola e uma parte integrante de Portugal, até 1801. Então, dizem os Amigos de Olivença, através do seu secretário, o senhor Luís de Souza Guedes, “uma guerra traiçoeira que nos foi imposta pela Espanha e pela França, forcou-nos a assinar o injusto Tratado de Badajoz, pelo qual elas usurparam Olivença, o seu distrito, e aldeias para além do Rio Guadiana”. Em 1814, depois da derrota dos franceses na Guerra Peninsular, as nações europeias reuniram-se em Paris, e declaram nulos e sem efeito todos os tratados concluídos antes da guerra, incluindo o que se referia a Olivença. No Congresso de Viena (de Áustria) em 1815, os estados Europeus confirmaram uma vez mais a anulação do tratado de Badajoz, e comprometeram-se a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para verificar se a Espanha devolvera Olivença a Portugal. A Espanha foi uma signatária deste compromisso, mas até agora não o executou (cumpriu). Os Amigos de Olivença acusam a Espanha de “permitir que a área caísse em ruínas” com o objectivo de apagar a História de Portugal”. Eles protestam contra o facto de as autoridades espanholas terem apagado os escudos de armas portuguesas em edifícios públicos e privados, e mesmo em pedras tumulares. Eles revelam que as ruas e as praças estão quase impraticáveis e cheiras de buracos, e que não há adequados abastecimento de água ou um sistema de esgotos. Uma edição referente de “Olivença”, a revista do grupo, defendeu que se a Espanha pediu correctamente às Nações Unidas que lhe devolvesse Gibraltar, “como pode ela (Espanha) recusar-nos... esta terra que só teve existência graças aos esforços, perseverância e cuidados do povo Português” . A mesma revista também defendeu o seguinte: “É espantosamente óbvio que em Gibraltar, se o solo é espanhol, a cidade e a fortaleza são ingleses, enquanto em Olivença, ambos a cidade e o solo são portugueses, tão longe quanto os seus monumentos são típicos. A língua é a portuguesa, apesar dos esforços da escola e da polícia para transformarem tudo em castelhano” . Efectivamente, o visitante, hoje, é confrontado com o carácter português de Olivença em todos os aspectos. Todos os antigos edifícios existentes são no estilo nacional (português), mas as ruas arruinadas e as fachadas descuidadas não mostram nada da limpeza usual e manutenção prodigalizadas pelos portugueses em qualquer cidade ou aldeia ao seu cuidado . A igreja de Santa Maria Madalena é no puro estilo português Manuelino, e nela se encontra o túmulo de Frei Henrique Coimbra, que celebrou a primeira missa portuguesa no solo brasileiro quando ele aí desembarcou com o seu descobridor, Pedro Álvares Cabral. A fala de 20000 habitantes na área é basicamente portuguesa. A geração mais velha usa uma linguagem próxima do dialecto do vizinho Alentejo, província de Portugal do outro da fronteira. Ela encontra-se, todavia, entremeada com palavras espanholas. Mesmo aqueles da geração mais nova que falam espanhol usam uma entoação portuguesa, e a sua fala está cheira de palavras e frases portuguesas. O governo português não parece inclinado no momento presente de relações próximas Luso-Espanholas a apressar o seu “caso” (litígio) a fim da retrocessão de Olivença. Só os Amigos de Olivença continuam a lutar valentemente .
d) Olivença na imprensa francesa (texto, na “Internet”, do Jornal “Courrier International”, de 29 de Novembro de 2001)
Portugal: É preciso saber acabar uma guerra napoleónica
Há dois séculos, Portugal pediu à Espanha a restituição da pequena cidade fronteiriça de Olivença. As últimas vítimas deste conflito esquecido ? Uma ponte e algumas irmãs de caridade. Era uma vez uma cidadezinha nos confins de Portugal e Espanha. Situada ao sul de Badajoz, em plena Estremadura, a Olivença espanhola teria sonhado com um destino tão tranquilo como as oliveiras que a cercam. Isso seria esquecer a História, três guerras pelo menos e outros tantos tratados entre os dois países. Pois Olivença, de Espanha só tem o “z”, proclamam os portugueses. Para Lisboa, a cidade 25000 almas escreve-se com um “ç”! À portuguesa! Não se põe a hipótese de reconhecer a soberania da Espanha sobre os 740 km2 , da cidade e da sua região. A história deste conflito fronteiriço sempre vivo remonta a 1297. O diário português “Diário de Notícias” dedica-se a contar os episódios aos seus leitores, por ocasião do bicentenário da anexação da cidade. Em 1297, então, nos termos do Tratado de Alcañices, as fronteiras entre os dois países foram traçadas duma vez por todas... salvo para Olivença. O acordo dava claramente a cidade a Portugal. Mas os espanhóis sempre consideram esta atribuição como uma anexação. Segundo eles, a cidade teria sido concedida sob a pressão regente de Castela na época, Maria de Molina .
A Espanha nunca devolveu a cidade e a sua região
Já complicada, a história de Olivença iria cruzar-se com a das Guerras Napoleónicas. Em 1801, a Espanha ocupa Olivença numa campanha relâmpago denominada “Guerra das laranjas”. Em 1804, o Tratado de Badajoz reconhecia a soberania espanhola. Mas em 1808, o rei de Portugal, João VI, denuncia o dito Tratado. Por uma razão bem simples: a França e a Espanha, tornada “Napoleónica”, começaram um ano antes o desmembramento em partes iguais de Portugal. Seria preciso esperar a queda do Império (Napoleónico e o Tratado de Viena de 1815 para que João VI recuperasse o seu trono e que fossem reconhecidos, em teoria, os direitos portugueses sobre Olivença. Depois, mais nada. A Espanha nunca devolveu a cidade e a sua região, argumentando que o Tratado de Badajoz ainda se aplicava. Portugal, impotente, continua a reclamar o pequeno enclave, com base no Tratado de Viena. Para garantir a sua conquista, contra o “Diário de Notícias”, a Espanha não foi avara em usar a coacção em 1840, Madrid proibiu o uso do português “sob pena de prisão” e todos os sacerdotes da região foram substituídos por bons padres espanhóis. Mais ainda, a pequena região foi judiciosamente (manhosamente) enredada num distrito administrativo duas vezes maior que ela. A resistência portuguesa, ao longo dos dois séculos decorridos, tomou diversas formas. A ocupação (invasão) primeiramente e por duas vezes: em 1811 e em 1981. A primeira foi militar, a segunda “pacifica” e organizada pelo dirigente social-democrata, conotado com a direita, Pinheiro de Azevedo. Madrid respondeu enviando para o local um esquadrão de Guardas Civis. Enfim, o protesto oficial, em 1809, 1817, 1903, 1952, e mesmo em 1994. Neste último ano, o “Primeiro Ministro Português”, Durão Barroso impedia definitivamente a reconstrução da Ponte de Olivença, entre as duas margens do Rio fronteiriço, o Guadiana, para evitar um reconhecimento tácito da anexação .
Generosas freiras substituídas por funcionárias da segurança...
O último episódio data de algumas semanas. Há cento e quinze anos, as freiras de São Vicente de Paula de Olivença ocupavam-se de obras sociais. Com o decorrer dos anos, as freiras tinham obtido uma espécie de concessão de serviço público que lhes permitia administrar os serviços locais de segurança social. Ora, estas freiras estavam ligadas desde sempre a uma federação de congregações portuguesas denominada União das Misericórdias. Estes laços seculares foram formalmente rompidos no dia 11 de julho de 2001 e as generosas freiras substituídas por funcionários da Segurança Social Espanhola. Sem outra forma de processo. Para os portugueses, os dados estão lançados. É verdade que há alguns quilómetros de fronteira a tracejado nos mapas portugueses, para que se não esqueça. Há também esta saudade tão portuguesa pelas “raparigas (mulheres) de Olivença”, que são simultaneamente “filhas de Espanha e netas de Portugal”. E um pouco de ironia provocante, ao fim e ao cabo, quando o Diário de Notícias”, para dar uma ideia da extensão destas terras perdidas, especifica que elas são “150 vezes maiores que Gibraltar”, esse outro enclave, Britânico neste caso, reivindicado há lustros por Madrid.
Courrier International, versão da Internet 29-11-2001
e) Epílogo
Aqui temos, pois, um “passeio histórico” pela “questão de Olivença”, observado não por Portugal ou Espanha, mas pelos jornais (e jornalistas) da Europa, que tiveram algum eco no continente Americano e, curiosamente, na Ásia (Hong-Kong) Espera-se, com a divulgação destes textos, contribuir para o conhecimento da história nas suas várias perspectivas, no que à raia Alentejana-Extremenha diz respeito! Seguem-se os documentos.
Estremoz, 16 de Janeiro de 2002
Carlos Eduardo da Cruz Luna | |
| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sáb 23 Fev - 0:17:43 | |
| ( ARTIGO EXTRAORDINÁRIO E ORIGINAL; DEVE-SE TENTAR LER ATÉ AO FIM: THE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2006 Artigo original, de 19 de Agosto de 2006, com muitas novidades, pontos de vista dispersos de oliventinos e não oliventinos, observações curiosísssimas. ACONSELHO A LEITURA. Por isso fiz a Tradução... que coloco ANTES do original!
THE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2006 O MELHOR DOS DOIS MUNDOS O MELHOR DOS DOIS MUNDOSTHE TELEGRAPH, 19 de Agosto de 2002"Já se passaram duzentos anos desde que a cidade espanhola de Olivença deixou de fazer parte de Portugal, mas as velhas influências resistem, diz Anthony Jefferies.""Por vezes eu penso no fenómeno de pensar em duas línguas", diz António Barraso Gonzales antes de tomar um gole do seu café. "Mas na maior parte das vezes nem sequer penso nisso. É apenas uma coisa natural. Num minuto tenho pensamentos em Espanhol no meu espírito, no minuto seguinte tenho-os em Português. Os sonhos são também interessantes. Posso sonhar numa língua e então, ao acordar, relembrá-los na outra."Antonio não está só, em Olivença decerto que não. Esta pode ser uma cidade espanhola, mas pertenceu em tempos a Portugal e as velhas influências resistem. Mais de 200 anos passaram desde que os espanhóis - com a ajuda do exército de Napoleão Bonaparte - fizeram recuar a fronteira entre os do
is vizinhos ibéricos. Mas um deambular pelos sossegadas ruas pavimentadas de negro e branco desta formosa cidade na ponta ocidental da Extremadura traz Portugal à memória, não Espanha.Para começar, a maior parte dos mais velhos naturais da cidade falam Português quando vão às compras ou descansam nos bancos do largo "paseo" central. Depois, está presente a arquitectura: "ondulações" de pedra manuelinas em cada frontaria das Igrejas e mesmo sobre a entrada da Câmara Municipal: torres sólidas de forma quadrada destacando-se do castelo no coração da cidade, "marcando-a" como um bastião português; e, sobretudo, as telhas. Frentes de lojas, paredes, mesmo indicações de ruas - imcluindo aquelas que assinalam a "Plaza de España - estão cobertas com os azulejos azuis e brancos que são tão intrinsecamente portugueses.No centro de dia dos pensionistas à sombra do Castelo, Antonio e os seus companheiros estão a discordar àcerca da influência cultural predominante. Ele afirma que "não h
á quase nada espanhol em Olivença". Maruja Antunes Gomez, presidente da associação de pensionistas, pensa de forma diferente. "Os edifícios, as telhas e os pavimentos podem ser iguais aos de Portugal, mas as pessoas são espanholas e têm orgulho nisso", diz ela. "Os jovens nem sequer falam Português. A sua única ligação é com Espanha."Susana Rodrigues e Belén Naharro não têm tanta certeza assim. Susana tem 26 anos e trabalha na Biblioteca da cidade; Belen, de 22 anos, é estudante."Há um forte sentimento português em Olivença e isso é motivo de orgulho nosso, diz Susana. "A nossa cidade é única, mas não sentimos que isso nos ponha à margem do resto da Espanha."Ambas falam um pouco de Português."É ensinada nas escolas precisamente ao longo da raya (palavra espanhola para a estreita fronteira artificial entre os dois países), porque o governo em Lisboa disponibiliza fundos. Ele não quer que a sua língua morra. Mas não o falamos como os nossos avós", diz Belén. "E todos adoramos p
a ssear até Portugal. As cidades são semelhantes e o país é muito bonito. Mas tomamos a Espanha como referência para cada influência."Legalmente, estas influências deviam ser ainda portuguesas. A Espanha assinou um Tratado em 1817 prometendo devolver Olivença, as suas aldeias circundantes e um pedaço de território junto do Rio Guadiana de que ele se apoderara 16 anos antes. Mas a devolução nunca aconteceu. A fronteira "redesenhada" está apenas a oito milhas a oeste de Olivença, e os locais atravessam-na sem hesitar um momento. Até há cinco anos atrás, quando uma ponde rodoviária foi aberta, isso era feito em barcos de passeio porque a Ponte medieval, a "Puente de Ayuda", a poucos metros da nova travessia, tinha sido destroçada durante uma das muitas guerras de fronteira, e nunca fora reparada.Antonio contou-me como, durante os anos em que Franco governava a Espanha e Salazar estava no poder em Portugal, o contrabando era difícil. Os habitantes locais atravessavam o rio pouco p
r ofundo vindos de Espanha carregados com têxteis ou produtos eléctricos, e voltavam com malas de linho, vegetais ou bacalhau salgado. "Esses foram tempos muito difíceis e o nosso comércio com Portugal era um risco para a própria vida. Havia patrulhas regulares no rio mas era fácil enganá-las. Era como um jogo."Procurando na parte velha da cidade, o que me impressiona mais é o quanto mais clara e mais limpa é Olivença quando comparada com a maioria das cidades espanholas. Depois, nota-se o barulho - ou a falta dele. Passeiem pelas ruas de qualquer cidade em Espanha fora da hora da sesta e o alto nível de decibéis pode deixá-los assustados. Em Olivença as pessoas falam baixinho... como de facto o fazem os portugueses.O passado deixou outros traços positivos. Nunca vi uma padaria espanhola com uma tão assombrosa variedade de artigos de pastelaria e maçapães como a que encontrei numa mesmo à saída da "Plaza de España". E os restaurantes abertos na cidade de 11 000 habitantes que
é Olivença estão cheios de ofertas de pratos portugueses - nomeadamente bacalhau, que é o mais próximo a que um prato se pode transformar numa oferenda religiosa na Ibéria Ocidental. Então deparamos com as espantosas e "enroladas" colunas da capela da Madalena, o interior da Igreja da Madalena com azulejos do chão ao tecto e o excelente museu etnológico no interior do castelo, as suas dúzias de salas recriando a vida da cidade antes e depois de Olivença ter mudado de mãos.É fácil de compreender por que foram os espanhóis tão argutos ao alargarem as suas fronteiras até aqui. Esta é uma terra bela e viçosa, cheia de colinas delicadas e com sobreiros ("carvalhos com cortiça", no original!) disseminados pelos campos de trigo. Não há a sensação de aspereza ou uma constante luta "contra" a terra e os elementos como há na Extremadura do Norte.A limpa e pequena localidade de Táliga, algumas milhas ao sul, por uma estrada "direita como um pau" que trai origens romanas no meio de uma p
a isagem de vales largos e paredes de pedra árida; poder-se-ia pensar estar na Grã-Bretanha, excepto pelo quente do Sol, os zumbidos e as águias que nos apercebemos por sobre as nossas cabeças, atravessando-se no caminho de poucos em poucos minutos.Aqui, aves de rapina e cegonhas são mais comuns do que pardais. Eu observo com temor como a mais majestosa de todas elas, a águia imperial espanhola, desenha círculos sobre mim enquanto eu sou empurrado pelo vento no alto do Castelo de Miraflores.O Castelo situa-se no alto sobre a vila ("aldeia") de Alconchel, a oeste de Táliga, e domina os campos por muitas milhas em redor. Os Mouros construíram-no, os portugueses conquistaram-no há 900 anos, mas então Alconchel passou para a coroa espanhola muito antes do resto do "Campo Mayor", no qual se situa Olivença.Os meus guias não oficiais são Juan o zelador e Francisco - "84 anos de idade e ainda funciona" - cuja caminhada diária pelo lado da montanha acima coincide com a minha visita. El
e junta-se a mim no alto da torre, clamando a sua "ligação" à Espanha por sobre os ventos: "Nós não somos como as pessoas de Olivença. Nós somos verdadeiros espanhóis, não meia-raça."Ele aponta ao longe os vastos "ranchos" de gado - "dehesas" - muitos dos quais têm agora como proprietários conhecidos matadores, os novos senhores feudais. Estas "estâncias"(herdades), que muitas vezes cobrem milhares de acres, são percorridas por "toros bravos", os touros "lutadores" (de lide) que encontrarão o seu destino na arena, mas cuja vida até lá será feliz e livre de interferência humana.No caminho de regresso, descendo a colina, eu encontro um homem levando a sua ovelha a desentorpecer as pernas. Justiniano ("como o imperador romano") diz que ele passeia a sua ovelha todos os dias. "Eu sou a sua mãe. A mãe verdadeira rejeitou-a. Ela tem nove anos de idade (SIC) e todos os dias nós passeamos até ao castelo". E como se chama ela? "Dolly, como a vossa ovelha inglesa. Mas esta é natural. E
ainda está viva". Justiniano não gosta do que está a suceder ao castelo. O governo provincial construiu "chalets" de madeira, vidro e ferro dentro das muralhas do castelo para dar guarida aos visitantes de fim de semana."Não há respeito pela História do Castelo. Nenhum esforço para que nada destoe", diz ele. "Os Portugueses é que fazem bem. Eles restauram os seus castelos como eram e fazem novas moradias respeitando a arquitectura antiga."Atravessando a fronteira, na maravilhosa cidade de Elvas, a velha ferida ainda sangra. "Nós não olhamos para Espanha por nenhum motivo concreto; somos bastante diferente dos espanhóis", diz Ana Valdes, dona de uma loja de brinquedos. "Nós somos mais sossegados, mais introvertidos, mas aqui nós ficamos "preocupados"( aborrecidos) por causa de Olivença e o "Campo Mayor" mesmo depois de 200 anos."É a mesma situação de Gibraltar, mas não se consegue fazer ver isso aos espanhóis. Olivença nunca voltará a ser portuguesa, mas isso não nos impede d
e ficarmos ressentidos com os espanóis por causa da "nossa" cidade estar nas suas mãos."Luís Simões, um polícia, é mais fleumático. "Todos nós falamos espanhol aqui porque a fronteira fica a poucos minutos de distância, ainda que não seja realmente uma fronteira. Nós temos conhecimento da sua dificuldade para aprender Português, por isso nós adaptamo-nos. Sabemos que eles têm Olivença, por isso dizemos "o que podemos fazer?" "Actualmente penso que estamos bastante invejosos do povo de Olivença. Eles pertencem à Espanha, que tem mais poder na Europa, no mundo. Mas as suas influências são portuguesas. Eles têm o melhor dos dois mundos."
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| | | Diogo Ventura Almirante da Armada
Número de Mensagens : 212 Idade : 66 Local/Origem: : Grandola Data de inscrição : 13/05/2007
| Assunto: Re: Olivença Sáb 23 Fev - 0:19:40 | |
| ......./......... ORIGINAL THE TELEGRAPH, 19-Agosto-2006 (Olivença)
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The best of both worlds Last Updated: 12:01am BST 19/08/2006 It's 200 years since the Spanish town of Olivenza was part of Portugal, but old influences endure, says Anthony Jefferies.
'Sometimes I think about thinking in two languages," Antonio Barroso Gonzales says before taking a sip of his coffee. "But most of the time I don't think about it at all. It's just the natural thing. One minute I have Spanish thoughts in my brain, the next Portuguese. Dreams are interesting, too. I can dream in one language then, when I wake up, remember it in the other."
Antonio is not alone, certainly not in Olivenza. This may be a Spanish town, but it once belonged to Portugal and old influences endure. More than 200 years have passed since the Spanish - with help from Napoleon Bonaparte's army - rolled back the frontier between the two Iberian neighbours. But a stroll through the quiet black-and-white cobbled streets of this handsome town in the far western region of Extremadura brings Portugal to mind, not Spain.
For a start, most of the older townsfolk speak Portuguese as they shop in the market or relax on the benches of the broad, central paseo. Then there's the architecture: Manueline stone swirls on every church front and even over the door to the town hall; solid, squared-off towers looming over the castle at the heart of the town, marking it out as a Portuguese bastion; and, above all, the tiles. Shop fronts, walls, even street signs - including those that indicate the Plaza de España - are covered with the blue-and-white ceramic that is so intrinsically Portuguese.
advertisementAt the pensioners' day centre in the shadow of the castle, Antonio and his companions are in dispute over the prevailing cultural influence. He claims there's "almost nothing Spanish about Olivenza". Maruja Antunes Gomez, president of the pensioners' association, thinks differently. "The buildings, tiles and cobbles may be like Portugal, but the people are Spanish and proud of it," she says. "The young don't even speak Portuguese. Their only connection is with Spain."
Susana Rodriguez and Belén Naharro aren't so sure. Susana is 26 and works at the town's library; Belén, 22, is a student. "There's a very Portuguese feel to Olivenza and it makes us proud," says Susana. "Our town is unique, but we don't feel it sets us apart from the rest of Spain."
Both speak some Portuguese. "It's taught in schools right along la raya [the Spanish word for the unnaturally straight border between the two countries], because the government in Lisbon provides funds. It doesn't want its language to die out. But we don't speak it like our grandparents," says Belén. "And we all love to go across to Portugal. The towns are similar and the country is so beautiful. But we look to Spain for every influence."
Legally, these influences should still be Portuguese. Spain signed a treaty in 1817 promising to return Olivenza, its outlying villages and a tranche of land near the Guadiana River that was seized 16 years before. But the handover never happened.
The redrawn border is only eight miles west of Olivenza and the locals cross it without a moment's thought. Until five years ago, when a road bridge was opened, this was done in rowing boats because the medieval bridge, the Puente de Ayuda, a few yards from the new crossing, had been dismantled during one of the many border wars and never repaired.
Antonio had told me how, during the years when Franco ruled in Spain and Salazar held power in Portugal, smuggling was rife. Locals would cross the shallow river from the Spanish side loaded up with clothes or electrical goods, and return with bags of linen, vegetables or salt cod. "These were very hard times and our trade with Portugal was a lifeline. There were regular patrols on the river but it was easy to evade them. It was like a game."
Wandering around the old part of the town, what strikes me is how much cleaner and tidier Olivenza is compared with most Spanish towns. Then there is the noise - or lack of it. Walk through any town in Spain any time out of siesta hour and the decibel level can leave you wincing. In Olivenza people speak quietly - like the Portuguese, in fact.
The past has left other positive traces. I have never seen a Spanish bakery with such a wide variety of pastries and marzipans as the one just off the Plaza de España. And the restaurants serving Olivenza's 11,000 population have plenty of Portuguese dishes on offer - notably cod, which is as close as food comes to being a religious offering in western Iberia.
Then there are the stunning, twisted columns of La Magdalena chapel, the floor-to-ceiling tiled interior of the Casa de Misericordia church and the excellent ethnological museum inside the castle, its dozens of rooms recreating town life before and after Olivenza changed hands.
It's easy to see why the Spanish were so keen to extend their boundaries here. This is a beautiful, lush land, full of gentle hills and with cork oaks dotted about the wheat fields. There is no sense of harshness or a constant struggle with the land and the elements as there is in northern Extremadura.
The tidy, tiny town of Táliga, a few miles to the south, lies along a rod-straight road betraying Roman origins in the middle of a landscape of wide valleys and dry-stone walls; you might be in Britain but for the warmth of the sun, and the buzzards and eagles that wheel overhead, crossing your path every couple of minutes.
Here, birds of prey and storks are more common than sparrows. I watch in awe as the most majestic of them all, the Spanish imperial eagle, circles above me while I lean into the wind at the top of the Castillo de Miraflores.
The castle sits high above the village of Alconchel, west of Táliga, and commands the countryside for miles around. The Moors built it, the Portuguese conquered it 900 years ago, but then Alconchel passed to the Spanish crown long before the rest of the Campo Mayor, in which Olivenza sits.
My unofficial guides are Juan the caretaker and Francisco - "84 years old and still fit" - whose daily hike up the mountainside coincides with my visit. He joins me at the top of the tower, shouting his allegiance to Spain above the wind: "We are not like the people of Olivenza. We are true Spaniards, not half-breeds."
He points out the vast cattle ranches - dehesas - many of which are now owned by renowned matadors, the new feudal masters. These estates, which often cover thousands of acres, are turned over to toros bravos, the fighting bulls that will meet their fate in the bullring, but whose life until then will be happy and human-free.
On the way back down the hill I meet a man taking his sheep for a stroll. Justiniano ("like the Roman emperor") says he walks the ewe every day. "I am her 'mother'. Her own mother rejected her. She's nine years old and every day we walk to the castle." And her name? "Dolly, like your English sheep. But this one is natural. And still alive." Justiniano doesn't like what's happening at the castle. The provincial government has built chalets of wood, glass and steel into the castle walls to provide a hostel for weekenders.
"There's no sympathy with the castle's history. No attempt to blend in," he says.
"The Portuguese have it right. They restore their castles as they were and make new buildings in the old style." Across the border, in the lovely old town of Elvas, the old sore still itches. "We don't look to Spain for anything; we are so different from the Spanish," says Ana Valdes, owner of a toyshop. "We are quieter, more inward-looking, but here we get upset over Olivenza and the Campo Mayor even 200 years later.
"It's the same situation as Gibraltar, but you can't make the Spanish see that. Olivenza will never be Portuguese again, but it doesn't stop us resenting the Spanish because 'our' town is in their hands."
Luis Simoes, a policeman, is more phlegmatic. "We all speak Spanish here because the border is a few minutes away, though it isn't really a border. We know they struggle to learn Portuguese, so we adapt. We know they have Olivenza, so we say 'what can you do?' "Actually I think we're quite envious of the people of Olivenza. They belong to Spain, which has more power in Europe, in the world. But their influences are Portuguese. They have the best of both worlds. | |
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