A religião e a politica

Aqui proponho que se debata a relação entre a religião e a politica.

Qual deverá ser o papel e o lugar da igreja numa futura Monarquia?

Deverá a igreja como instituição, ter um lugar na estrutura do sistema ou por outro lado o sistema deverá ser "estanque"?

Deverá o sistema ser "católico", ou deverá ser laico e permitir que a sua comunidade tenha a liberdade de ser plurireligiosa?

Deverá o lugar de cada religião ou crença no sistema reflectir o numero de elementos da comunidade que a professam ou não?

Qual foi o verdadeiro papel do Catolicismo na nossa história?

grato pela atenção

joe

Caro Joe

Apesar da grande maioria do Povo Português ser católico, penso que o Estado deve ser laico, ou seja respeitar todas as relegiões sendo equidistantes das mesmas. Admito no entanto a existência de uma concordata para legalizar por exº casamentos católicos.

Um abc

Zé Tomaz

Caríssimos

Para apimentar a discussão decidi recolher algumas opiniões entretanto dispersas neste fórum.

T. Rebelo escreveu:

Cara Senhora D. Ana Rita Bivar (Alentejo Profundo)

dizia que:
Quote:
”Para mim a condição principal para que qualquer modelo de sociedade seja exemplar, é precisamente a separação TOTAL entre a religião e o Estado.”


Sobre este assunto devo dizer que a Igreja mal pôde (fim do império romano) quis a separação do estado. Na Antiguidade, grandes civilizações que nos fascinam ainda actualmente, eram teocracias como o na Suméria, Antigo Egipto e Roma Antiga. A separação da Igreja do Estado é mais recente e foi introduzida pela Igreja Católica na Idade Média. Repare que quando essa Igreja era proeminente, Portugal também o era (1ª e 2ª dinastia), quando retiraram o Poder à Igreja de Roma, Portugal também decaiu. Não quer dizer com isso que nos dias de hoje não haja ainda teocracias como o Reino Unido da Grã-Bretanha e até, há bem pouco tempo, o Tibete. Há um livro muito interessante sobre o declínio da Civilização Ocidental a partir de 1500. Se reparar também sempre houve a mania do Poder político mandar na Igreja, relembre-se de D. Afonso Henriques que escolhia os Bispos ou, recentemente (séc. XIX), que Costa Cabral estava em Roma (Vaticano), com poderes plenipotenciários para usar direito de veto sobre a escolha do novo Papa (Leão XIII) “o conde de Tomar foi elevado à categoria de embaixador, para assim como os representantes das outras três antigas nações católicas, França, Áustria e Espanha, poder exercer o direito de veto na eleição do novo papa, caso os interesses do seu país assim o exigissem. A 20 de Fevereiro de 1878 era eleito papa o arcebispo de Perugia, Joaquim Pecci, Leão XIII, o qual se mostrou sempre bom amigo do novo embaixador.”

Ao que MDSantiago retorquiu

MDSantiago escreveu:

1- Em relação á igreja não poderia estar mais em desacordo. Se assim é porquê o D. A. Henriques ter de mostrar submissão ao papa para ver reconhecida a sua Sobrania?
Ao contrario do que afirma, no meu ponto de vista, o declinio de Portugal deu-se, entre outras razões, com o reforço da influencia da igreja a partir de D. Manuel I.
Talvez a grande diferença é que até D. Manuel a religiosidade era posta ao seviço da Nação, quando por exemplo D. Nuno Alvares Pereira rezava em Aljubarrota ou em Ceuta era para pedir a Deus que abraçasse a causa dos Portugueses. Depois de D. Manuel passou a ser a igreja a exigir a todos que abraçassem a sua causa. E consequentemente isso levou ao declinio de Portugal.

De que lado estamos afinal?
Qual o papel da igreja até aqui?
Qual deverá ser a partir daqui?

Joe

Caro José Tomaz

Pessoalmente estou de acordo consigo e com quem defende um estado laico como garantia da pluralidade religiosa. Isso não implica que o estado não deva reconhecer, respeitar e permitir a acção das diversas confissões religiosas, mas no meu entender sem relações preveligiadas com nenhuma, ficando, como diz, equidistante.
Como povo parece-me que temos tudo a ganhar se tivermos uma prespectiva universal sobre a fé.


Cara Ana Rita

É com um prazer especial que a vejo pugnar tão convictamente nestes principios.
Adorei o seu texto, com cujas ideias comungo completamente
grato

joe

Cara Ana Rita

Devo dizer que gostei (como sempre) imenso do seu texto. Uma das coisas que mais me irrita é ver os EUA, País que nasceu ontem, a imporem a sua "civilização" num País com mais de 1000 anos de história como é o Iraque. Eu também coloco o espiritual á frente do material.


Um abc

Zé Tomaz

Ana Rita

E X C E L E N T E. Concordo com tudo o que aqui nos diz. Realmente se afastarmos para o lado o problema de sucessão, as nossas ideias , e o conceito de sociedade mais livre e mais justa, coincidem totalmente.


Um abraço


JTMB

Cara Ana Rita

Aposto tudo o que tenho em como tomou pequeno almoço na ALSUL (Rua Direita, Arronches), porque tanta inspiração só pode ter começado numa fatia de bolo de chocolate com muuuuuuuuuuuuuito creme!!!!!!!!!!!!!!!

Depois de comer esse pedaço de ceu, imbuida da clarividencia que a caracteriza, brindou-nos com este excelente texto, que muito lhe agradeço.

Não poderia estar mais de acordo com o que afirma anteriormente e confeso que invejo a forma com que o faz.

Só me apeteçe dizer, É ...ISSO...MESMO!!!


agradecido

MDSantiago

Estive supervisionando este tópico , e na minha ideia um Estado pde ser católico e permitir a liberdade religiosa, porém considero a proibição de certos cultos como, o satanismo,, a bruxaria, maçonaria,etc, porque além de defenderem a república, eles prejudicam vcom os suas ideologias.

com os meus cumprimentos
RUBEN MAGALHAEs