Democracia e Forum Democracia Real

Nuno Cardoso da Silva escreveu:

Eu não queria que isto fosse visto como uma crítica desagradável - embora talvez acabe por ser - mas estive a dar uma vista de olhos pelo novo forum FDR e reparei num tópico com o nome "Conjuntura Política", no qual já se vai em três páginas a discutir a situação interna do PSD. Que num forum monárquico que pretende discutir a Monarquia, se passe mais tempo a discutir as tricas do PSD do que a política monárquica, é um sinal bem claro da razão pela qual não temos credibilidade política. Ficamos de tal forma fascinados com a baixa política das facções que não nos resta tempo para a Política com P grande. Essa partidarite é uma das piores drogas que eu conheço, viciante, destrutiva, embrutecedora. Se não formos capazes de nos livrar dela, nunca mais conseguimos reinstaurar a Monarquia. E se o conseguíssemos fazer era para a tornar tão má como esta República.

Apoiado!

Se me permitem faço aqui um 2 em 1:
O caro valdez disse:

Citação :

Pelo contrário os inimigos da monarquia são os
republicanos coroados cujo mentor espiritual é Duarte Pio e são
inimigos porque a mensagem que dão para o povo é coloquem lá o Duarte
Pio para pouparem nas eleições e darem um tachinho permanente ao rapaz
e à prole, quanto ao resto do sistema que anda a amolar o povo fica
tudo igual. Por isso o homem andava desesperado para ser reconhecido
pela republica.

O caro Nuno Cardoso da Silva afirmou:

Citação :

O que eu me queixo é de que reputados
monárquicos apenas parecem conhecer e gostar das tricas partidárias. O
destino de Marques Mendes, Rui Rio, Luis Filipe Menezes, etc. é que
parece fascinar esses reputados monárquicos, sobre eles escrevendo
páginas e páginas. Para isso não é preciso ser monárquico... E não é
disso que a Monarquia precisa.

Ambos gostariam ( e eu também) de um corte radical na estrutura politica e seus actores...um começo novo!
Ambos sabem (como eu ) que a casa Real não aposta nesse cenário, preferindo uma progressiva institucionalização

Mas todos sabemos que nunca existiu ,na história ,um completo corte nas estruturas politicas...a revolução francesa foi significativamente apoiada e conduzida por politicos que já lá estavam e tinham jurado fidelidade ao Rei
...antes durante e depois da guerra civil que opós D. Miguel a D. Pedro houve miguelistas e liberais, mudando de fidelidades e ideologias...refinando-se até!...a verdade é que com honrosas excepções o quadro de familias que dispunham do poder pouco se alterou
Se recuarmos á epoca medieval é um facto corrente que as familias que estavam na corte tanto serviam o lado Espanhol como o Nacional...apenas radicalizando-se quando havia uma guerra peninsular...mas se apoiavam o inimigo depressa eram (após anos ou algumas expropriações ) restaurados , apenas mudando de fidelidade
O 1910 !...onde radicais e portentosos monárquicos se tornaram republicanos convictos do dia para a noite...tais adesivos!
O Estado Novo!...cheio de monarquicos até ás telhas do sistema governativo e administrativo.

A única revolução onde houve uma efectiva alteração no quadro de influéncias familiares foi o 24 de Abril...mas mesmo aqui a alteração não foi significativa pois ,passados poucos anos, tinhamos descendentes de antigas familias a darem cartas no jogo do Poder...assistimos agora ao retorno de familias de base industrial que lentamente se estão a tornar visivéis...como se estivessemos numa continuação do Estado Novo
Parece até que o bloco (PS-PSD) se está a tornar cada vez mais parecido com a União Nacional

A realidade é que toda a capacidade de exercer politica ou poder baseia-se na capacidade produtiva detida pelos "lobies" e representado pelos politicos
...retirar os politicos e por outros, por muito diferentes que sejam não altera a estrutura do pais..."os lobies"
Retirar os "lobies" é lançar o pais no caos porque deixa de haver focos de produção...(fábricas comércio serviços...enfim empresas)
E o povo (todos nós) temos de cumprir as nossas obrigações diariamente...alterar isto é destruir o pais pela base.O pais já não vive de ciclos agricolas(onde podemos ter potenciais revolucionários durante os meses de inactividade agricola - a agricultura é uma actividade sazonal de fraco potencial económico- apesar de ser romântico)...o pais vive em ciclos financeiros de escala mundial, falhar um dia é obliterar a actual posição estratégica de Portugal...vejam que basta um dia de descida violenta nas bolsas para lançar milhares para o desemprego

Então há que perceber a dinâmica politica se queremos perceber o pais em que vivemos...só assim podemos distinguir o que está mal do que não está

E é neste quadro que a monarquia deve se erguer...de forma realista consciente e responsável...distinguindo os que são uteis dos que não o são distinguindo oportunismo de voluntarismo...e isto só é possivel conhecendo

Como os economistas dizem ,distinguir a tendéncia do ciclo...mas saber que ambos são importantes
Os meus caros amigos apenas olham para a tendéncia (trend -longo prazo), mas esquecem que esta é altamente influenciada pelo ciclo (curto prazo)

bem haja

É um ponto de vista caro leònidas, um ponto de vista mais ou menos real, como tantos outros. Há porem entre esses outros potos de vista o reconhecimento das situações económicas e ciclicas que descreve bem como os "detentores tradicionais do poder" (os do costume se assim quizer) e nesses pontos de vista que aqui menciono, há também esytratégias defenidas para lhes fazer frente, uma guerra radicalizando um bocado mais a coisa se me entende.
No entanto há sempre aquela essência de que somos feitos humanidade foi assim o nome atríbuido com os sues típicos defeitos (o poder corrompe e uma vez alcançado por aqueles que lutaram contra esse mesmo poder, os mesmos irão cair ou ficar tentados nos mesmos vicios dos que lá estavam anteriormente).

Resta saber se se quer realmente quebar o ciclo, tendo os meios para o fazer, ou se realmente se pretende uma revolução para que tudo fique na mesma (gestão do(s) medo(s) e fobia(s))

Caro Leonidas o amigo afinal até é espertinho! Tem é de ler o manual de contra revolução, está lá a receita ou pelo menos uma para quebrar esse circulo familiar de poder.

É verdade que não compete á República decidir quem é o herdeiro, como também não compete á Monarquia decidir quem é o Presidente da República.
Só atravez das Cortes é que poderá haver um Rei ou Rainha, quando não existe herdeiro.
No entando, Dom Duarte está mais próximo dessa linhagem mas é algo que só as Cortes poderão saber.

«Pelo contrário os inimigos da monarquia são os
republicanos coroados (...) »

É uma boa afirmação. è neste contexto que devemos "separar" República com Monarquia.