MONARQUIA TRADICIONAL
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MONARQUIA TRADICIONAL

Nós seremos livres, nosso rei será livre, nossas mãos nos libertarão
 
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 Três verdades vencidas

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MensagemAssunto: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySex 1 Jun - 22:34:58

As verdades essenciais são três - Deus, Pátria, Rei. Mas não se pense que elas sejam dependentes ou hierarquizadas no campo da Política - e não é outro aquele em que estou colocado. As três verdades formam um todo. Já escrevi, um dia, com adorável escândalo dos fariseus, que elas são três palavras distintas e uma só verdade indecomponível - para fazer compreender a sua simultaneidade, a sua cooperação mútua para a Ordem Social. Elas constituem as três pedras angulares da nossa Civilização que não pode separar os três conceitos que as representam, sem trair a linha traçada pela História.
Disse já como devemos comportar-nos perante as duas verdades vencidas pelas Democracias - Deus e Pátria. Falta-me, para encerrar o ciclo da minha doutrina, expôr como devemos proceder para com a terceira verdade vencida - o Rei, se quisermos contribuir para o seu levantamento eficiente.
Mas insisto, para se evitar o perigo dos equívocos. A nossa acção deve visar simultâneamente as três verdades. Devemos procurar ressuscitar Deus, a Pátria e o Rei - ao mesmo tempo.
Deus, regressado à consciência da Pátria e ao pensamento do Rei; a Pátria e o Rei, regressados ao serviço de Deus.
Pela sua própria natureza, os três conceitos Pátria e Rei são condicionados por circunstâncias locais. Se proclamo a necessidade, para todo o mundo, do regresso a Deus, quando encaro as outras verdades não posso deixar de me reportar aos espaços restritos de cada Povo. E como não me cabe zelar os interesses ou destinos dos estranhos, ao tratar das duas últimas verdades, só posso ter em mente as conveniências da minha terra. Para ser fiel à verdade da História e à verdade da Filosofia política, direi que o Rei, em Portugal, acabou em 1834 - pela vitória das ideias que os homens de Vinte tentaram impor ao país, tendo esbarrado no acto audacioso e brilhante da Vila-Francada, que por ter falhado, nas suas consequências, provocou a Abrilada que o Estrangeiro estrangulou. A tentativa de 1828 a 1834 foi já o estrebuchar agónico daquela Monarquia que sete séculos antes se estabelecera e firmara em Portugal.
Em livro, intencionalmente bom, mas, na sua realização, deploravelmente mau, o seu autor, Artur Herchen, trata com a mais injusta benevolência, os homens de Vinte, os vintistas - como se deles não tivesse partido todo o infortúnio político que caíu sobre Portugal. A admitir-se o critério do autor do Dom Miguel Infante, não faltarão desculpas ou justificações para os crimes comunistas. Porque é tudo questão do quadro em que os homens se movem... Reputo muito perigoso levar-se tão longe o determinismo sociológico.
Não. Os homens de Vinte foram autênticos malfeitores, porque atiraram o País para a catástrofe da guerra civil permanente.
Porque a Revolução Francesa guilhotinou Luís XVI, Renan pôde escrever que, nesse dia, a França se suicidara. Os vintistas não guilhotinaram D. João VI; mas decapitaram a Realeza - o que é, talvez, pior.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySex 1 Jun - 22:35:31

(continuação)

Depois de 1820, ainda mesmo que se tenha em consideração o parêntesis cheio de agitação e inquietação de 1828 a 1834. Aquele que representava a Realeza legítima, tradicional e tipicamente portuguesa, foi expulso de Portugal, coloco, para mais comodidade, nesse ano, a data do termo da Realeza entre nós. O que se segue, então, é a legalidade do regime pre-republicano.
A doutrina monárquica ficou com os Legitimistas. A Monarquia que se instalou no Poder não tinha doutrina, e oferecia todo o ar duma coisa provisória que estava à espera do termo da sua missão, e aguardava que amadurecesse o pomo republicano. Os primeiros legitimistas, os mais próximos de 1834, ainda falavam em princípios, em bases do sistema monárquico. Os Constitucionais falavam de Liberdade e de votos, de eleições e de Democracia. Os Constitucionais não eram monárquicos; eram partidários. Não falavam nem agiam em nome da Monarquia, mas em nome duma facção política.
Durante perto de um século, o escol político português não deu um doutrinador monárquico - um só, para amostra! Quando leio a célebre carta de Mouzinho ao Príncipe Real, lamento sempre que esse homem não tivesse sido - monárquico por doutrina. Se o fora! Se ele tivesse desembainhado a sua espada gloriosa, não em nome de um partido, mas em nome de um Príncipio, talvez as coisas, em Portugal, tomassem novos rumos. Mas pode dizer-se que na última metade do séc. XIX, e na primeira década do séc. XX, não havia, entre nós, monárquicos doutrinados. Os monárquicos que havia eram-no por comodismo, por interesses próprios ou de família.
Folheiam-se os Diários das Câmaras; auscultam-se as colecções dos jornais; analisam-se os livros de comentários políticos, e sente-se apenas uma coisa: partidarismo. Doutrina monárquica? Filosofia monárquica? Desconhecem-se por completo. Foi preciso surgir a catástrofe de 1910, para as inteligências se voltarem para si próprias, e entrarem num processo de reflexão autónoma - de que saiu a ideologia monárquica. A minha geração tinha, para as necessidades do seu espírito, a ideologia republicana, a ideologia anarquista - cada uma delas com as suas cambiantes. Apesar de se viver em Monarquia, ninguém lhe formulava a ideologia monárquica! Porque ninguém a tinha, nem o Rei.
É disparate de mau gosto dizer-se, como, às vezes se diz, que a ditadura franquista fora a antecipação do movimento do 28 de Maio.
É possível que El-Rei D. Carlos tenha proferido a frase que lhe atribuem: «isto é uma Monarquia sem monárquicos!». Mas seria necessário, antes de mais nada, saber o que entendia o desventurado monarca por monárquicos. Tendo-se presentes os nomes dos seus professores, as suas leituras, os seus íntimos, e as circunstâncias que envolveram toda a sua vida, ela devia considerar monárquicos os que fossem capazes de se opor à obra dos republicanos. Ele próprio não teria a consciência do valor substancial da doutrina monárquica, como a não tinha o filho que lhe herdou o trono.
Há, nas Memórias do Sr. Eduardo Schwalbach, uma passagem que está à espera de comentário e esclarecimento. Conta o aplaudido dramaturgo que, na tarde de 6 de Maio de 1906, fora visitar o então Chefe de Governo, Hintze Ribeiro. Encontrou-o nervoso e sombrio, agitando na mão um telegrama de muitas páginas.
- Sabe o que é isto? - perguntou Hintze ao Sr. Schwalbach.
- É um telegrama...
- É. É um telegrama d'El- Rei. E sabe o que me diz? Diz-me que é chegado o momento de nos entendermos com os republicanos...
E Hintze Ribeiro, atirando o telegrama para cima de uma mesa, concluiu com repugnância:
- Para isto é que eu não sirvo.7 7 - À Lareira do Passado, pág. 237.
Acrescenta o Sr. Schwalbach que esse telegrama desapareceu. Mas invoca a sua palavra de honra, e afirma pelo que de mais sagrado tem na vida, que tudo se passou como ele o conta.
É claro que se o Rei possuísse o mais leve vestígio de doutrina monárquica, não teria descido a essa proposta de entendimento com os republicanos. Para ele, monárquicos e republicanos não são mais do que figurantes de partidos diversos. E como era possível entenderem-se regeneradores e progressistas, também não era impossível que se entendessem republicanos e monárquicos.
Não digo, contra o que o Sr. Schwalbach aventa, que Hintze Ribeiro fosse mais monárquico do que o Rei. Doutrinariamente, deviam equivaler-se. Mas a Hintze, como Chefe de Partido, repugnar-lhe-ia praticar um acto que ao Rei, que se considerava acima de todos, parecia curial e lícito.
Quanto à ditadura franquista... João Franco foi sempre medularmente liberal, parlamentar, amigo das lutas partidárias. Essa ditadura obedeceu a uma necessidade administrativa, e não a normas filosóficas ou doutrinárias de que João Franco viveu sempre afastado. Ele, chamado pelo Rei a governar, queria governar - saneando o que estava doente, colocando em seu lugar o que andava tresmalhado. Fez uma tentativa admirável de Administração. Nada mais. Foi para a Ditadura, porque o forçaram a ela. Mas precisamente o que o seduzia era a pugna parlamentar. Ele próprio o confessou, em público, já na actual situação política portuguesa. As figuras mais representativas do movimento franquista? Liberalíssimos! Martins de Carvalho, Luís de Magalhães, José Novais, Malheiro Reymão, etc. - liberalíssimos. Quando, em 1914, se esboçou a ideologia monárquica, parece que todos os monárquicos deviam encontrar-se nela, como quem tivesse recuperado o seu lar natural perdido. Nada disso! Os maiores tropeços levantaram-se precisamente no campo monárquico. E daí a significativa distinção entre monárquicos e talassas. E o Rei passou a vida à procura da quadratura do círculo, ou seja da síntese das antinomias hegelianas: a conciliação de monárquicos e talassas.
Destes não sei se ainda resta algum. Mas sei que o seu espírito de partido, de horizontes fechados, de sentimentos mesquinhos, o herdaram muitos dos monárquicos de 1914.
É esse espírito de partido que dificulta toda a obra de revigoramento monárquico.
As Democracias venceram o Rei. Venceram-no porque o desactualizaram, ou porque o expulsaram, ou porque o abastardaram. Realmente não se compreende que, em clima caracterizado pelo signo da Soberania Popular, se fale em Rei que, por definição, é antagónico com tal Soberania. Mas também se não compreende que cruzemos os braços, e deixemos ir tudo pela água abaixo, ao som da Internacional ou de outro qualquer faduncho dessa natureza.
Há que recomeçar o que com tanta boa-fé se tentou em 1914 - e se perdeu, porque se deixou entrar no que devia ser exclusivamente Doutrina, o micróbio do facciosismo partidário.
O que devia ser sistema de doutrina ou princípios, informando desinteressadamente a acção, transformou-se em partido, com as suas invejas, os seus ciúmes, as suas ambições, as suas birras e os seus rancores. O que devia ser nobre e puro tornou-se reles e sujo. O que devia ser nacional revelou-se campanário. O que devia ter concorrido para safar definitivamente o País do atoleiro veio contribuir para amarrar a Nação ao Equívoco sem futuro.
É absolutamente indispensável que nos convençamos todos de que de pontos de vista partidários, nada conquistamos. Enquanto teimarmos em subordinar o nacional ao partidário, e em mascarar o partidário de nacional, não caminharemos na boa senda.
Portanto, se sentimos que é necessário ressuscitar a terceira verdade vencida pela vitória das Democracias; se entendemos que é indispensável ao futuro normal da Pátria o regresso ao Rei; se pensamos que é conveniente aos supremos interesses da Nação, o esta voltar às suas instituições tradicionais, façamos o que há muitos anos prego: libertemo-nos do preconceito de partido, e inspiremo-nos exclusivamente no conceito de Nação. E em vez de reproduzirmos, como papagaios, a fórmula francesa e orleanista - tudo o que é nacional é nosso, digamos com consciência, que só o que é nacional é nosso.
Corrijamos os nossos passos, emendemos os nossos erros; procuremos remediar todo o mal que fizemos - e abramos novos caminhos, tracemos novas rotas e procuremos despertar novas confianças. Não repudiemos nenhum elemento útil; não receemos que este ou aquele nos façam sombra; não nos aflijamos com concorrências ou competições; não nos preocupemos com a satisfação de apetites, ou a recompensa de vanglórias. Tenhamos apenas em mira o objectivo da salvação da Pátria, porque ela implicando o restabelecimento do Rei, deve bastar-nos suficientemente.
Não semeemos rancores entre os portugueses; e onde virmos que eles medram, façamos tudo para os dominar e extirpar. Nem a Realeza é um Partido, nem é compatível com partidos. O defeito principal dos chamados regimes totalitários ou para-totalitários, consiste em eles, tendo eliminado os partidos, se apoiarem num Partido - que absorve a Nação.
É da essência da Realeza desconhecer partidos, e viver integrada na Nação. Onde o Rei aceita a organização de partidos, não há Realeza, há República; e aí, o Rei está a comprometer-se e a comprometer a Instituição real.
Quando o Rei fala em partido monárquico renega a virtude essencial da Realeza. Não é uma questão de palavras: é uma questão de noções. Quando fala em plebiscito, repudia-se a si próprio.
A mim, nunca ninguém me ouviu falar em partido monárquico. Se eu admitisse a legitimidade da expressão, provava que possuía muito simplesmente critério republicano ou democrático, e desconhecia a doutrina monárquica.
Portanto, diante da derrota que a terceira verdade essencial da nossa Civilização sofreu, com a Vitória das Democracias, se queremos concorrer para que ela recupere a sua força e o seu prestígio, temos que começar por afastar de nós todo o espírito partidário, todo o critério partidarista, tudo quanto representa desagregação. A Realeza, em Portugal, só conhece portugueses, só reconhece portugueses, só dá foros de legitimidade à qualidade de portugueses. Desconhece e rejeita portugueses divididos; não alimenta, não fomenta, não reconhece divisões entre portugueses; não os chama pelas divisões que eles revelam, mas pela unidade que eles manifestem.
Aos que em nome da Liberdade reclamem garantias para os partidos, ela responderá que, em nome da Nação, só garantirá a unidade. Pode cada um pensar o que lhe apetecer; mas a ninguém será lícito transformar o seu pensamento em força actuante contra a integridade e unidade da Nação.
Republicanos, socialistas, comunistas - que é isso perante a Nação? Elementos de dissociação e de anarquia, de enfraquecimento e desvalorização. A Realeza não os quer, não os aceita, não os reconhece.
Consequentemente, a Realeza a restaurar não é a Realeza liberal, constitucional, democrática, parlamentar, que aí tivemos a abrir a catástrofe de 1910 - mas a outra, a Realeza que vem de 1128 a 1820, a quem se deve a formação, a consolidação, o prestígio de Portugal; a quem se devem os fundamentos sobre que repousa a Nacionalidade; a quem se devem as fronteiras portuguesas, no continente europeu, e no Ultramar. À Realeza postiça de 1834 a 1910, devemos a.. República que foi a consequência lógica das lutas partidárias que a Realeza de então não podia evitar, porque ela própria saíra duma luta partidária vitoriosa; que ela não podia condenar, porque era da sua essência reconhecê-las; que ela não podia dominar, porque fôra ela que as desencadeara. Já não sei se há monárquicos em Portugal capazes de um movimento transcendente, como este que preconizo - tão afastado vivo de todos e de tudo - desde o Rei até à mais rudimentar organização da chamada Causa Monárquica. Fiel aos princípios, cada vez mais integrado neles, vivo distante dos homens que têm a fama de os representar, por incompreensão mútua: nem eles me entendem, nem eu os entendo a eles. A hora é dos videirinhos e dos trafulhas, e eu limito-me a assistir, de longe, como de longe das roletas do Estoril ou das celas do Limoeiro, à acção e ao triunfo admirável de uns e de outros. Eu sou o irrequieto, porque não me conformo com que se ponham no mesmo plano, homens honestos e homens desonrados, aventureiros e homens sérios; eu sou o conflituoso, porque digo que um gato é um gato, e um coelho é um coelho; eu sou réprobo, porque me caracterizam estas duas qualidades, que pelo visto são defeitos, e se traduzem pela expressão adoptada por um alto espírito português: a independência dos meus juízos, e a firmeza das minhas convicções. Por tudo isto, vivo distante, em isolamento que progride, porque não dou um passo, nem esboço um gesto para conter ou limitar. E assim não sei se há monárquicos em Portugal capazes de dar à doutrina monárquica a forma que ela requer, e a força que ela solicita, para poder emergir dos escombros em que a Vitória das Democracias a sepultou. Monárquicos, é claro, que não tragam à frente, como o judeu das tâmaras, o balcão dos negócios; monárquicos que não sejam comerciantes e traficantes, e não façam da doutrina monárquica moeda de compra e venda.
Se os há, bom seria que alguém os juntasse, e os animasse à obra que tudo indica como indispensável.
Se os não há...
Nem por isso me demitirei de dizer o que é necessário realizar. Já citei aquele pensamento salutar: não se é obrigado a vencer; mas toda a gente é obrigada a lutar.
Neste, como noutros campos, lutarei, sozinho, sem esperanças de ser ouvido; já estou habituado ao silêncio - ou a minha doença me não tivesse ensinado a conformar-me com o silêncio...
Lutarei, pois, sozinho, sem esperanças de ver os meus esforços serem secundados. Já um dia me chamaram, com envenenada má-fé, «defensor de causas perdidas».
Admirável coisa esta de defender causas vencidas, homens vencidos, sobre que as vagas alterosas da Vitória passam, altaneiras e invencíveis! Com essa defesa, não se colhem bens, nem louros; colhem-se antes desgostos e lágrimas. Mas fica-nos a consciência tão límpida como a água que brota de rocha virgem...

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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySáb 2 Jun - 0:57:42

Poder-se-ia dizer hoje o mesmo que Alfredo Pimenta disse há oitenta anos. O país é o mesmo, os problemas são os mesmos, os portugueses são os mesmos e os monárquicos se não são os mesmos é porque são piores. Quando nos devíamos unir para salvar o país, agredimo-nos, insultamo-nos, rebolamos no esterco do facciosismo... Gastamos horas infindas a enlamear o nome de aqueles de quem não gostamos. Em vez de defender ideias, de fazer doutrina, atacamos pessoas. Quando precisávamos de águias, só encontramos ratazanas do cano... Nem sequer conseguimos realizar um encontro essencial para definir as estratégias futuras... Estamos mal, muito mal mesmo...
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySáb 2 Jun - 12:38:24

Mais um que brevemente também deverá ser conotado de absolutista ou ultramonárquico!


Bem-vindo à lista meu caro...






Ruben Baltazar
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySáb 2 Jun - 16:17:51

ACABEMOS COM ISTO...

Isto é a cobardia democrática. Isto é o preconceito democrático. Isto é a vermina democrática.
A Democracia afoga-nos, subverte-nos, arruina-nos, envenena-nos. Diante dela, a sociedade portuguesa está tolhida, vencida, sucumbida e morta — para toda a energia sã, para toda a acção salvadora. A República? Não. Não é bem a República que nos mata: é a Democracia. A Monarquia? Não será a Monarquia que nos salvará, se vier aliada à Democracia. Porque a Democracia é a antecâmara da Anarquia. A Democracia é a legalização da Desordem, é a organização do Tumulto. A Democracia é a lógica, às avessas; é o regime da Multidão, do ninguém se entende, do tudo doido. A Democracia é contra a Pátria, depois de ser contra a Família, depois de ter sido contra Deus. A Democracia é o caos.
A sociedade portuguesa sofre do uso e do abuso da Democracia. Deixaram-se corromper por ela todas as classes, todos os partidos, todas as categorias. A onda democrática bate o seu pleno — desde as mais altas esferas intelectuais até às mais baixas camadas populares. Por isso, a sociedade portuguesa se encontra na fase mais crítica da sua existência, fugindo do poço da lama para que a Democracia arrasta para ir cair no lago de sangue para que a Democracia a atrai.
Todos os aspectos singularmente doentios que a sociedade portuguesa apresenta ao observador, têm uma origem: a corrupção democrática, a tendência democrática, o preconceito democrático, a sugestão democrática.
As castas aristocráticas finam-se por esterilidade. As massas democráticas diluem-se em grosseria e sangue.
A Democracia é a mistura, a mestiçagem, a confusão, o tumulto.
Não se confunda Democracia e Povo, não se confunda Aristocracia e Brasão. Porque no Povo, há aristocratas — os espíritos de eleição que olham o Céu e as Estrelas; entre os brasonados, há democratas — os que descem os olhos para as sarjetas sociais e se comprazem com os contactos lamacentos e repugnantes.
Aquele homem do povo que se lava e procura distinguir-se da arraia em que viveu, pelas maneiras e pelas acções, buscando, na cultura dos seus sentimentos, compensação para a humildade e anonimato da sua origem — esse é um aristocrata.
Aquele filho d`algo que esquece os feitos de heroicidade física ou moral dos seus maiores, para se deliciar no convívio dos mais lastimáveis tipos da baixa fauna social, e se degrada, e se arrasta até se confundir com eles — esse é um democrata. Entre um parvenu de salão e um parvenu de taberna — ah! Senhores, não hesitemos. O primeiro pode dar-nos a impertinência que irrita. Mas o segundo dá-nos a degradação que arrepia. E dos dois, só o segundo é produto da Democracia.
Não há dúvida nenhuma que nós estamos sofrendo uma profunda crise de inteligência — crise de origem democrática. Não há reflexão; não há raciocínio; não há cultura; não há respeito pela inteligência. Há mais alguma coisa, que é muito pior: há um ódio, oculto, por ora, à inteligência. Que processo adoptou a Democracia para conseguir triunfar no seu assalto à inteligência? O mais infame: fingindo-se defensora da inteligência. Ora se há inimiga da inteligência, por natureza, pela sua própria substância, — é a Democracia, o nivelamento, o repúdio de todos os Heróis, de todas as Personalidades, de todos os Eus.
O sintoma mais típico do domínio da Democracia, e por outro lado, a revelação mais clara do seu carácter — temo-la aí nesse culto do Soldado Desconhecido, do Anónimo, do Ninguém, em detrimento do culto devido aos generais responsáveis, sobre quem cairiam todas as afrontas e todos os vexames, todos os insultos e todos os castigos, no caso de uma derrota, e a quem negam todas as homenagens, na hipótese realizada do menor mal possível. E toda a gente se acobardou diante da vaga anárquica, e consagrou a mais demolidora das orientações!
Às vezes, mesmo antevendo a catástrofe para que nos encaminhamos com aquela fúria singular de quem tem medo de não chegar a tempo, sorrimos de desdém, ouvindo a gritaria, a choramingaria, os protestos, os discursos, as ameaças, as reclamações, que surgem nos jornais, nas representações, nos parlamentos, nas salas, nas ruas, em toda a parte. Porque tudo isso, gritos, choradeiras, protestos, discursos, ameaças, reclamações, — é poeira vazia, é linguagem de papagaio, é tolice... Gritam, protestam, contra o assassinato e o roubo, contra a injúria e a calúnia, mas fazem muralha, quando alguém, audaz, se ergue contra a origem do assassinato que os aflige, do roubo que os amedronta, da injúria que os vexa e da calúnia que os irrita.
Acabo de percorrer a maior parte dos comentários que se fizeram ao acontecimento trágico de quarta-feira passada, em que um agente da ordem pública e social sucumbiu às mãos de um inimigo da mesma ordem, — acontecimento que se deu no mesmo dia em que pela terceira vez se adiou o julgamento de outro inimigo da ordem social. Palavras, palavras, palavras — e nem um conselho positivo, e nem uma solução positiva! Tocar na arca santa da instituição do júri criminal? Pedir a instituição dos processos sumários militares? Esquecer tudo, tudo e obrigar o Governo a defender a Ordem, e impôr a Ordem, com a Constituição ou contra a Constituição, com o Parlamento ou contra o Parlamento, com a Lei ou contra a Lei? Credo! Seria magoar a Democracia. Seria ofender a Democracia.
Diante de uma casa a arder, não se discutem teorias: apaga-se o fogo, a bem ou a mal. A sociedade portuguesa está a arder. Acudam-lhe enquanto é tempo. Arrumem para o lado os incendiários ou os coniventes, encontrem-se eles onde se encontrarem, — no Parlamento, nos jornais, nas Secretarias, nas ruas e nas alfurjas — e salvem isto da derrocada!

Alfredo Pimenta
(«A Época», n.º 1749, 01.06.1924, pág. 1)
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySáb 2 Jun - 20:59:03

Aqui já me distancio de Alfredo Pimenta. O conceito de democracia traduz a participação dos governados na escolha dos governantes e na determinação das prioridades governativas. Nesse sentido "democracia" é de facto sinónimo de legitimidade.

Agora, o que passa por democracia - e foi atacado por Alfredo Pimenta - é de facto oligarquia, ou seja, o governo de minorias dominadas por interesses económicos.

Se atacarmos a democracia parece que estamos a atacar o seu conceito mais nobre, quando queremos é atacar as oligarquias. Mas então chamemos os bois pelo nome. Defendamos a democracia e ataquemos a vigarice institucional que abusivamente se apoderou dessa designação. E tenhamos o cuidado de esclarecer que, ao defendermos a democracia, precisamos de nos distanciarmos dos instrumentos da oligarquia: os partidos políticos, o controlo da comunicação social pelos interesses económicos e o capitalismo neo-liberal.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySáb 2 Jun - 23:16:40

Aqui já me distancio de si, Professor Nuno Cardoso da Silva.
Isso seria tentar “melhorar” um sistema já por si podre desde a nascença.

O que Alfredo Pimenta escreveu à 80 anos atrás enquadra-se perfeitamente na actualidade. É incrível.

O mal deve ser cortado pela raiz, aliás é a democracia quem alimenta as oligarquias que o senhor tanto repudia.

Acabar com a modorra democrática é a única solução. Essa é a condição primordial.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 3 Jun - 0:12:32

Concordo convosco e com o Alfredo Pimenta.
O problema é que actualmente se vive de demagogia e quem não for democrata é a chamado de fascista. Percebo que na vossa ideia, a sugestão é acabar com a democracia e propor um sistema (que se preocupe com o Bem Comum como costumais dizer) muito mais virado para o POVO e para a Comunidade do que para as sedes partidárias.

Para mim torna-se muito confuso ouvir dizer mal desta democracia e depois propor-se outra. O que vós propordes terá de ter outro nome para que nos possamos entender. Entendido?

A guerra também tem uma face não tangível, mas ao mesmo tempo contundente, as palavras. Por isso a escolha certa ajuda muito.
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Nuno Cardoso da Silva
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 3 Jun - 1:45:02

Se, como referi acima,

Citação :
O conceito de democracia traduz a participação dos governados na escolha dos governantes e na determinação das prioridades governativas. Nesse sentido "democracia" é de facto sinónimo de legitimidade.

sermos contra a democracia não poderia significar sermos contra a "participação dos governados na escolha dos governantes e na determinação das prioridades governativas"? Não me parece que seja isso que os monárquicos tradicionalistas querem, por isso não compreendo o medo da palavra "democracia".
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Aidé Quental
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 3 Jun - 2:52:15

Camarada CdS

Algo está mal.
Hoje são os partidos que escolhem os governantes, chama-se a isso democracia.

Se como diz

Citação :
O conceito de democracia traduz a participação dos governados na escolha dos governantes e na determinação das prioridades governativas. Nesse sentido "democracia" é de facto sinónimo de legitimidade.

E a isto também quer que se chame democracia, então não vai continuar a reinar a confusão?

Os políticos actuais dizem que não há democracia sem partidos e estes reinam impunes. Para os acossar terá de dizer mal do sistema, logo da democracia. Reinará a desconfiança ao ser visto como um dos que quer afinal uma democracia pois vai parecer que se trata de uma guerra de poleiros e não ideológica. Conseguirá credibilidade para as suas propostas, ao dizer que quer uma democracia, quando o que o POVO deseja é ver-se livre dela?

Se como diz, a sua “democracia” é sinónimo de legitimidade pelo facto de participar na escolha dos governantes, então como vai explicar que o rei (ainda por cima o seu rei é cheio de poderes e é responsável pelo governo), seja um governante legítimo se é escolhido pela barriga donde é parido? Vai ser difícil, não vai?

Actualmente, a agenda governativa é feita por Bruxelas e chama-se a isso democracia. Na sua “democracia” o POVO vai definir as prioridades governativas e quer que também se chame a isto democracia? Grande confusão.

Sempre aprendi que a democracia grega era alimentada com a demagogia. Os tempos de hoje não me parecem muito diferentes.

Sue
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 3 Jun - 20:42:33

Aidé Quental escreveu:
Camarada CdS

Algo está mal.
Hoje são os partidos que escolhem os governantes, chama-se a isso democracia.

Se como diz

Citação :
O conceito de democracia traduz a participação dos governados na escolha dos governantes e na determinação das prioridades governativas. Nesse sentido "democracia" é de facto sinónimo de legitimidade.

E a isto também quer que se chame democracia, então não vai continuar a reinar a confusão?

Os políticos actuais dizem que não há democracia sem partidos e estes reinam impunes. Para os acossar terá de dizer mal do sistema, logo da democracia. Reinará a desconfiança ao ser visto como um dos que quer afinal uma democracia pois vai parecer que se trata de uma guerra de poleiros e não ideológica. Conseguirá credibilidade para as suas propostas, ao dizer que quer uma democracia, quando o que o POVO deseja é ver-se livre dela?

Se como diz, a sua “democracia” é sinónimo de legitimidade pelo facto de participar na escolha dos governantes, então como vai explicar que o rei (ainda por cima o seu rei é cheio de poderes e é responsável pelo governo), seja um governante legítimo se é escolhido pela barriga donde é parido? Vai ser difícil, não vai?

Actualmente, a agenda governativa é feita por Bruxelas e chama-se a isso democracia. Na sua “democracia” o POVO vai definir as prioridades governativas e quer que também se chame a isto democracia? Grande confusão.

Sempre aprendi que a democracia grega era alimentada com a demagogia. Os tempos de hoje não me parecem muito diferentes.

Sue
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Cara Aidé,
Ultimamente tem surpreendido várias pessoas, eu inclusive.
Tem toda a razão, não podemos defender a democracia. Mas para mim isso não é sinónimo de tirania, pois na Monarquia que defendo existirão cortes.
E deve ser reimplantado o lema: “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySeg 4 Jun - 18:01:01

O Conjurado escreveu:
As verdades essenciais são três - Deus, Pátria, Rei. Mas não se pense que elas sejam dependentes ou hierarquizadas no campo da Política - e não é outro aquele em que estou colocado. As três verdades formam um todo. Já escrevi, um dia, com adorável escândalo dos fariseus, que elas são três palavras distintas e uma só verdade indecomponível - para fazer compreender a sua simultaneidade, a sua cooperação mútua para a Ordem Social. Elas constituem as três pedras angulares da nossa Civilização que não pode separar os três conceitos que as representam, sem trair a linha traçada pela História.

Como assim?

A única forma de Deus, Pátria e Rei estarem interligadas, será se nos encontrarmos num Estado Monárquico onde a fígura de um Rei é sustentada pela palavra de "Deus".
Ou seja, que as acções deste, Rei, estarão acima de toda a suspeita/possibilidade de serem questionadas.

Ou seja... a nível político, Absolutismo de direito Divino, puro e duro, pois é de todo falso tentar "enfiar" um Rei sustentado em direito divino numa qualquer outra forma de Regime, quando a palavra do mesmo seria "blindada" e a toda a prova.

Peço imensa desculpa, mas não percebi... reformule por favor.

O Conjurado escreveu:
Disse já como devemos comportar-nos perante as duas verdades vencidas pelas Democracias - Deus e Pátria. Falta-me, para encerrar o ciclo da minha doutrina, expôr como devemos proceder para com a terceira verdade vencida - o Rei, se quisermos contribuir para o seu levantamento eficiente.

Não percebo o porquê de se insistir em que a Democracia seja algo de errado num sistema de governação actual.
Lá porque aconteçam erros, isso não quer dizer que se deva de deixar de se usar determinada situação.
Já com a aviação comercial a reacção, foi notório o falhanço do "de Havilland Comet" o primeiro jacto de transporte civil devido ao que mais tarde se veio a descobrir ser "fadiga do metal" e nos céus de hoje voam aviões comerciais a reacção.

A Democracia é um conceito são, mas que facilmente pode e é abusado por quem detêm o poder. Logo o que é necessário é que aprendamos com os erros passados e presentes e sejamos capazes de melhorar, ao invés de se procurar pura e simplesmente abandonar um conceito, por ser difícil utilização.

O Conjurado escreveu:
Mas insisto, para se evitar o perigo dos equívocos. A nossa acção deve visar simultâneamente as três verdades. Devemos procurar ressuscitar Deus, a Pátria e o Rei - ao mesmo tempo.
Deus, regressado à consciência da Pátria e ao pensamento do Rei; a Pátria e o Rei, regressados ao serviço de Deus.
Pela sua própria natureza, os três conceitos Pátria e Rei são condicionados por circunstâncias locais. Se proclamo a necessidade, para todo o mundo, do regresso a Deus, quando encaro as outras verdades não posso deixar de me reportar aos espaços restritos de cada Povo. E como não me cabe zelar os interesses ou destinos dos estranhos, ao tratar das duas últimas verdades, só posso ter em mente as conveniências da minha terra...

Qual o interesse e conveniente em se misturar conceitos desta categoria?
Temos a abstracção do conceito Pátria, mas com o qual todos se podem identificar visto sabermos habitar num espaço definido (e até há povos que sem terem espaço definido há muito, mantêm esta unidade) e assim é fácil apresentar este conceito, visto estarmos a tentar beneficiar todos quantos nele se insiram, ou seja, os Portugueses.
Já com o conceito de Rei, inferimos no de Monarquia, onde se procura aliar uma forma de governação isenta, tanto quanto possível, de pressões por parte de grupos económicos entre outros, afinal Portugal é do Rei o que este tem a ganhar em vender o seu património a grupos económicos? com o do aliar o passado histórico sob a Monarquia, creio ser daí a tão grande aversão que os monárquicos têm aos republicanos pois deixaram de poder aliar a fígura do Rei com o Presente e Passado Recente de Portugal.
Ora, este último aliar de conceito, nada infere para a felicidade dos Portugueses. Apenas demonstra que tem havido uma linha de pensamento ou continuidade mantida desde há muito.
Houveram as devidas quebras em diversas situações, mas essas são facilmente descartáveis devido à sucessão de Reis que permitem dar a ilusão de uma continuidade (quando há quebras) onde a república não o consegue.

Agora, já o procurar aliar o conceito de uma teocracia, no contexto de interferência de uma qualquer crença, com a governação política é procurar querer reduzir a governação do país a um Irão Europeu.
Eu bem sei que exagero, mas quem me consegue garantir a isenção dos nossos governantes a partir do momento em que uma crença, por muito que a mesma seja professada pela maioria, quando estiverem em discussão assuntos que mexam com os dogmas dessa mesma crença?
SE existisse esta ligação, por muito superficial que fosse, com uma crença falando de Portugal, com a Igreja Católica Apostólica Romana (eu prefiro manter o anterior nome da mesma) teria existido um referendo à IVG? Ou poderiam eventualmente existir referendos que tratassem de possíveis atribuições de direitos a cidadãos cujas orientações sexuais não correspondam às da maioria?

Pode ser que até sim, mas eu tenho as minhas dúvidas.
Quando foi que o divórcio passou a ser possível? Deveria essa opção ser revogada?

Um abraço,

IzNoGuud
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MensagemAssunto: RE   Três verdades vencidas EmptySeg 4 Jun - 19:41:12

Por isso defendo a monarquia electiva onde o rei legitimado pelo voto, também passa a ter poderes que esse voto legitimamente lhe atribui e não ser mera figura decorativa.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySeg 4 Jun - 21:56:49

Valdez escreveu:
Por isso defendo a monarquia electiva onde o rei legitimado pelo voto, também passa a ter poderes que esse voto legitimamente lhe atribui e não ser mera figura decorativa.

Caro Valdez,

Isso será a mesma coisa que acontece na república. Um rei legitimado pelo voto. Assim, estaria sempre dependente do voto e das forças oligárquicas, nunca seria um rei independente e imparcial.

Então na sua perspectiva é como as presidenciais, onde “qualquer um” pode concorrer?

Seria bonito ver os comunas a votarem na Odete Santos para rainha.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyTer 5 Jun - 17:15:23

As minhas desculpas ao Conjurado, pois não consegui terminar ontem a minha apresentação da minha resposta ao seu post.

O Conjurado escreveu:
...Aquele que representava a Realeza legítima, tradicional e tipicamente portuguesa, foi expulso de Portugal, coloco, para mais comodidade, nesse ano, a data do termo da Realeza entre nós...

Meu caro, quero saudá-lo por ser capaz de se apresentar enquanto Miguelista.
Gosto de pessoas, mesmo quando não concordo com as mesmas, que são capazes de afirmar aquilo que são e que defendem a sua posição.

Somente posso igualmente esperar é que o meu amigo, esteja disposto a confrontar a sua posição com as demais, procurando assim por falhas na mesma, tal como eu tento fazer com a minha.

O Conjurado escreveu:
A Monarquia que se instalou no Poder não tinha doutrina... Os primeiros legitimistas, os mais próximos de 1834, ainda falavam em princípios, em bases do sistema monárquico. Os Constitucionais falavam de Liberdade e de votos, de eleições e de Democracia. Os Constitucionais não eram monárquicos; eram partidários. Não falavam nem agiam em nome da Monarquia, mas em nome duma facção política.

Creio que a Monarquia nesta altura não falhou, quem falhou foram os Monárquicos que passaram a dar mais importância a mesquinhas lutas partidárias em vez de se interessarem pelo bem da Nação.

O Conjurado escreveu:
Mas pode dizer-se que na última metade do séc. XIX, e na primeira década do séc. XX, não havia, entre nós, monárquicos doutrinados. Os monárquicos que havia eram-no por comodismo, por interesses próprios ou de família.

As pessoas gostam de se acomodar, tal como acontece hoje com a República.
Por isso discordo com aqueles que lutam pela restauração de um sistema como este, mas igualmente não me revejo no sistema que os meus amigos pretendem restaurar.

Eu quero algo novo, algo apropriado à era em que nos encontramos.

O Conjurado escreveu:
...Apesar de se viver em Monarquia, ninguém lhe formulava a ideologia monárquica! Porque ninguém a tinha, nem o Rei.
...É possível que El-Rei D. Carlos tenha proferido a frase que lhe atribuem: «isto é uma Monarquia sem monárquicos!». Mas seria necessário, antes de mais nada, saber o que entendia o desventurado monarca por monárquicos...Ele próprio não teria a consciência do valor substancial da doutrina monárquica, como a não tinha o filho que lhe herdou o trono.

Meu caro, dizer que D. Carlos não tinha uma doutrina monárquica é algo do meu ponto de vista incorrecto. Poderia não ter a doutrina monárquica que o meu amigo advoga, mas isso não quer dizer que não a tenha.
D. Carlos, procurou sempre cumprir a Constituição, nao nos esqueçamos que a fígura do Rei já tinha deixado de estar ligada à Nação, enquanto representante da vontade desta, para se ter tornado no representante dos Portugueses, estando assim sujeito e regido pela Lei.
De facto, não se pode afirmar que existisse um Rei de Portugal, esses no seu real sentido já não existiam, existindo sim apenas Reis dos Portugueses, o que é diferente.
Tal como acontece na Bélgica, uma Nação bem recente e nascida pelas alturas destas convoluções em Portugal, onde o seu Soberano é intitulado de Rei dos Belgas e o Reino se chama "Reino dos Belgas".
Ou seja, que quem é soberano é a População e não o Estado enquanto Entidade Abstracta.
O mesmo foi acontecendo em todas as Nações Monárquicas Europeias, umas mais cedo, outras mais tarde, com algumas excepções, mas essas
hoje também não são Monarquias.
D. Miguel, advogou a permanência no conceito anterior, os Liberais a modernização. Eu creio que os últimos tinham e têm razão. Mas tudo deve ser revisto e os Monárquicos da altura não deixam de ter culpas graves no cartório quanto à eventual queda da Monarquia em Portugal.

O Conjurado escreveu:
Há, nas Memórias do Sr. Eduardo Schwalbach, uma passagem que está à espera de comentário e esclarecimento. Conta o aplaudido dramaturgo que, na tarde de 6 de Maio de 1906, fora visitar o então Chefe de Governo, Hintze Ribeiro. Encontrou-o nervoso e sombrio, agitando na mão um telegrama de muitas páginas.
- Sabe o que é isto? - perguntou Hintze ao Sr. Schwalbach.
- É um telegrama...
- É. É um telegrama d'El- Rei. E sabe o que me diz? Diz-me que é chegado o momento de nos entendermos com os republicanos...
É claro que se o Rei possuísse o mais leve vestígio de doutrina monárquica, não teria descido a essa proposta de entendimento com os republicanos. Para ele, monárquicos e republicanos não são mais do que figurantes de partidos diversos. E como era possível entenderem-se regeneradores e progressistas, também não era impossível que se entendessem republicanos e monárquicos.

Acho engraçada tal situação.
Creio que D. Carlos, se apercebeu de que a Monarquia se estava a perder, senão mesmo do dealbar da sua derrocada.
Sendo que das duas uma, ou negociava com os Republicanos ou tentava ele próprio regenerar a Monarquia enquanto instituíção, fazendo aquilo que lhe era vedado. Violar as Leis que o regiam.
Optou jogar o tudo por tudo em João Franco.

O Conjurado escreveu:
...É claro que se o Rei possuísse o mais leve vestígio de doutrina monárquica, não teria descido a essa proposta de entendimento com os republicanos. Para ele, monárquicos e republicanos não são mais do que figurantes de partidos diversos. E como era possível entenderem-se regeneradores e progressistas, também não era impossível que se entendessem republicanos e monárquicos...

Querer menorizar a actuação do Rei, quando este tenta salvar a Monarquia de que maneira fosse... é... reduzir o presente da altura a mera semântica.
A Monarquia estáva em risco de cair. D. Carlos procura salvá-la, mesmo que para isso tivesse de "Republicanizar" o Reino (apenas como opção viável). Tentar-se-ia, reconduzir à posteriori a Monarquia para o caminho que se desejasse, mas para isso teria 1º de haver uma Monarquia em Portugal.
A outra opção seria a entrega do Governo a uma Ditadura... D. Carlos optou por esta última e creio que se não tivesse sido assassinado, sob a sua experiente liderança, o futuro poderia ter sido diferente. Note-se que não afirmo que seria diferente, não podemos fazer "futurologia" ou neste caso "passadologia", apenas friso de que poderia ter sido diferente.
Faltou D. Carlos e a D. Manuel II faltou uma mão que o guiasse, faltou-lhe a preparação para a façanha e aqui creio que D. Carlos pecou. Deu apenas a D. Luís Filipe a educação para Reinar, quando após a hecatombe que tinha acontecido no passado ainda recente a Casa de Bragança, este deveria ter apostado em ambos os filhos de igual forma.

D. Carlos arriscou... infelizmente, não funcionou.

O Conjurado escreveu:
...Quando, em 1914, se esboçou a ideologia monárquica, parece que todos os monárquicos deviam encontrar-se nela, como quem tivesse recuperado o seu lar natural perdido. Nada disso! Os maiores tropeços levantaram-se precisamente no campo monárquico. E daí a significativa distinção entre monárquicos e talassas. E o Rei passou a vida à procura da quadratura do círculo, ou seja da síntese das antinomias hegelianas: a conciliação de monárquicos e talassas.
Destes não sei se ainda resta algum. Mas sei que o seu espírito de partido, de horizontes fechados, de sentimentos mesquinhos, o herdaram muitos dos monárquicos de 1914.
É esse espírito de partido que dificulta toda a obra de revigoramento monárquico.

Lol... gosto desta distinção.
Não possuo conhecimentos neste momento, que me permitam avaliar as diversas posições que aparentemente aqui se falam, por isso não irei comentar as mesmas.
Mas que nos dias de hoje, ainda se vive sob esta política de "espírito de partido, horizontes fechados, de sentimentos mesquinhos..." há aí tem toda a razão. Eu que o diga lol.

O Conjurado escreveu:
As Democracias venceram o Rei. Venceram-no porque o desactualizaram, ou porque o expulsaram, ou porque o abastardaram.

LOL... Tem toda a razão este meu amigo Wink Infelizmente, a Monarquia (e não o Rei) estava mais que podre e corrumpida aquando da sua queda.
A ideia de Monarquia tinha falhado por complecto e foi tal a sua desarticulação que esta não consegue suster o Regime numa Revolução que ninguém esperava ganhar (os Repúblicanos tinham o gosto de periódicamente fazerem umas "mini" revoluções para demonstrarem que estavam vivos).
A Monarquia falhou e caíu. Tentou nas seguintes décadas reclamar o seu lugar e falhou na sua intenção novamente.
Vê-se agora forçada a aceitar a República enquanto Regime, para que possa eventualmente voltar ao Poder. Isto apenas demonstra o real poder que a Monarquia detém nos dias de hoje.
A Monarquia aprende a jogar o jogo com as regras da própria República, mas não tem demonstrado ter aprendido com os seus erros. Apostando nas questões ideológicas distintas, que se centram no fundo mais em Pretensões do que em ideais.

O Conjurado escreveu:
Realmente não se compreende que, em clima caracterizado pelo signo da Soberania Popular, se fale em Rei que, por definição, é antagónico com tal Soberania.

Lol, acho incorrecto. Aqui apenas se demonstra que se continua a pensar com a mentalidade da altura, o que nem pode ser usado como argumento contra este meu amigo, uma vez que o mesmo viveu de 1882 a 1950 Wink
Mas nos dias de hoje, pretender usar este argumento enquanto argumento válido é incorrecto.
A Soberania Popular é um dado adquirido, o Povo fartou-se de ser o "bobo da corte" e quis passar a ter uma voz activa na sua própria governação.
A fígura do Rei, tal quando perdeu poderes ao se passar da Monarquia Absolutista para a Liberal e por aí fora. Nos dias de hoje, não pode aspirar a um regresso ao início, ao Absolutismo.
Ninguém aceitará uma Monarquia, SE o Rei for uma fígura na qual a população não possua autoridade.
O Rei deixou de mandar em Portugal, passaram a mandar definitivamente os Portugueses.

O Conjurado escreveu:
Há que recomeçar o que com tanta boa-fé se tentou em 1914 - e se perdeu, porque se deixou entrar no que devia ser exclusivamente Doutrina, o micróbio do facciosismo partidário.
O que devia ser sistema de doutrina ou princípios, informando desinteressadamente a acção, transformou-se em partido, com as suas invejas, os seus ciúmes, as suas ambições, as suas birras e os seus rancores. O que devia ser nobre e puro tornou-se reles e sujo. O que devia ser nacional revelou-se campanário. O que devia ter concorrido para safar definitivamente o País do atoleiro veio contribuir para amarrar a Nação ao Equívoco sem futuro.
É absolutamente indispensável que nos convençamos todos de que de pontos de vista partidários, nada conquistamos. Enquanto teimarmos em subordinar o nacional ao partidário, e em mascarar o partidário de nacional, não caminharemos na boa senda.

Sem dúvida.

O Conjurado escreveu:
Portanto, se sentimos que é necessário ressuscitar a terceira verdade vencida pela vitória das Democracias; se entendemos que é indispensável ao futuro normal da Pátria o regresso ao Rei; se pensamos que é conveniente aos supremos interesses da Nação, o esta voltar às suas instituições tradicionais, façamos o que há muitos anos prego: libertemo-nos do preconceito de partido, e inspiremo-nos exclusivamente no conceito de Nação.

Lol... interessante, com a excepção da opinião deste meu amigo para com a Democracia e a parte sobre a Tradição, interessante que quem defenda a Tradição afirme que os Monárquicos tinham em demasia os "...horizontes fechados..." e que quanto a mim insiste em nos perseguir e limitar esses mesmos horizontes muito feliz, com as quais eu não concordo.

O Conjurado escreveu:
E em vez de reproduzirmos, como papagaios, a fórmula francesa e orleanista - tudo o que é nacional é nosso, digamos com consciência, que só o que é nacional é nosso.

Muito interessante este "slogan".

O Conjurado escreveu:
Corrijamos os nossos passos, emendemos os nossos erros; procuremos remediar todo o mal que fizemos - e abramos novos caminhos, tracemos novas rotas e procuremos despertar novas confianças. Não repudiemos nenhum elemento útil; não receemos que este ou aquele nos façam sombra; não nos aflijamos com concorrências ou competições; não nos preocupemos com a satisfação de apetites, ou a recompensa de vanglórias. Tenhamos apenas em mira o objectivo da salvação da Pátria, porque ela implicando o restabelecimento do Rei, deve bastar-nos suficientemente.

Isto é música para os meus ouvidos Wink

O Conjurado escreveu:
Não semeemos rancores entre os portugueses; e onde virmos que eles medram, façamos tudo para os dominar e extirpar. Nem a Realeza é um Partido, nem é compatível com partidos...
É da essência da Realeza desconhecer partidos, e viver integrada na Nação.

Totalmente de acordo.

O Conjurado escreveu:
Onde o Rei aceita a organização de partidos, não há Realeza, há República; e aí, o Rei está a comprometer-se e a comprometer a Instituição real.
Quando o Rei fala em partido monárquico renega a virtude essencial da Realeza. Não é uma questão de palavras: é uma questão de noções. Quando fala em plebiscito, repudia-se a si próprio.

Lol... Aqui encontro-me quase totalmente contra esta posição.
Muito simples de facto.
A Monarquia é uma Instituição viva, não é a Nação que se tem de adaptar à mesma, mas esta que tem de se adaptar à Nação e se os Portugueses anseiam pelo acesso às tomadas de decisões quanto aos seus destinos, quem é o Rei para o impedir?
A Monarquia ou se adapta ou é substituida, no nosso caso foi de facto substituida.
Hoje, finalmente, temos a hipótese de devolver à Monarquia uma real possibilidade desta voltar à governação em Portugal.
Agora, cabe-nos saber o que oferecer aos Portugueses e como o oferecer.
Se lhes vamos retirar direitos, reais ou imaginários, estes jamais nos aceitarão sem uma muito boa razão. E tanto quanto sei ainda não apresentámos nenhuma razão de monta, que não nos possa igualmente ser atirada à cara.

Somente considero a questão do Partido Monárquico. Mas como estamos em República e aceitámos que para eventualmente conseguirmos voltar ao Poder, temos de jogar pelas regras da República, então admito a sua existência e necessidade. No entanto, creio que tal pode e deve ser ainda considerado.

O Conjurado escreveu:
A mim, nunca ninguém me ouviu falar em partido monárquico. Se eu admitisse a legitimidade da expressão, provava que possuía muito simplesmente critério republicano ou democrático, e desconhecia a doutrina monárquica.

Opiniões...

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyQua 6 Jun - 19:21:19

Continuação...

O Conjurado escreveu:
Portanto, diante da derrota que a terceira verdade essencial da nossa Civilização sofreu, com a Vitória das Democracias, se queremos concorrer para que ela recupere a sua força e o seu prestígio, temos que começar por afastar de nós todo o espírito partidário, todo o critério partidarista, tudo quanto representa desagregação. A Realeza, em Portugal, só conhece portugueses, só reconhece portugueses, só dá foros de legitimidade à qualidade de portugueses. Desconhece e rejeita portugueses divididos; não alimenta, não fomenta, não reconhece divisões entre portugueses; não os chama pelas divisões que eles revelam, mas pela unidade que eles manifestem.
Aos que em nome da Liberdade reclamem garantias para os partidos, ela responderá que, em nome da Nação, só garantirá a unidade. Pode cada um pensar o que lhe apetecer; mas a ninguém será lícito transformar o seu pensamento em força actuante contra a integridade e unidade da Nação.
Republicanos, socialistas, comunistas - que é isso perante a Nação? Elementos de dissociação e de anarquia, de enfraquecimento e desvalorização. A Realeza não os quer, não os aceita, não os reconhece.
Consequentemente, a Realeza a restaurar não é a Realeza liberal, constitucional, democrática, parlamentar, que aí tivemos a abrir a catástrofe de 1910 - mas a outra, a Realeza que vem de 1128 a 1820

Anarquia Nacionalista pura e dura.
O Rei decide, num papel quase divino. Todos os demais podem pensar, mas ninguém pode agir. Não há nada mais que a Nação e quem decide o que é a Nação é um homem. Os Portugueses ou aceitam a visão deste homem ou deixam de ser Portugueses e por aí fora.

O Conjurado escreveu:
Já não sei se há monárquicos em Portugal capazes de um movimento transcendente, como este que preconizo - tão afastado vivo de todos e de tudo - desde o Rei até à mais rudimentar organização da chamada Causa Monárquica.

Não sei se este nosso amigo se reveria na totalidade do que aqueles que defendem a posição deste nosso amigo afirmam... mas creio que das duas uma, ou teria muito orgulho neles, ou não os reconheceria pura e simplesmente Wink Eu prefiro não fazer apostas muito feliz

Pimenta Machado igualmente afirma:

Pimenta Machado in 'A Situação Política' escreveu:
...A Monarquia só pode ser eficaz, só pode trazer a normalidade e a tranquilidade ao País, quando não houver no pensamento de cada um de nós, resíduos republicanos, preocupações liberais, aspirações democráticas ou fantasias e quimeras de 1789, só pode ser eficaz e trazer a normalidade, quando olharmos para o símbolo da nossa causa e dos nossos princípios, e lhe obedecermos inteiramente, quando formos como que um exército que só é perfeito quando obedece ao seu General, quando pusermos o Rei acima das nossas dissenções pessoais, e tão alto que só o vejamos pelas suas altas qualidades de magestade perfeita, e de supremo e legítimo representante da Nação; tão alto como nunca esteve durante os oitenta anos de constitucionalismo...

Meus amigos, é isto que defendem? Esta ideia de autoritarismo Germanófilo em que o Estado se resume a um "Fuhrer" que controla o rolo compressor do que é a Nação no seu entender? Devemos nós deixar de pensar em prol da Nação?

Eu não acredito que para se ser Português, se deva deixar de se ser Ser Humano pensante, que as nossas opiniões, posições e valores nada sejam perante a máquina do Estado.
Os meus amigos, aparentemente, defendem valores perigosos... acusam os demais de vos procurarem impor tendências socio-politico-culturais, mas no entanto o que se defende aqui? Onde o Estado impõe, controla e detêm a exclusividade da inteligência e do poder político.

Com isto eu não me identifico.

IzNoGuud
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 18:00:09

IzNoGuud escreveu:


A Soberania Popular é um dado adquirido, o Povo fartou-se de ser o "bobo da corte" e quis passar a ter uma voz activa na sua própria governação.
O Rei deixou de mandar em Portugal, passaram a mandar definitivamente os Portugueses.
Sua excelência ainda acredita nisso? Ainda acredita nas doces e ingénuas canções de embalar abrilistas onde “o povo é que manda”. Caro senhor, que belo mundo utópico que a sua mente arquitectou.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 18:39:08

A minha proposta para Monarquia electiva está no blog www.democraciaemportugal.blogspot.com

Capitulo 11
“Aqui d´el Rei”


Irei seguidamente explicar as minhas ideias acerca do que penso ser um sistema válido para uma monarquia moderna que satisfaça a todos os cidadãos, poderei escandalizar monárquicos e republicanos ou poderei passar a mensagem de que existe um meio-termo onde podemos obter as vantagens dos dois sistemas e eliminar as desvantagens dos mesmos.

O Rei deve ser alguém que tenha qualidades acima da média dos cidadãos, quando falo de qualidades falo de inteligência, força, coragem e acima de tudo muita sabedoria e muita liberdade e independência. Não é admissível nem cabe na cabeça de ninguém que um pateta qualquer, cujas características anímicas e intelectuais não dão para nada, possa chegar a chefe de estado só por um acaso ser fruto de um espermatozóide real e de ter nascido no tal berço de ouro ou dourado…

Se nos capítulos anteriores nos levantámos precisamente contra essas desigualdades de acesso ao poder, não poderíamos aceitar na chefia de estado precisamente um exemplo contrário à liberdade e oportunidade de cada um.

O sistema republicano não serve, porque como já se sabe um presidente nunca pode representar a totalidade da nação, veja-se o que se passou em eleições recentes trinta e tal por cento de abstenções e 50% de votos significam que o novo presidente tem o apoio de cerca de 30% da população 70% da população não se revê ou por indiferença ou por oposição no candidato vencedor. Depois existem as questões dos apoios, quem paga as campanhas e a quem ficam a dever os eleitos? Quais os custos que tal tem para o povo?

Então como encontrar uma solução viável, justa e democrática que dê à nação o melhor e mais bem preparado chefe de estado.

Numa primeira etapa seria Rei quem conseguir implantar a monarquia, aos 70 anos de idade como limite o Rei tem de passar o cargo a outro.

Para a escolha do novo Rei quando o velho Rei tiver 50 anos deve dar-se inicio a uma selecção no seio da sociedade, abre-se uma espécie de concurso com a participação de toda a sociedade, os candidatos deverão ter entre 20-25 anos, são analisados os currículos e as actividades extra curriculares porque cada um se interessa. Em duas ou três etapas são seleccionados 20 finalistas, que tenham os melhores perfis para as futuras funções.

Estes 20 finalistas serão submetidos a um “ curso de Rei” onde terão de aprender desde etiqueta, protocolo, línguas, história portuguesa e universal, diplomacia, devem ter contacto com a realidade da vida nomeadamente através de acções de voluntariado em ONGS, devem ter noções e prática de agricultura, pescas, contactar com a indústria, cultura popular portuguesa, etc.

Devem fazer recruta nos 3 ramos das forças armadas, este curso terá uma duração de cerca de 10-15 anos. Durante este tempo as actividades, capacidade e voluntarismo de cada candidato serão acompanhadas de perto pela sociedade através dos meios de comunicação social e dos próprios contactos que estes candidatos irão tendo com a sociedade.

No final deste curso serão seleccionados (entre classificações obtidas e votação popular) 10 entre os melhores destes 20, estes 10 passarão a partir desse momento a denominarem-se príncipes e dada a sua preparação estarão aptos a agir como príncipes, os restantes 10 ocuparão cargos de embaixadores em países cujas relações sejam de especial importância para o país.

Os 10 que passam à fase seguinte, agora denominados príncipes servirão durante 5-10 anos a pátria nomeadamente representando o Rei em eventos, promoção do país lá fora, etc.

Aos 70 anos o Rei irá para a “reforma” ficando membro do conselho de estado. Nesta altura o novo Rei estará com 40-45 anos e 20 de prática e formação politica, com maturidade para assumir o cargo. Será Rei 25 a 30 anos

O novo rei será eleito em sufrágio universal entre os 10 candidatos finalistas. Os outros príncipes serão a reserva da nação que substituirão o Rei em caso de necessidade por ordem decrescente relativamente aos resultados do sufrágio universal e farão parte de um órgão consultivo do Rei. Tal como o Rei serão príncipes até aos 70 anos e tal como este na reforma passam a conselheiros de estado.

Se por algum acaso o Rei escolhido não servir poderá ser feita uma petição nacional com 5% das assinaturas dos eleitores inscritos e ser destituído por referendo do cargo sucedendo-lhe o príncipe com a melhor classificação seguinte. Em caso de morte ou doença prolongada a substituição do Rei é automática tendo apenas de ser confirmada pelas cortes.

Este sistema garantirá que teremos a participação popular na escolha do soberano, independência do mesmo em relação a grupos de interesse ou pressão e os melhores e mais capacitados à frente e como exemplo para o país.

Nos momentos de transição dissipa-se a ansiedade pois este sistema é um garante de estabilidade e continuidade.

É preciso que nunca se esqueça que o Rei é um funcionário especial pago por toda a nação. A esta deve servir com lealdade e dedicação, a nação prepara o Rei e este paga dando o seu melhor à nação.

Quando falo em Rei pode ser rainha, se for bonita e corresponder às exigências atrás referidas tanto melhor!
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 18:44:40

Valdez escreveu:
...Quando falo em Rei pode ser rainha, se for bonita e corresponder às exigências atrás referidas tanto melhor!

E depois temos o concurso Miss Raínha de Portugal e mais uma totó a pedir pela paz no mundo....

Bom, mas vale pela ideia.
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MensagemAssunto: RE   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 21:58:27

Caro Pedro,

Sabe que eu sou um cabra macho e aprecio a beleza feminina!

Três verdades vencidas Cather10

Diga lá que não gostava de uma rainha assim?
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 22:36:59

Caro Valdez,

Repudio com todas as minhas forças essa sua visão de “monarquia”.
Era o modelo visigodo que reinou durante o período após o Império Romano até à idade média (pelo menos na península ibérica) actualizado para o século XXI. Morria o rei e era o mais capaz a tomar o seu lugar (naquela época significava ser o mais forte, com maior exército). Quando morria o líder todos lutavam entre si para ficar com o trono, sacrificava-se o bem comum para atingir apetites pessoais, o que levou à queda do poder dos visigodos na península ibérica. Inteligentemente esse tipo de monarquia foi substituído por um outro que reinou em Portugal até 1910, era o sistema hereditário. Tivemos reis bons e reis maus, mas foram eles que construíram este país e o levaram a transformar-se em Império e tocar os quatro cantos do mundo.
Essa sua “monarquia electiva” é em tudo semelhante à actual república, tirando uns pozinhos mágicos que o senhor mistura ao seu gosto. Além disso vai contra a nossa tradição, vai apenas servir para satisfazer apetites pessoais e colectivos. Apre, é escandaloso para a monarquia e para o país o que o senhor propõe. O rei deve ser educado desde o berço para a tarefa de governação, e não deve ser um “qualquer” a ocupar esse cargo. “O rei é diferente para que todos os outros possam ser iguais”. E para que se saiba eu não tenho “sangue azul”, sou plebeu da cabeça aos pés. Não é por interesses pessoais que defendo esta visão, é por amor a um ideal, a Portugal!
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MensagemAssunto: RE   Três verdades vencidas EmptyDom 10 Jun - 23:44:27

Então acha que um palerma qualquer que tem a 4ª classe por favor, por ser filho de um espermatozoide real pode ser rei? Pois eu não acho.

O sistema que proponho é uma espécie de olimpiadas da matemática mas mais abrangente para a selecção dos candidatos. Depois tem o curso de preparação e depois o povo vota ou faz-se um sorteio desses finalistas, dessa forma legitimando o poder real, nomeadamente de nomear o Primeiro Ministo, de ser arbitro de conflitos e de não depender de ninguém.

Os restantes ficam como duques para apoio ao rei.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySeg 11 Jun - 11:59:09

Isso é republicanismo, do mais puro e duro.
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySeg 11 Jun - 13:57:43

O Conjurado escreveu:
Sua excelência ainda acredita nisso? Ainda acredita nas doces e ingénuas canções de embalar abrilistas onde “o povo é que manda”. Caro senhor, que belo mundo utópico que a sua mente arquitectou.

Meu caro, o "Senhor" está no céu para quem nisso acredita e como aqui estamos todos a lutar pelo mesmo, pode muito bem dispensar esses salamaleques todos, que eu não ligo nenhuma a eles.

Igualmente, acredito que a minha forma de governação seja utópica, é preciso ser capaz de sonhar para se poder avançar.
Agora a grande diferença é saber-se, ou ter-se uma ideia, de até onde se consegue ir.

Abril para mim foi uma pouca de nada. Fez-se uma revolução por uma questão salarial, creio que na altura não sabiam o que eram as greves.
Mas como o Povo os apelidou de Libertadores... agarraram-se a isso e é isso que tem sido apregoado à fartazana... se isso corresponde à verdade... eu tenho as minhas certezas, quando o Regime instaurado logo a seguir ao 25 de Abril nos queria transformar numa União Soviética de Pacotilha ao melhor estilo da Albânia.
Mas... não é sobre isto que estamos a debater, pois não?

Pois bem, sim eu reconheço. O "meu" estilo de Monarquia nada tem a ver com o estilo de Monarquias que por norma eu aqui vejo.
Vejo muita gente a defender uma visão de Regime, cujo último expoente se deu durante o Reinado de D. Miguel, ora... SE os mesmos brincam com o facto de muitos de hoje nem se lembrarem de como era antes do 25/04 como querem que acreditemos que os mesmos sabem como era à altura de D. Miguel?

Meu caro, eu não quero revivalismos. Isso nada trás de novo.
Apenas quero aproveitar o que a Monarquia tem de melhor e o que podemos inovar, inventar ou mesmo tirar à República.
Quero algo novo para dar aos Portugueses, afinal, estamos a lutar pelo melhor para os Portugueses e não no melhor para os Monárquicos não é mesmo?

Um abraço,

IzNoGuud
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MensagemAssunto: Re: Três verdades vencidas   Três verdades vencidas EmptySeg 11 Jun - 17:28:55

Valdez escreveu:
Então acha que um palerma qualquer que tem a 4ª classe por favor, por ser filho de um espermatozoide real pode ser rei? Pois eu não acho.
E onde foi tirar essa ideia?
Então acha que um príncipe real teria a 4ª classe?
Então acha que há alguém mais apto a governar que um príncipe educado desde o berço para tal?
O que o senhor propõe, como diz o caro Pedro Reis é republicanismo do mais puro e duro. Na república “ainda” se acredita que é o melhor, o mais culto e inteligente dos cidadãos a ocupar o cargo de chefe de estado. No seu regime aconteceria a mesma coisa.
Supondo até que no seu regime fosse eleito o mais inteligente, quem garante que ele tenha os valores patrióticos ou capacidade de liderança necessários à governação do país? Alguém educado desde o berço nos valores pátrios e a desenvolver a capacidade de liderança será uma opção bem mais viável, para não dizer que a sua proposta é contrária ao ideal monárquico.
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