Caro JTMB
Desculpe demorar na resposta mas mais vale tarde que nunca.
Vamos aproveitar que
a onda de “spam” ainda não se virou para aqui para irmos trocando opiniões.
Quanto ao seu texto, eu já lhe tinha respondido, mas posso sempre voltar ao assunto
- JTMB escreveu:
Mas, se o grupo Impresa quiser, com Balsemão como face visível mas a maçonaria de rito escoçês e a Trilateral como panos de fundo, a "Opus Dei" desse o seu beneplácito (apenas as "suas" empresas colocarem publicidade nos orgãos que fizessem a campanha) e as cúpulas socialista e social-democrata se limitassem a neutralizar os seus históricos, em menos de 6 meses a monarquia arrasaria os republicanos em referendo. A Igreja não se pronunciaria, mas "Opus Dei" e jesuítas convergindo, seriam imparáveis. Decididamente contra, comunistas e extrema-esquerda - talvez 15% do eleitorado - as maçonarias de rito francês e muitos dirigentes socialistas e sociais-democratas (aliás em grande parte contidos nos anteriores) mas, se neutralizados pelas cúpulas nos media, sem grandes reflexos no eleitorado. Para mim a grande batalha dos monárquicos é levar os partidos - maioria de 2/3 necessária - a alterar o artigo da Constituição que perpetua o regime republicano e isso nem parece muito difícil.
Comecemos pelo princípio:
A primeira reacção dos Portugueses, daqueles que podem dizer sê-lo,
ás ideias de mudança nascidas da Revolução Francesa foi de repúdio sistemático. Os que representavam uma suposta elite e que entretanto aderiram a estas novas ideias, aclamando “El Rei Junot”, “Duque de Abrantes” e que passaram a ser designados por “Afrancesados”, foram afastados ou até banidos de cargos de responsabilidade e delegação de poderes Reais. Por exemplo, o médico de D. João VI foi afastado da junta governativa entretanto instituída por se desconfiar que era um “Afrancesado”, mas não foi o único, longe disso…
Graças a deus que o Tenente-Coronel Silveira não fez outro tanto e tanto fez de Chaves até Amarante (de onde, pelos serviços prestados foi mais tarde feito Conde) para combater os exércitos invasores, humilhando o melhor exercito do mundo, liderado no nosso caso pelos grandes generais da altura tais como Soult, Loison (O celebre Maneta), Foy e tantos heróis de tantas batalhas ganhas por essa Europa, que vieram a Portugal trazer a “libertação” aos “oprimidos” dando a “luz” ao nosso obscurantismo, e saíram de cá bem tosados, humilhados, esfarrapados, desmoralizados e derrotados, “vomitados” pela ponte da Misarela, na ponta da gadanha e do ancinho dos nossos antepassados.
Parece é que os Portugueses, que naquela altura ainda não tinham sofrido a mutação genética de assumirem sem discutir que “
tudo o que é estrangeiro é bom”, não foram em cantigas e não quiseram trocar ideias ocas e viscosas (que mais não eram que a camuflagem para a pilhagem que entretanto os libertadores iam fazendo, “libertando-nos” de tal forma de todos os bens materiais que nem as igrejas escapavam ao ponto de se terem formado os famosos “Batalhões Eclesiásticos” de padres e curas que pegaram em armas para combaterem o inimigo), pelos seus valores e princípios.
Quem parece que não os tinha, os princípios, eram os tais “libertadores”, pois talvez por os Portugueses estarem muito agarrados ás “trevas” e á “opressão” usaram de toda a força que tinham para os “libertar”, ficando este acto para a história como um dos mais feios conjunto de massacres, assassínios, violações e outros crimes de que fomos alvo na nossa existencia.
Quem sempre os teve e no sitio, sim, os princípios, foram os nossos antepassados que apesar do cataclismo que a “libertação” lhes trouxe não cederam, sendo um dos símbolos disso a placa comemorativa (quando ainda havia algo que por lá merecesse ser comemorado…) que se encontra na ponte românica do Marco de Canaveses que diz simplesmente:
“AQUI, NÃO PASSARAM!!!!!” Não passaram os Franceses nem as suas ideias inovadoras e revolucionárias.
Eles vieram atrás do ouro, e levaram muito…chumbo!
Mas infelizmente os resultados obtidos nos campos de batalha não foram absolutos pois entre a “Elite” havia muito quem tivesse ficado contaminado por esta doença, mais uma, que os invasores tinham deixado.
Todo este texto, escrito na mais pura tradição dos lençóis tipo “Teixeira Rebelo” , vai ter seguimento, para o qual espero ter a sua paciência e atenção.
Grato
Joe